Capítulo 10 (Nanami)

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Após alguns dias nos desencontrando, eu decidi marcar um almoço com Itadori para que pudéssemos conversar e nos atualizar sobre a vida um do outro. Desde que comecei a sair com S/n, senti que nos afastamos um pouco e não temos conversado como antes. Estávamos no restaurante favorito de Itadori, comendo hambúrgueres em um silêncio um tanto constrangedor.

— Então, como está a faculdade? — perguntei, tentando quebrar o silêncio.

— Normal. E o seu trabalho? — ele perguntou, dando outra mordida no hambúrguer.

— O de sempre — respondi, limpando minha boca com o guardanapo. — Muito trabalho e pouco tempo para diversão.

— Ah, você e S/n têm passado muito tempo juntos, pelo que o Ino me disse — comentou Itadori, levantando uma sobrancelha em minha direção.

— Faz sentido passarmos tempo juntos — disse, evitando mencionar que eu e S/n estávamos juntos de alguma forma. — Afinal, ela é assistente do meu secretário.

— Acho que você está certo — respondeu, olhando para o relógio preocupado. — Eu preciso ir, estou atrasado para a faculdade.

— Também estou atrasado. Até mais tarde — falei, chamando a garçonete para pagar a conta. — Se quiser carona para a galeria, me liga; vou sair no mesmo horário que você.

— Valeu, pai — disse Itadori, apressado, enquanto se levantava e pegava suas coisas. — Tchau.

Depois de pagar pela comida e pegar uma sobremesa para S/n, fui para o escritório, onde tinha muitos documentos para revisar em pouco tempo, especialmente com a festa de um amigo na galeria mais tarde. Como Ino também ia, eu tinha uma desculpa para levar S/n comigo. Por sorte, a levei para fazer compras ontem e lhe dei um belo vestido e algumas joias para combinar. Com certeza ela ficaria linda.

Assim que cheguei ao meu escritório, encontrei S/n sentada na minha cadeira, olhando para cima, distraída. Me aproximei lentamente e coloquei a sacola com a sobremesa sobre a mesa antes de puxar sua mão para que ela se levantasse. Então, me acomodei na cadeira e a puxei para o meu colo. Ela me olhou com surpresa, mas logo sorriu brevemente; em meus olhos, ela estava linda, e seu sorriso brilhava ainda mais.

— Vejo que aproveitou minha ausência — comentei, envolvendo meus braços em torno de sua cintura e beijando sua bochecha. — Você estava linda distraída assim.

— Eu não estava distraída, só estou com sono depois do almoço — respondeu, olhando para mim com aquele brilho nos olhos. — Comi muito e fiquei cansada.

— Então você não vai aceitar a sobremesa que eu trouxe? — perguntei, pegando a sobremesa e colocando na sua frente.

— Sabe, eu ainda estou com um pouco de fome — disse ela, abrindo a embalagem e sorrindo para mim. — Torta de morango! Obrigada!

— Qualquer coisa por você — respondi, dando-lhe um beijo na bochecha.

Assim que ela terminou de comer, voltamos ao trabalho até a hora de sairmos e nos arrumarmos para a festa na galeria de artes. Decidi que seria melhor nos encontrarmos lá, para evitar suspeitas sobre por que estávamos juntos. Quando cheguei à galeria, S/n já estava lá, e sinceramente, ela estava deslumbrante com aquele vestido que compramos na noite passada. Caminhei em sua direção quando a vi admirando um quadro pintado em aquarela.

— Sabe, eu nunca tive gosto para arte — disse a garota, ao me aproximar. — Eu só conheço o Van Gogh e o Picasso.

— Entendo, pintores famosos — comentei, pegando uma taça de champanhe para nós dois e entregando uma a ela. — Eu sempre admirei pinturas de paisagens; sempre quis uma com praia, mas nunca consegui encontrar uma assim.

— Você gosta de praias? — perguntou a garota.

— Quando tiver minhas férias, irei para a praia da Malásia — falei, olhando para ela. — Sentir a areia quente nos pés, tomar drinks que me deixem perdida para voltar ao hotel e comer frutos do mar.

— Parece bom — disse S/n, sorrindo.

— Realmente, talvez você venha comigo — sugeri, enquanto caminhávamos para ver outro quadro. — Esse parece bem abstrato.

— Um movimento criado em 1800, baseado nas artes de Van Gogh e Aragão — explicou a garota, com um ar inteligente. — Isso transmite os sentimentos do artista de forma prática e inteligente.

— Essa parte do abstrato é verdade? — perguntei, curioso. — Você realmente sabe disso?

— Não, eu inventei — respondeu, rindo e colocando a mão no meu ombro de forma provocante. — Eu certamente conseguiria te enganar, se sua cara não tivesse sido tão engraçada.

— Você é maluca — disse, segurando a mão dela e dando um beijo na palma. — Mas eu gosto disso.

Sorrimos um para o outro com atenção e um brilho nos olhos, e naquele momento, entrelacei meus dedos nos dela. Meu sorriso se ampliou quando seus olhos se fixaram nos meus, com um pequeno brilho de carinho. Estava prestes a beijá-la ali, em público, quando ouvimos o tilintar de uma taça de vidro. Nos viramos para o artista, que começou seu discurso de agradecimento. Rapidamente soltei a mão de S/n, dando-lhe um sorriso nervoso.

Obrigado por lerem ♥️

𝒮𝓊𝑔𝒶𝓇 𝒹𝒶𝒹𝒹𝓎- 𝒩𝒶𝓃𝒶𝓂𝒾 𝒦𝑒𝓃𝓉𝑜 Onde histórias criam vida. Descubra agora