5 - Catarina

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— Não sei o que a sua boceta tem que deixou Zeus querendo tê-la de novo, mas isso não vai durar, entendeu?

— Eu pertenço a Cassius.

Dana riu enquanto me levava para um quarto afastado dos outros, estou apavorada com a possibilidade de Zeus querer me tocar de novo. Estamos em frente a uma porta diferente das outras, as ombreiras são decoradas com algo que parece ouro, a porta é toda dourada e bonita.

— Pertence a família Lycaios, garota! Deixe que ele faça o que quiser com você, não o recuse, Zeus pode ser bem agressivo quando não fazem o que ele quer. Entendeu?

Ela apertou meu braço com raiva, não entendo porque está assim, eu não quero Zeus, tenho nojo dele e do que fez comigo. Dana abre a porta, Zeus está usando apenas uma cueca, vejo uma maca aberta, ele sorri como o próprio demônio esperando para levar minha alma para o inferno.

— Pode sair, Dana! Se precisar de você, saberei onde encontrá-la.

A mulher saiu me deixando sozinha com este demônio, Zeus continuou com sua postura de rei do mundo, respiro fundo tentando não pensar que ele pode querer fazer aquilo de novo comigo.

— O que preciso de você é bem simples, putinha italiana: vou me deitar nessa maca e você vai cuidar de mim, acha que consegue?

Eu consigo. Fazia massagens nos pacientes no hospital do convento, sei de práticas de massoterapia apenas por ver em vídeos e observar as freiras fazendo, preciso apenas ficar calma e deixar minha mente comandar minhas mãos. Ele se deita na maca, caminho até uma mesa onde tem óleos e cremes, opto pelo óleo de amêndoas, coloco uma quantidade generosa nas mãos começando a passar em suas costas.

Aperto os pontos rígidos das suas costas sendo firme nesses locais e delicada nos lugares que estão mais maleáveis, Zeus está calado não reclama apenas quando coloco mais força que se mexe. Termino de massagear as costas, descendo para as pernas, tem algumas tensões, nada difícil de aliviar.

— Suas mãos são divinas. Onde aprendeu?

— No hospital do convento. Para recuperação de alguns pacientes é importante as massagens e a fisioterapia. Está tenso em algumas partes das costas, faz algum exercício? Se sim, aconselho atenção com a postura como também práticas que fortaleçam a sua estrutura.

Ele riu debochando de mim, lembrei de Santa Bárbara, provavelmente sofreu muito como eu, ela foi renegada pelo pai e morta por ele, talvez meu pai também queira isso, minha morte em compensação do que houve com seu objeto mais precioso, minha mãe.

— As outras conversam mais, tentam ter vantagens comigo depois de favores prestados, mas você é calada, italiana!

— É necessário o silêncio para não fazer o movimento das mãos de forma errada. Não quero vantagens.

Aperto um ponto ouvindo a reclamação de Zeus, ouço a freira chefe falando em meu ouvido sobre a concentração e dedicação. “Faça com amor como se estivesse cuidando da Sagrada Família” , sorrio ao me lembrar dela, Alessa e eu aprendemos tanto com ela.

— Se vire preciso massagear seu tórax como também seus braços, por favor, os levante.

Zeus segurou minha mão com força como se estivesse desconfiando de mim e dos meus movimentos.

— Não vou machucá-lo. Temos que terminar, depois da massagem no tórax irá descansar bem, eu garanto.

— Sei que não seria capaz de me machucar, garota, se não teria feito isso no jatinho. Sou um homem desconfiado, espero que entenda, vou deixar que faça e não vou atrapalhar seu trabalho, querida.

Fiz as massagens sem interrupções dele, fiquei rezando para que ele não quisesse nada comigo, no final, conclui a massagem no rosto e no couro cabeludo, ele parecia dormir quando finalmente terminei. Me afastei calculando bem a distância da maca até a porta.

— Senhor, terminei sua massagem.

Ele se levantou sorrindo e bocejando, fiz de uma forma que o sono dele seria extremamente pesado, com certeza não dará conta de nada.

— Gostei da sua massagem, italiana, quero que venha pelo menos uma vez na semana, suas mãos e seu jeito são diferentes. O que mais faz de especial além é claro de abrir as pernas para meu cão?

— Falo latim, francês, inglês e espanhol, além de falar também escrevo muito bem todas essas línguas. Além de saber tudo sobre catecismo, na verdade, isso tudo é inútil aqui.

Lembrar do que minha família fez comigo me matava mais um pouco. Eles sempre me odiaram, mas estar aqui nesse lugar, afundando a minha vida pouco a pouco foi cruel demais.

— Realmente catecismo católico é inútil em um bordel, no entanto, o restante é útil. Trabalho com americanos, franceses, ingleses e espanhóis, se for discreta terá um trabalho melhor do que somente deixar meu cão satisfeito.

Trabalhar para o crime não era o que eu queria de todo o coração, mas Cassius nega me dar o que preciso sem a sua supervisão portanto vou conseguir por outros meios.

— Serei discreta. Só quero em troca drogas e toda bebida que eu quiser de maneira ilimitada e sem supervisão, se estiver preocupado que vai atrapalhar o meu trabalho, não se preocupe, serei uma boa funcionária.

— Combinado. Amanhã você começa, se não estivesse tão relaxado e com sono, sabe que estaria de quatro enquanto fodia você, não sabe?

Nojento. Se soubesse como tenho asco dele com certeza me mataria.

— Sei sim, eu sou só uma vadia, e entendo que apesar de tudo que sei no final é isso que sou, uma prostituta.

Ele me manda sair se deitando na cama, caminho pelos corredores sentindo o ar faltar dos meus pulmões disfarço assim que encontro Ágata, ela está com o semblante fechado de antes mas percebe como estou apavorada e de onde vim.

— Zeus a quis de novo? Ele nunca quer uma garota de novo.

— Não, ele não me quis, só fiz massagem nele. Preciso voltar para o quarto, Cassius está me esperando, eu preciso dele.

Na verdade, eu necessito das drogas que vão aliviar meu pânico, Cassius sabe o que fazer para me acalmar e deixar tudo bem.

— Não se apaixone por ele, Cassius é o pior de todos eles, estou avisando.

— Ele é bom, Cassius me ajuda a relaxar, não pode ser pior que os outros. Não sabe nada sobre, só se tiver sido uma das garotas que foi fixa dele, é por isso que fala tão mal dele.

— Não, Catarina, eu falo mal dele porque ele me vendeu quando tinha 13 anos, quando na verdade deveria me proteger. Nunca foi fixa dele, Cassius é meu irmão.

Catarina Onde histórias criam vida. Descubra agora