Capítulo 1: Ruínas

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Num recanto remoto de um país distante, uma expedição arqueológica está em pleno fervor de suas escavações. Faz uma semana que a equipe está no local, e a esperança de encontrar algo valioso já se perdera. Enquanto o sol se põe sobre as antigas ruínas, um dos membros da equipe, nervoso e excitado, chama sua colega próxima.

— Sofia! Rápido! Venha ver isso! — A voz do arqueólogo ecoou pelas ruínas antigas, despertando a curiosidade de Sofia e de toda a equipe.

Com mãos trêmulas e olhos arregalados, o arqueólogo cuidadosamente desenterra o artefato que parece ter sido esquecido pelo tempo. Sua forma esférica e sua superfície é lisa e brilhante, com padrões intrincados que parecem pulsar levemente sob a luz do entardecer.

— O que é isso? Deixe-me ver... — Sofia se aproximou relutante, mas curiosa.

Desde que Sofia se formou em arqueologia, iniciou sua primeira expedição e adquiriu experiência em todas as suas viagens, nunca estivera preparada para aquele momento. O objeto carregava uma peculiaridade imprópria às palavras.

— Daniel, preciso da sua ajuda aqui. Você pode verificar se consegue ler as inscrições? A escrita não parece ser grega.

— Deixe-me ver... — Daniel examinou as inscrições com cuidado, seu rosto revelando concentração. — Você está certa, Sofia. Isso não é grego. Não parece ser uma linguagem que conheço ou já tenha visto.

— Precisamos de alguém para decifrar isso. — observou Sofia.

— Dos nossos colegas, apenas três podem ler em outro idioma além do grego.

— Quem são esses três?

— Lívia domina a língua hebraica, John fala persa e Robert, além do grego, também sabe um pouco de latim.

Sofia os chamou para que pudessem identificar em que idioma estava escrito, mas nenhum conseguiu lidar com a confusa escrita do artefato, que não parecia possuir qualquer idioma conhecido.

Enquanto a equipe debatia sobre as possíveis origens do artefato, Sofia começou a sentir uma tontura repentina. Viu um dos arqueólogos cair desmaiado, seguido por outro. Um a um, os membros da equipe começaram a perder a consciência.

Procurando sua amiga com o olhar, Sofia tentou desesperadamente chamá-la.

— Lara... por favor... preciso... — suas palavras desapareceram no ar enquanto ela própria desmaiava. Antes de perder a consciência, percebeu algo no rosto de Lara: um tipo de horror indescritível. O rosto de Lara se contorcia de tal forma pelo que tinha visto que parecia outra pessoa, outro rosto. Uma imagem que jamais sairia de sua mente.

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