Estamos S.Ó.S

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Da cor da pele 
Esse vinho tinto tem a cor da minha pele. 
A gravata aperta o pescoço, sufoca, 
E o corpo entorta. 
Minha coluna enverga que nem sapato de couro. 
Peço desculpas ao meu corpo, 
Contendo sentimentos, amansando o touro. 

Já não tenho tempo, 
Tão novo, e já não tenho tempo. 
Sinta os meus calos, já pararam de arder, 
Mas me deixou com um toque, crespo. 
Está vendo? 
Desse cabelo crespo, já paguei o preço. 
Minha cabeça ainda tá cheia de química. 
Quando lembro das feridas, ainda choro, me irrita 
Pensar que não foi pra mim, 
Foi pra eles pensarem que "tá menos feio". 

Cobram que eu tenha autoestima, 
Mas já perdi o caminho. 
Tô esgueirando pelos muros, 
Esquecendo de descansar nas esquinas, 
Esquivando dos espelhos, nuca nas vitrines. 
É um protesto, mas outros falam "é só um filme". 
Atenção? Não vale a pena, 
"É só mais um poema".

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