Calçada Covarde

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Todos os dias ele fingia estar acordado,
De pés rachados,
Rugas, dor e cachaça,
Cigarro barato.

Todas as noites ele se matava,
E por azar, no outro dia,
Ele sempre estava vivo,
Traiçoeira ironia.

Um amontoado de experiências,
Vagando pelo nada,
Procurando o descanso,
Espremendo o ócio e sangrando.

Ele perdeu tudo,
Força e vontade,
Foi-se de barco, velejando para o fim,
Pois viver virou um ato desnecessário da vaidade.

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