DARK ROMANCE+18
Wendigo é, no folclore algonquiano, uma criatura devoradora de seres humanos e espírito maligno nativo das florestas. De acordo com a lenda, pessoas que cometeram canibalismo para sobreviver se transformam em Wendigo.
Wendy é uma ad...
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Adiante da carnificina, uma menina que estava ao lado de Wendy desmaiou. O seu corpo tombou pra cima dela. Por instinto, a segurou e olhou ao redor sem saber o que fazer. A área começou a ser isolada, e alguns policiais chegaram correndo. Fardados e com os braços abertos, afastavam a maioria dos alunos, empurrando e tirando.
Um professor acolheu a menina desmaiada. Com o coração martelando descompassado, Wendy foi obrigada a se retirar do círculo de multidões que se amontoara em volta do corpo mutilado.
Sirenes e ruídos de alto-falantes surgiam ressonando em meio aos caos. Nessa confusão de empurra-empurra, perdeu o novo amigo de vista. Com os olhos bem arregalados, olhava para todos os cantos e esticava o pescoço para reencontrar Bill. Não conseguia. Logo todos foram obrigados a sair da fronteira escolar.
Não demorou nada para que envolvessem os jardins com fitas-zebra de amarelo e preto.
Wendy saiu da confusão, com a sensação de que suas energias foram abandonadas adiante da imagem horrível típica de filme de terror. Deixou tudo pra trás, e com a mochila nas costas, disparou para o outro lado da rua.
Dentro de si, recebia a necessidade urgente de respirar e se acalmar.
- Wendy! - alguém chamou, uma voz grave com sotaque. A garota viu Bill, que a reencontrou. Ele correu em sua direção. - Você tá bem?
- Tô... - respondeu, parecendo o contrário.
- Vamos sair daqui.
Segurou na mão direita dela, e começou a puxá-la.
Se apressaram juntos para longe. A medida que se afastavam, a barulheira diminuía. E a cada passo que davam, o som de suas respirações agitadas se tornava mais claro. Existia algo "martelando" nas temporadas de Wendy, sua cabeça parecia comprimida, e o fundo dos olhos doía. O cheiro fresco e intenso de sangue ainda queimava nas narinas, e o ar se tornava sobrecarregado.
Se recompôs quando virou a esquina. Pararam de andar e se olharam.
- Isso foi inesperado. - comentou ele, ainda pálido e meio sem fôlego.
- Bill. Você já viu uma pessoa morta antes?
- Sim... Mas nunca destruída desse jeito. - se apoiou na parede de um muro próximo. Tirou um maço de cigarro e acendeu tranquilamente. - E você?
- Não. Só nos filmes...
- Tá impressionada?
- Não sei... - disse ela, com olhar vacilante. - Tô me sentindo esquisita.
