Capítulo - 6

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Potter


Os treinos estão uma merda. O time simplesmente não está dando liga nesta temporada, e o treinador Jensen cai de pau na gente, agora que temos algumas derrotas manchando a campanha. A de ontem mexeu com o moral de todo mundo— jogamos contra um time da segunda divisão que não deveria ter acabado com a nossa raça no gelo daquele jeito.

O novo técnico defensivo, Severos snape, está só piorando tudo. Agradeço aos céus por não ser da defesa. O Snape  parece ter uma birra com Colin e fica sempre chamando a atenção dele e pegando no pé por causa dos erros. 

Toda vez que o cara abre a boca, Colin fica mais vermelho que um camarão. Segundo Neville, ele foi treinador do Colin na escola. Os dois obviamente têm uma história, mas, seja qual for, Colin não quer abrir o jogo. E também não está feliz. Além de sempre ter que ficar até mais tarde com os outros jogadores da defesa, também, ao que parece, foi forçado a treinar o time infantil da escola primária da cidade.

Deslizo até o banco depois do meu turno e pulo a mureta, em seguida esguicho um pouco de água na boca e observo alinha de Rony passar voando pela linha azul. O treino coletivo de hoje continua zero a zero. Sim, somos péssimos. Não conseguimos sequer marcar um gol contra nós mesmos durante o treino, e não é porque nossos goleiros estão no auge da forma — nenhum dos atacantes consegue dar uma dentro — incluindo eu.

Um apito soa. O treinador começa a gritar com um dos jogadores da defesa, um cara do terceiro ano, por cometer um impedimento.

- Que merda, Kelvin! Tinha quatro caras livres esperando o passe e você decide lançar a porra do disco! -- O treinador parece prestes a arrancar os cabelos.

Não o culpo.

- Eu teria feito o passe, se não estivesse no banco -- ,resmunga Colin ao meu lado. Olho para ele em solidariedade. Uma das primeiras determinações de Snape foi reorganizar as linhas de defesa. Ele pôs Colin com Brodowski e Neville com Kelvin, mas todo mundo sabe que Neville e Colin são insuperáveis juntos.

- O Snape vai acabar percebendo o erro.

- Até parece. Isso é castigo. O filho da puta me odeia. -- Mais uma vez, minha curiosidade é despertada. 

- Por quê, hein?

Suas feições se tornam indecifráveis. - Esquece isso.

- Não sei se você sabe -- digo, brincando, - mas segredos destroem amizades.

Isso o faz soltar um riso de escárnio. - Quer mesmo falar comigo de segredo? Onde você se meteu esse fim de semana?

Fecho a cara na mesma hora. Não ligo de me abrir com meus amigos sobre minha vida amorosa, mas não quero falar do Draco com Colin, principalmente porque sei a opinião dele sobre ele. Além do mais, o que tenho pra falar? Ele me deu um fora. Chamei o ômega para sair, e ele foi bem claro quando disse que não toparia.

Se eu achasse que havia a mínima chance de ele querer que eu corresse atrás, talvez não tivesse aceitado uma resposta negativa. Talvez aparecesse depois das suas aulas mais algumas vezes, comprasse mais alguns sanduíches, jogasse todo o meu charme pra cima dele e me valesse do sotaque britânico sempre que o sentisse se afastando de mim. 

Mas vi a expressão nos seus olhos. Ele estava falando sério, Draco não quer me ver de novo. E, embora eu não tenha problema nenhum em correr atrás de ômega, não vou ficar perseguindo quem não está interessado.

Mesmo assim, é uma merda. Quando a gente sentou um do lado do outro naquele banco no outro dia, tudo o que queria era puxá-lo para o meu colo e transar com ele ali mesmo, sem me importar com as pessoas à nossa volta. O próprio Colin poderia estar ali batendo o pé, e eu não teria parado. Precisei de toda a minha força de vontade para suprimir meus instintos primitivos, mas, cara, tem alguma coisa naquele menino...

A Conquista - Adaptação/ MPREGOnde histórias criam vida. Descubra agora