Sabe aquela pequena luz?
Não a vejo nem no breu mais escuro.Eu pedi ao garçom
que traga um punhado de mim,
servido como prato principal,
que divida da minha pele,
vista-me de mim mesmo e diga-me
se estou atraente.Tudo que vinha na minha frente, está sumindo.
Eu não sei onde pisar e se devo pisar.O tango que tocava era tão mentiroso.
Eu tampei os ouvidos para poder escutar o silêncio,
que idiota eu fui ao pensar
que por dentro faria algum silêncio.Vá se fuder!
Nos tetos espelhados daquele antigo restaurante,
me vendo assim, de cabeça para baixo,
de frente e verso,
esperando você me dizer
quanto custou esse vinho seco que eu nem bebi.Pare de apontar!
A vitrola suja arranha nos solos de saxofone,
dando ginge nos clientes, que disfarçam o incômodo com sorrisos,
e eu só me perguntando:Por que dói tanto tentar pensar em mim?
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Um Diálogo Com A Culpa
PoetryPoemas e crônicas de uma síndrome de impostor. "Um Diálogo com a Culpa" é uma coletânea de poesias e crônicas que explora as profundezas das emoções humanas, especialmente a culpa, a solidão e as inquietações da mente. Através de versos introspectiv...