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(meta de 300 comentários)Quando escrevi esse capítulo, escrevi escutando “Um amor puro” do Djavan, coloquem!!!

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(meta de 300 comentários)
Quando escrevi esse capítulo, escrevi escutando “Um amor puro” do Djavan, coloquem!!!

𝐂𝐀𝐑𝐈𝐍𝐀 / 𝐋𝐎𝐈𝐑𝐀
|| SÃO PAULO ||
~ mesma noite
“a parte mais linda”

As horas passaram num turbilhão de sensações diferentes e muitos médicos diferentes. Todos no hospital conhecem meu pai. Primeiro dos dias que minha mãe passou fazendo quimioterapia por aqui, depois simplesmente porque meu pai é meu pai. Ele conhece todo mundo e faz conta de todo mundo.

O médico que cuidou dele diz que vamos poder levá-lo pra casa assim que amanhecer se não houver nenhuma alteração, então ficamos todos quietinhos dentro do quarto. Ele dormindo e eu sentada no chão pelo que parece uma eternidade. Diego saiu algumas vezes, colocou o carro em outra vaga, pegou algo pra gente comer e agora tá voltando de novo com o celular na mão e uma cara de cansado no rosto.

—Desculpa — Falei quando ele sentou do meu lado — Tudo bem se você quiser ir agora. A gente conhece algumas pessoas aqui que podem sabe? Ajudar a gente.

—Hum — Ele murmura e olha pra frente, direto pra onde meu pai está — Tudo bem. Eu fiz umas ligações e avisei que vou passar uns dias longe.

—Sério? — Meu coração acelerou — Não quero te atrapalhar.

Ele ri e pende a cabeça para o lado.

—Tá tudo bem. Quero ficar e garantir que ele vai ficar bem em casa — Abriu um sorrisinho pequeno — Passei por isso com meu pai ano passado, sabia? Foi quando machuquei e fiquei o quanto pude com ele no hospital.

—Ele ficou bem? — Perguntei.

—Ficou sim — Me mostrou um sorriso — Então relaxa. Vou ficar.

—Obrigada — Encostei minha cabeça em seu ombro e me dei o luxo de fechar os olhos por um breve momento. Só respirar, pensar que tá tudo bem e acalmar meus nervos. Nós ficamos em silêncio, escutando só os bipes das máquinas, por tempo demais. E sei lá, talvez seja o quanto tudo isso me deixou mais calma, mas abro a boca e começo a falar — Minha mãe… Fez tratamento aqui. Não sei se na mesma sala, provavelmente não, mas eu vim aqui tantas vezes na infância — Soltei um suspiro — Fiquei lembrando disso quando a gente entrou, sabe? — Olhei pra ele — Meu pai sempre entrava comigo do jeito que a gente entrou.

—De mãos dadas? — Ele quer saber, mexendo na manga do próprio moletom que estou usando.

—É — Cocei a garganta, que decidiu ficar embargada mais uma vez — Ela teve câncer e tentou a quimio por um tempo, mas não… Não funcionou, então a gente levou ela pra casa.

—Quantos anos você tinha? — Continuou, descendo os dedos até a pulseira no meu pulso.

—10 — Murmurei baixinho — Não lembro direito de muita coisa, mas acho que fiquei um pouco… Paralisada, sabe?

𝐃𝐎𝐈𝐒 𝐀 𝐔𝐌 • 𝐃𝐈𝐄𝐆𝐎 𝐂𝐎𝐒𝐓𝐀/𝐆𝐔𝐒𝐓𝐀𝐕𝐎 𝐆𝐎𝐌𝐄𝐙Onde histórias criam vida. Descubra agora