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𝐂𝐀𝐑𝐈𝐍𝐀 / 𝐋𝐎𝐈𝐑𝐀
|| SÃO PAULO ||
~ alguns dias depois
“tudo pode piorar”

Desde que eu coloquei o pé esquerdo no chão primeiro na hora de descer da antiga cama da Luísa na casa da tia Celeste nada do meu dia prestou.

Na verdade... Nada tem prestado, essa é a verdade.

Uma semana daquela noite horrorosa no restaurante e eu simplesmente esqueci como vivia. Fiquei perambulando dentro do apê cheio de plantas da tia parecendo uma barata tonta, não tinha vontade pra nada, tirei uns dias do trabalho e só chorei, chorei e chorei. Até a Tia Celeste me acordar um dia com um balde gelado e cheio de ervas na cara e simplesmente me enxotar pra fora de casa.

Queria mesmo dizer que isso foi o suficiente pra me fazer reagir, mas seria mentira.

Tudo que consegui fazer foi uma mudança muito mal feita pro antigo apartamento da Tamires, uma sequência de três dias no Yoga e muitas crises de ansiedade madrugada adentro.

Agora o pneu do uber furou, tá caindo um temporal em São Paulo e eu tenho menos de meia hora pra conseguir chegar no Morumbis antes do final do jogo.

Eu nem queria ir mesmo.

Estar lá significaria encontrar com ele de novo e encontrar com ele significa remoer tudo que fiz de errado durante todo esse tempo. E estou fazendo isso muito bem sozinha, obrigada.

Mesmo assim...

—Oi! Fiquei sabendo que a senhorita tava precisando de companhia pro Morumbis — Tamires grita do outro lado da avenida com o vidro do passageiro aberto.

Nem sei se isso me dá vontade de rir ou de chorar.

Ela tem sido meu porto seguro.

Claro que a Luísa sempre esteve lá por mim e claro que todas as outras meninas também, mas o que eu e ela temos agora é difícil de explicar. É como se... Eu nem preciso falar. Ela sabe exatamente o que tô sentindo. E ela nem precisa me aconselhar, porque sei exatamente o que iria falar.

—Já disse que te amo hoje?! — Gritei e sai correndo entre um carro e outro, sem me importar com as buzinas soando.

—Hoje não, mas você não precisa ficar repetindo. É beeeem óbvio — Ela ri e empurra a porta pra mim.

—Quanta autoestima. Se você conseguir encapsular sou a primeira a comprar — Resmunguei fechando a porta do carro o quanto antes — E desculpa, você vai ter uma poça de água nesse banco assim que eu levantar.

—Pelo amor de Deus, que cara de cu é essa? Melhora isso daí.

—Deve ser porque bati meu dedo mindinho naquele móvel que você deixou no quarto, depois quebrei um copo na cozinha e a água do prédio acabou — Contei nos dedos.

𝐃𝐎𝐈𝐒 𝐀 𝐔𝐌 • 𝐃𝐈𝐄𝐆𝐎 𝐂𝐎𝐒𝐓𝐀/𝐆𝐔𝐒𝐓𝐀𝐕𝐎 𝐆𝐎𝐌𝐄𝐙Onde histórias criam vida. Descubra agora