Whispers of silence - 002

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Boa leitura!

No dia seguinte, paguei o preço por ter dormido no carro. Todo o meu corpo doía e eu precisei tomar um banho depois da aula de educação física porque o papel toalha do banheiro do restaurante não fazia milagres. Eu não tive tempo de secar meu cabelo, então cheguei na aula seguinte com o cabelo pingando. Não era minha melhor aparência, mas eu tinha estudado com as mesmas pessoas a vida inteira. Eu era como o papel de parede.

Ninguém reparava em mim.

- Romeu e Julieta está cheio de provérbios, aqueles bocados de sabedoria concisa que são uma afirmação de como o mundo e a natureza humana funcionam. - Minha professora de inglês era jovem e empolgada e eu suspeitei profundamente de que ela tinha tomado café demais. - Mas vamos sair um pouco de Shakespeare. Quem pode me dar um exemplo de um provérbio cotidiano?

Cavalo dado não se olha os dentes, pensei, enquanto minha cabeça latejava e gotas de água escorriam pelas minhas costas. Quem não tem cão caça com gato; a ocasião faz o ladrão.

A porta da sala se abriu. Uma auxiliar esperou que a professora olhasse para ela, e então anunciou alto suficiente para que toda a classe ouvisse:

- Park Jimin, compareça à diretoria.

Eu imaginei que isso queria dizer que minha prova estava corrigida.
Eu não era ingênuo de esperar um pedido de desculpas, mas eu também não esperava que o sr. Altman estivesse me aguardando na antessala, muito menos sorrindo como se tivesse acabado de receber uma visita do Papa.

- Jimin!

Um alarme soou no fundo da minha mente, porque ninguém nunca ficava feliz assim de me ver.

- Por aqui. - Ele abriu a porta da sua sala e eu notei um curto rabo de cavalo azul neon familiar lá dentro.

- Yoon? - Ele estava usando um uniforme estampado de caveirinhas e nenhuma maquiagem, duas indicações de que ele tinha ido até a escola direto do trabalho. No meio de um turno. Auxiliares de enfermagem que trabalham em casas de repouso não têm permissão para simplesmente ir embora no meio de um turno.

A menos que algo estivesse muito errado.

- O papai... - Eu não consegui completar a pergunta.

- Seu pai está bem.

A voz que deu essa declaração não pertencia a Suga ou ao diretor Altman. Eu virei a cabeça e olhei para trás do meu irmão. A cadeira do diretor estava ocupada por um cara não muito mais velho que eu.

O que está acontecendo?

Ele estava usando um terno e parecia o tipo de pessoa que deveria ter um séquito o seguindo.

- Pelo menos até ontem - ele continuou dizendo, com a voz baixa, grave, controlada e precisa -, Park jihoon estava vivo, bem e desmaiado em segurança em um quarto de hotel em Michigan, a uma hora de Detroit.

Tentei não olhar para ele, mas falhei.

Cabelo claro. Olhos pálidos. Traços como pedra entalhada.

- Como você sabe disso? - exigi. Eu não sabia onde o inútil do meu pai estava. Como ele sabia?

O garoto de terno não respondeu à pergunta. Em vez disso, ele arqueou uma sobrancelha:

- Diretor Altman? Pode nos dar um momento?

O diretor abriu a boca, imagino que para protestar por ser tirado de sua própria sala, mas a sobrancelha do menino se ergueu ainda mais:

whispers of silence - JJK + PJM Onde histórias criam vida. Descubra agora