𝑴𝑨𝑳𝑰𝑵𝑨 𝑭𝑳𝑬𝑻𝑪𝑯𝑬𝑹 cresceu sem sua mãe, em um ambiente conturbado e sem nenhum afeto.
𝑫𝑬𝑷𝑶𝑰𝑺 𝑫𝑨 𝑴𝑶𝑹𝑻𝑬 𝑫𝑬 𝑺𝑬𝑼 𝑷𝑨𝑰, a garota será obrigada a ir morar com Rose, que a abandonou desde que era uma criança e vai ter que apr...
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Ao sair do clube, fui diretamente para casa do Kelce, jogamos vídeo game enquanto o mesmo pedia ajuda com as papeladas que tinha que preencher do escritório do pai dele. Smith era um futuro advogado, mas não seria dos mais inteligentes. Nós não hesitavamos em ajudar ele já que Topper não estava muito diferente e muito menos em posição de julga-lo. Graham chegou algumas horas depois e foi direto até a geladeira pegar uma das bebidas sem álcool que ele venerava. Nunca entendi o que tinha demais naqueles sucos industriais.
- Você vai fuder a Malina na primeira semana dela. - Ele diz sentando na poltrona a minha esquerda, fazendo com que Topper e Kelce ficassem calados, parando de discutir para prestarem atenção.
- É o meu plano! - Respondo com um sorriso malicioso e logo reviro os olhos com a feição de cansaço dele. - O que aconteceu?
- Barry foi atrás dela. - Ele responde e eu sinto meu sangue gelar ao ouvir isso. Se Malina quisesse falar isso para o meu pai, eu era um homem morto. - Antes que você perca o controle, ela parecia saber exatamente com o que estava lidando!
Assim que ele diz isso, eu finjo ser uma novidade para mim, mas não era. Eu havia pesquisado sobre cada detalhe da vida de Malina, ela era uma novidade inusitada e minha parte favorita no processo do conhecimento social, era saber os pontos chaves para irritar a pessoa. E ela era uma pessoa extremamente fácil de tirar do controle.
- Você parece bem interessado. - Comento enquanto ele se rende.
- Desisto, não da para manter uma conversa com você quando você está no cio! - Exclama arrancando risadas de Topper e Kelce. - Ela é maneira, mas não. Eu não comeria ela.
Durante todo restante do tempo que eu fiquei ali eu apenas fiquei pensando nas consequências que eu poderia ter caso Malina cogitasse em contar para o meu pai. Nossa relação nunca foi boa. Sempre odiei as mulheres que ele levava para casa e nos apresentavam como nossas novas mães, era sempre a mesma merda. Todas as mulheres agem por interesse, é apenas questão de tempo até alguma mostrar o que realmente quer e eu sei que com aquela garota não vai ser diferente.
Voltei para casa sentindo minhas têmporas doerem. Ao ir para cozinha tomar remédio percebi a pia vazia enquanto Wheezie comia ovos com pão e me lembrei que Graham havia dito que deixou Malina em casa. Me pergunto se essa garota tem algum tipo de transtorno com comida, nunca a vejo comer nada.
- Malina comeu? - Pergunto e Wheezie nega com a cabeça.
- Ela não saiu do quarto desde que chegou. Acho que dormiu e vai pular o jantar!
Concordo achando viável a ideia de que a mesma apenas estivesse dormindo mas ao passar pelo quarto dela vi que estava escrevendo algo em seu caderno pela porta entreaberta. Suspiro pesadamente refazendo meus passos e indo até a chave do carro.
- Onde você vai?
Wheezie pergunta, mas eu estou com muita pressa para responder. Ao entrar no carro percebo que não sei o que Malina gosta de comer. Ela nunca recusou nada mas tampouco aceitou. Dou de ombros dirigindo até um restaurante italiano mas assim que estaciono na frente penso no lugar que ela morava, imaginando o que ela provavelmente gostaria de comer. Fui até o Cut parando em uma praça onde haviam varios food trucks em volta e me arrependo de não ter a trazido para escolher.
Assim que estava pago, peguei a sacola e levei de volta para casa torcendo para que agora ela realmente não estivesse dormindo, pois eu a acordaria. Gastei meu dinheiro para alimentar a garota, então ela comerá!
Entrei no quarto dela vendo a luz ainda ligada, observando ela levantar a cabeça lentamente, cruzando seu olhar com o meu e em seguida para a sacola que eu deixei em cima da cômoda do quarto dela. Não sei porquê mas continuei parado ali observando que o caderno ainda estava na mão dela.
- A quanto tempo está escrevendo? - Pergunto enquanto ela me olha de uma maneira estranha. Era difícil decifrar a Malina, ela sempre parecia estar escondendo algo.
- O que é isso? - Ela pergunta se referindo a sacola e eu reviro os olhos entregando na mão dela que não teve o trabalho nem de levantar.
- Eu não sabia que comida você gostava. Peguei um de cada. - Digo travando o maxilar enquanto olho o desenho do restaurante que estavamos mais cedo que ela havia feito. Ela desenha.
- Não precisava, Rafe. Lá embaixo está lotado de comida! - Ela diz já arrumando motivos para discutir comigo.
- E eu ainda sim comprei essa para você. Seja mais grata! - Digo procurando provoca-la, mas parece que algo a atingiu quando ela assentiu e pela primeira vez vi um sorriso nos lábios dela.
- Obrigada! - Ela diz analisando as comidas.
- Obrigada nada, me deve 40! - Digo saindo do quarto e fechando a porta.
Algo nela me intrigava de uma forma estranha. Não sabia se era positivo nem negativo, apenas sabia que a presença dela aqui não era certa. Malina não era da família e no fundo parecia que ela concordava comigo. Coloquei na minha cabeça que eu tinha apenas duas metas com ela:
1. Descobrir o que cada uma das expressões confusas dela significam.
