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O rei Elendil fitava a bela vista da janela em seu quarto, logo teve uma lembrança de quando Elane entrou por aquele palácio.

Pensava em como se encantou com a beleza dela no primeiro momento em que a viu,e ela continuava linda,por ser elfa,nada mudou. Ao contrário dele que ao se olhar no espelho se deparava com um velho cheio de marcas de expressões no rosto e cabelos grisalhos sobre a cabeça.

Elendil sempre soube que ela ainda amava o rei elfo, e também sabe que para um elfo, o primeiro amor é eterno.  Não se alegrou o seu coração em ver Elane sofrer, e por muitas vezes a aconselhou a retorna à sua terra, a Mirkwood. A ideia de retornar a amizade de Gondor e a Floresta, surgiu após sua consciência o alertar que herdando Elendur o trono, não é bom que seja inimigo do próprio pai. 

Seus pensamentos foram interrompidos logo pela manhã, pelo próprio Elendur.

_ Pai, tenho algo importante para pedi-lo._ o jovem príncipe se apressou a falar.

O rei bastante sério o encara, respondeu:
_ Espero que não tenha vindo me pedir que jogue para baixo do tapete alguma sujeira que fez.

Elendur se encolhe ao notar o mal humor do soberano.

_ Apenas venho implorar que não condenes...

O elfo fez uma pausa, o olhar gélido direcionado a ele,só o deixava mais tenso.

_ Quem tanto amo._ concluiu, seu tom de voz soou fraco.

Desviando-se o olhar do príncipe herdeiro, Elendil saiu de sua presença. Estava velho e cansado, as muitas preocupações dilaceravam seu coração.

O jovem príncipe não entendeu a atitude do rei, nunca o viu dessa forma,  Elendil nunca o tratou de maneira tão fria, sempre foi carinhoso e gentil, atendendo prontamente a todos os seus pedidos.
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Elane e Thranduil se contemplavam em pleno silêncio,até que a elfa ,não suportando mais, decidiu quebra-lo:

_ Está admirando o meu estado deplorável?_ ela questiona.

O elfo a olhou de baixo a cima, logo esboçou um pequeno sorriso. Responde:

_ Não aja como se nunca a tivesse visto assim. Aliás, eu já a vi nua, não se esqueça disso.

As bochechas dela se avermelharam,e ele percebeu, o que fez manter em seu rosto aquele sorriso sem vergonha.

Thranduil moveu-se,caminhou lentamente passando por ela, Elane o seguia com o olhar, parando em frente a cama, passou seus longos dedos sobre o colchão.

_ É confortável. _ comentou,e a olhou de perfil.

Por impulso a elfa deixa escapar:

_ Deve ter se deitado muito nela com sua amante, seu canalha!.

As mãos de Thranduil se apartaram da cama, retornou a sua postura séria e a encarou.

_ Não fale do que não sabe!_ falou entre dentes.

Ela poderia ter se calado ou mudado de assunto,mas estava repleta de ciúmes e precisava botar tudo para fora.

_ Quando éramos casados você vinha se deitar com outras nesse lugar? Era por isso que você se ausentava na criação de seu filho?...

A cada acusação, o rei elfo se irritava mais e mais.

_ Você não presta, Thranduil! Deixava Legolas sofrer com a ausência do pai, para praticar safadezas com essa tal Diná. Eu não acredito que tenha sido capaz..e-eu confiava em você!.

O rei elfo avançou rapidamente sobre ela,a segurou pelos dois braços, a obrigando a encará-lo e vociferou:

_ Mesmo com a existência daquele acordo idiota, eu não me deitei com elfa nenhuma! Eu não admito que me acuse de fazer algo assim! Nunca a trai, nunca!!

Ela o olhava com o rosto sendo banhado por lágrimas.

_ Então explique! Explique o motivo da existência dessa cabana! E ela, e a Diná?_ ela exigia com voz chorosa.

Thranduil ainda a segurava,e não estava disposto a soltá-la naquele momento.

_ Vai querer mesmo bancar a ciumenta agora?_ Ele esboçou um sorriso de canto e a soltou de seu aperto.

Elane o encara meio perdida.
O rei elfo revirou os olhos entediado, perguntou:

_ Vamos direto ao que importa. Me fale o motivo de ter saído de Gondor junto com aqueles anões desprezíveis.

A elfa ficou pensativa, refletia se seria uma boa ideia contar do plano para Thranduil, certamente ele impediria, já que odeia anões.

O elfo já se irritava com a demora, respirou fundo e falou:

_ Não pense que poderá me esconder coisa alguma. Conte-me,depressa!

Ela respondeu:

_ É algo particular. Não tenho desejo algum de compartilhar com o senhor.

Seus olhos faíscaram de raiva,mas sorriu falsamente e a disse:

_Talvez Elendil tenha a vendido para Thorin._ zombou.

A elfa se ofendeu com o comentário, mas não deixou nítido, pelo contrário,ela sorriu,um sorriso largo e respondeu:

_ Elendil jamais me venderia, meu ingênuo Thranduil. Você venderia algo que lhe proporcionasse muito prazer?

Naquele momento ela não se importou que Thranduil pensasse mal ao seu respeito.

Uma carranca se formou no rosto do rei, nem parecia o mesmo que debochava e sorria de forma sarcástica,tomado por ciúmes ele falou:

_ Então mentiu quando disse que não aconteceu nada entre você e aquele tolo!?

Elane se arrependeu de sua insinuação. Ela tentou se redimir de forma desesperada:

_ Brinquei, apenas brinquei! Não me deitei com ninguém depois de você. _mas era tarde demais, Thranduil estava muito irado com ela.

_ Vou precisar retornar a Mirkwood, mas nem pense que a deixarei ir, temos muito o que conversar._ ele disse e saiu, mal esperou alguma reação dela.

Entristecida,ela sentou-se sobre a cama.
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Gandalf ia de encontro aos anões, de longe sentiu falta da rainha de Gondor.

_ Gandalf._ Thorin diz,o cinzento se aproximava procurando algo.

_ Está faltando ela, onde Elane está?_ questionou o mago.

_ Não sabemos_ respondeu o líder anão.

O mago lançou um olhar de decepção sobre Thorin, escudo de carvalho abaixou o olhar, envergonhado.
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Legolas e Elrond chegavam em Gondor.

_ Meu amigo, há quanto tempo não o vejo._ o senhor de Valfenda cumprimenta Elendil com um abraço amigável.

_ Elfos vivem uma eternidade,nós homens não. É bom que venha me ver com frequência._ O rei de Gondor diz, os dois riem.

_ Tentarei ser mais presente, meu amigo._ Elrond estende a mão para que Legolas se aproxime._ Este é o filho de Thranduil, príncipe Legolas.

Elendil sorriu meio sem graça e o cumprimentou:
_ Seja bem-vindo à Gondor, príncipe.

Legolas se inclina respeitosamente e diz:
_ Muito obrigado. Sua cidade é belíssima.

_ Creio que não mais que o palácio de Mirkwood._ Brincou, o príncipe riu discretamente.

Aceita ser a mãe do meu filho?Onde histórias criam vida. Descubra agora