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Catarina

Ágata foi o caminho inteiro em silêncio como se não soubesse o que dizer ou como agir com a resposta de Aurélio, não conheço da mente humana e suas artimanhas, viver naquele lugar nojento me ensinou muitas coisas, uma delas é não confiar em ninguém mesmo parecendo ser algo feito com boa intenção, já tínhamos muitos problemas mentais para ter que lidar com um homem obcecado por Ágata. Ainda bem que no final aparentemente ele percebeu que minha irmã não é mulher para ele.

Hermes nos tranquilizou dizendo que não permitiria que nada de ruim nos acontecesse, confio nele sem dúvida nenhuma, sei que vai nos proteger. Os bebês já estavam dormindo quando chegamos em casa, levámos os pequenos para seus berços e depois formos para o nosso quarto dormir. Dessa vez, tomei três comprimidos de calmante, espero ter uma noite de sono tranquila sem perturbações com pesadelos horríveis com aqueles demônios mas infelizmente para meu azar as memórias malditas temam em brincar comigo.

Fecho meus olhos como tenho costume de fazer, como se não quisesse acreditar que estou aqui com este homem possuindo meu corpo. Não correspondo os beijos, são forçados, sinto muita dor quando entra em mim. Não o quero, e tenho nojo dele, com Cassius não era assim pois estava drogada de mais para sentir dor, tento cobrir os meus seios.

— Se escondê-los de mim de novo, vai levar uma surra.

Jogo as mãos para o lado do corpo deixando eles expostos para Zeus enquanto ele segurava com força meus seios, ele demora um certo tempo para gozar, mas quando consegue acaba caindo sob meu corpo, estou tremendo, quero fumar ou beber, preciso ficar entorpecida.

— Eu posso fumar um cigarro? Só um. Eu prometo que não peço mais. Talvez possa me dar um copo de uísque, por favor.

— Não, viciada de merda! Aqui não tem cigarro, drogas e bebidas, não vou ficar patrocinando o vício de nenhuma puta.

Começo a chorar sem parar, desesperada para usar. Sei que ele não me dará nada, já tinha implorado outras vezes sem conseguir nada, me levanto andando de um lado para o outro dentro do quarto enquanto sinto o maldito esperma dele escorrendo por minhas pernas.

— Cassius cuidava de mim, com ele eu era realmente feliz, não me faltava nada. Me deixe voltar para ele, o que posso fazer para que você permita que seja dele de novo? Eu faço qualquer coisa, é só dizer. Quer que eu fique com vários? É só dizer, que eu fico.

— Puta idiota, ele não quer você. Precisa ouvir da própria boca dele, não é? Vou resolver isso bem rápido.

O vejo pegando o celular ligando para Cassius dizendo que precisava falar com ele, já estava vestida com uma camisola quando Cassius chegou, sorri em sua direção, se ele veio é porque vai me levar de volta e tudo será como antes.

— Estou aqui, senhor, o que precisa de mim?

— Cão, essa vagabunda acredita que possa voltar a ser sua, no entanto, para que isso aconteça você precisa me dizer: quer essa vadia novamente? Se quiser, ela é sua de novo, é só dizer.

Cassius riu debochando de mim, fiquei surpresa voltando a chorar só perceber que Cassius não veio me buscar e sim humilhar.

— O que vou querer com uma viciada? Deveria jogá-la no bordel, tenho certeza que nossos clientes vão gostar de trepar com uma princesinha italiana. Jamais vou querer essa mulher de volta, estou com uma outra bem melhor.

— Está dispensado, cão.

Ele saiu rindo enquanto me recolhia tremendo as mãos chorando ao perceber que Cassius nunca teve nenhum sentimento bom por mim, ele somente me usou.

— Pare de chorar, imbecil. Vá tomar um banho, depois quero que faça uma boa massagem em mim, quem sabe se fico relaxado o suficiente para não querer trepar com você de novo.

Acordo assustada notando que Ágata está dormindo, ela provavelmente está muito cansada, não tem o costume de dormir tanto, noto que não está acordada pelo silêncio e o leve som da sua respiração, me levanto pronta para acabar com tudo, não aguento mais sentir essa dor e recordar dessas lembranças terríveis.

Vou até o banheiro procurando os remédios com as mãos, sei que Ágata guarda dentro do armário, puxo a primeira graveta encontrando facilmente todos os remédios e colocando cada um deles em minha boca, começo a sentir meus membros inferiores fraquejarem, acabo deitando no chão do banheiro, agora é uma questão de tempo até tudo isso acabar, logo não vou lembrar. Terei um descanso de tudo que me fez mal para sempre.

Catarina Onde histórias criam vida. Descubra agora