Whispers of silence - 009

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Boa leitura!

Muito tempo depois de Jungkook ter desaparecido na escuridão e a porta da lareira ter se fechado, eu ainda estava no mesmo lugar, observando. Essa era a única passagem secreta para o meu quarto? Em uma casa como essa, como eu poderia saber se estava sozinho?
Por fim, eu me movi e peguei o envelope que Jungkook tinha deixado na cornija, embora tudo em mim se revoltasse contra o que ele tinha dito. Eu não era um quebra-cabeça. Eu era só um garoto.

Eu virei o envelope e vi o nome de Jungkook escrito na frente. Essa é a carta dele. A que ele recebeu na leitura do testamento. Eu ainda não tinha ideia do que significava a minha própria carta, nenhuma ideia de pelo que jung-woo estava pedindo desculpas. Talvez a carta de Jungkook esclarecesse algo.

Eu a abri e li. A mensagem era mais longa que a minha e fazia ainda menos sentido.

Jungkook,
Antes o mal que você conhece do que o mal que você não conhece, será? O poder corrompe. O poder absoluto corrompe de forma absoluta. Nem tudo que reluz é ouro. As únicas certezas na vida são a morte e os impostos. Para lá, pela graça de Deus, eu vou.

Não julgue.

— Jeon jung-woo

Na manhã seguinte eu já tinha memorizado a carta de Jungkook. Ela parecia ter sido escrita por alguém que não dormia havia dias – maníaco, soltando um clichê atrás do outro. Mas, quanto mais as palavras marinavam no meu cérebro, mais eu começava a considerar a possibilidade de que jungkook estivesse certo.
Tem alguma coisa nessas cartas. Na de jungkook. Na minha. Uma resposta – ou ao menos uma pista.
Saí da cama imenso e fui tirar meus celulares (sim, no plural), do carregador quando percebi que meu celular antigo tinha desligado. Com apertos fortes no botão de ligar e um pouco de sorte eu consegui convecê-lo a voltar à vida. Eu nem sabia como começar a explicar as últimas 24 horas para lisa, mas eu precisava falar com alguém.

Eu precisava de um choque de realidade.

O que eu tinha eram mais de cem ligações e mensagens perdidas. De repente, ficou claro o motivo para Rose ter me dado um novo celular. Pessoas com quem eu não falava havia anos me mandaram mensagem. Pessoas que tinham passado a vida me ignorando imploravam pela minha atenção. Colegas de trabalho e da escola. Até mesmo professores. Eu não tinha ideia de como metade deles havia conseguido meu número. Eu peguei meu novo celular, fiquei on-line e descobri que meu e-mail e as redes sociais estavam ainda piores.
Eu tinha milhares de mensagens – a maioria de estranhos. Para algumas pessoas, você vai ser Cinderela. Para outras, Maria Antonieta. Os músculos do meu estômago se apertaram. Larguei os dois celulares e me levantei, colocando a mão sobre a boca. Eu devia ter previsto isso. Não era para ter sido nenhum choque. Mas eu não estava pronto.

Como alguém poderia estar pronto para isso?

— Jimin? — Uma voz, feminina chamou.

— Rose? — Eu chequei antes de abrir a porta do quarto.

— Você perdeu o café da manhã. — Foi a resposta. Áspera, profissional, definitivamente Rose.

Eu abri a porta.

— O Sr. Lee jisung não tinha certeza do que você ia querer, então ele fez um pouco de tudo. — Rose me disse.
Uma mulher que eu não reconheci – vinte e poucos anos, talvez – a seguiu para dentro do quarto com uma bandeja. Ela a apoiou na minha mesinha de cabeceira, me observou com uma careta e saiu sem dizer uma palavra.

— Eu achei que os funcionários só viessem conforme fosse necessário — eu disse, me dirigindo para Rose depois que a porta fechou.

Rose suspirou longamente.

— Os funcionários — ela disse — são muito, muito leais e estão extremamente preocupados agora. Essa — Rose apontou a porta com a cabeça — é uma das novas. É de Hoseok.

Eu apertei os olhos, indagando:

— O que você quer dizer com “é de Hoseok”?

Rose nunca perdia a compostura.

— Hoseok é um pouco nômade. Ele vai embora. Fica por aí. Ele encontra algum buraco para trabalhar como barman por um tempo e então, como uma mariposa na direção da luz, ele volta, normalmente trazendo uma ou duas almas perdidas. Como você deve imaginar, há muito trabalho na Casa Jeon e o sr. Jeon tinha o hábito de empregar as almas perdidas de Hoseok.

— E a menina que acabou de sair? — perguntei.

— Ela está aqui há mais ou menos um ano. — O tom de Rose não deixava transparecer nada. — Ela morreria por Hoseok. A maior parte deles morreria.

— E ela e Hoseok estão… — eu não tinha certeza de como formular isso — envolvidos?

— Não! — rose cortou. Ela respirou fundo e continuou. — Hoseok não deixaria algo acontecer com alguém sobre quem ele tem algum tipo de poder. Ele tem suas falhas, entre elas um complexo de ser uma espécie de salvador, mas ele não é desse tipo.
Eu não aguentava mais o elefante na sala, então resolvi falar:

— Ele é seu ex?!

O queixo de Rose se ergueu.

— Nós ficamos noivos por um tempo — ela concordou. — Éramos jovens. Havia problemas. Mas, eu garanto, não tenho nenhum conflito de interesse ao representá-la.

whispers of silence - JJK + PJM Onde histórias criam vida. Descubra agora