Capítulo 4

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Potter

Acordo com o barulho de um motor roncando. Ainda está escuro lá fora, mas sou capaz de distinguir uma faixa de luz minúscula no horizonte, uma linha cinza sobre o fundo preto. Puxo a alavanca do meu assento e coloco o encosto na vertical, bem a tempo de ver um Honda Civic saindo da entrada da casa de Draco Malfoy.

Com os olhos embaçados, confiro a hora no painel. Quatro da manhã. O carro passa por mim, pego um vislumbre de cabelo loiro e, antes que me dê conta, entro no trânsito atrás dele.

Segui Draco até Boston na noite passada porque as estradas ainda estavam congeladas, e eu estava preocupado. E não acreditei que ele fosse me escrever. Depois do último orgasmo, ele se fechou completamente. Ficou na cara que intimidade não é o forte dele. Tenho a impressão de que ele não se importaria se eu dissesse as coisas mais sujas, mas bastou uma palavra de carinho e atenção para fugir feito um louco. 

Ele quase pulou para fora da minha caminhonete na pressa de fugir. Mas não levei para o lado pessoal. 

Alongo as costas o melhor que posso. Faz tempo que não durmo na caminhonete, e meu corpo está me lembrando exatamente por quê. Mas era isso ou arriscar dirigir de volta nas estradas escorregadias. Escolhi dormir no carro.

O carro de Draco passa no sinal amarelo e faz uma curva à esquerda. Quando consigo alcançá-lo, está entrando no estacionamento de funcionários de uma agência dos correios no sul de Boston. Um segundo depois, ele sai pela porta do motorista vestindo um uniforme de trabalho, o cabelo bem arrumado. 

Um sorriso curva meus lábios. Gato, exuberante e trabalhador? Caramba. Minha mãe ia adorar esse menino.

Dirijo de volta até Hastings com um sorriso idiota na cara e me jogo na cama para dormir por três míseras horas. Então volto para a caminhonete e dirijo até o campus, para encontrar meu grupo de estudos, porque amanhã temos uma prova importante de marketing. Mas não sei se estudar às nove da manhã vai ajudar muito no meu estado grogue. Depois de duas xícaras de café, até que acordo um pouco, e me sinto muito mais desperto quando a sessão termina, lá pelas onze. Em vez de voltar direto para casa, pego um terceiro café e o meu smartphone.

 É hora de uma pequena investigação, e acho melhor fazer isso na cafeteria do que em casa, onde meus amigos intrometidos podem fazer perguntas. 

Sei que Draco está na mesma turma que Colin em algumas matérias, mas ele não é exatamente confiável quando se trata dele, então escrevo para a única outra aluna de ciência política que conheço — Luna Lovegood. É minha ex-namorada, mas continuamos amigos. Na verdade, não consigo lembrar de um ex que não tenha continuado meu amigo.

Eu: Oq vc sabe de Draco Malfoy? Luna responde na mesma hora. Ela: Afff. Odeio ele.

Franzo a testa para o celular.

Eu: Pq?

Ela: Pq é + gostoso q eu. Desgraçado.

Minha gargalhada chama a atenção do trio de alunos na mesa vizinha. Luna manda outra mensagem.

Ela: Mas ele é + gostoso q QUALQUER UMA. Então acho q ñ posso reclamar... Pq quer saber?

Eu: Esbarrei c/ ele ontem. Pareceu legal .

Ela: Não sei dizer. Fazemos 2 aulas juntos, só q ele não é de falar mto. Mas é super inteligente. Dizem q só pega atleta .

Saboreio meu café e penso no assunto. Acho que faz sentido, já que ele ficou comigo ontem. Meu celular vibra com outra mensagem de Luna. 

A Conquista - Adaptação/ MPREGOnde histórias criam vida. Descubra agora