SOMBRAS

Capítulo 5: Terra em choque

Três dias se passaram desde a primeira videoconferência com os especialistas internacionais. Durante esse tempo, o mundo testemunhou uma enxurrada de descobertas arqueológicas sem precedentes. Artefatos idênticos ao encontrado em Göbekli Tepe começaram a surgir em locais antigos ao redor do globo, causando alvoroço na comunidade científica e despertando a curiosidade de todos.

Sofia, juntamente com a equipe estavam mergulhados em uma rotina frenética de pesquisa e comunicação constante com seus colegas internacionais. O artefato, guardado com extremo cuidado, tornara-se o epicentro de um mistério global.

Sofia estava sentada em sua tenda, revisando as últimas descobertas quando Daniel entrou, visivelmente agitado.

— Sofia, acabamos de receber uma atualização importante — disse ele, mal contendo a excitação. — Um novo artefato foi encontrado nas ruínas de Machu Picchu, no Peru. As inscrições são exatamente as mesmas, e a radiação também foi detectada.

Sofia sentiu um misto de fascínio e apreensão.

— Isso confirma que estamos lidando com algo de alcance global — respondeu ela, levantando-se. — Precisamos de uma nova videoconferência com todos os especialistas. Quanto mais artefatos encontramos, mais urgente se torna nossa necessidade de entender o que significam.

Enquanto Daniel organizava a reunião, Sofia saiu da tenda e encontrou Luiz conversando com alguns membros da equipe.

— Luiz, precisamos reunir todos novamente. Cada nova descoberta aumenta a complexidade do que estamos enfrentando.

Luiz, franzindo a testa, cruzou os braços.

— Sofia, eu sou o líder desta expedição. Conduzir a reunião é minha responsabilidade.

Sofia ergueu o queixo, determinada.

— Com todo o respeito, Luiz, eu estou mais envolvida na análise dos artefatos. Minha experiência e conhecimento sobre eles são fundamentais para essa discussão. Eu preciso conduzir essa reunião.

— Você está questionando minha autoridade? — Luiz retrucou, o tom de voz endurecendo.

Sofia respirou fundo, mantendo a calma.

— Não é isso, Luiz. Mas nossa prioridade deve ser a eficiência e a clareza na troca de informações. Precisamos de alguém que conheça cada detalhe dos achados para liderar a conversa. E, nesse caso, sou eu.

Luiz hesitou por um momento, considerando as palavras de Sofia. Finalmente, ele assentiu, relutante.

— Tudo bem, Sofia. Você conduz a reunião. Mas não esqueça que ainda sou o líder da expedição.

— Entendido, Luiz. Obrigada pela confiança — respondeu Sofia, sentindo uma onda de alívio.

Pouco tempo depois, a equipe estava reunida na grande tenda de reuniões. As telas do computador novamente mostravam os rostos do Dr. Amir, da Dra. Li e do Professor Matsuda, além de novos especialistas de outras partes do mundo que haviam se juntado à investigação global.

— Dr. Amir, Dra. Li, Professor Matsuda, e todos os novos colegas, obrigado por estarem aqui — começou Sofia. — Nos últimos três dias, temos visto uma explosão de descobertas de artefatos semelhantes ao nosso. A pergunta que todos nós queremos responder é: o que isso significa?

A Dra. Li foi a primeira a falar.

— Em Pequim, encontramos artefatos em pelo menos cinco locais diferentes. Todos apresentam as mesmas inscrições indecifráveis. Estamos tentando encontrar um padrão, mas até agora, sem sucesso.

O Professor Matsuda, de Tóquio, acrescentou:

— Em Tóquio, fizemos uma descoberta interessante. A radiação emitida pelos artefatos parece flutuar em uma frequência específica. Isso pode ser uma forma de comunicação, talvez um sinal para algo ou alguém.

Os novos especialistas compartilharam suas descobertas de artefatos encontrados em locais tão diversos como Stonehenge, as pirâmides do Egito, e as ruínas maias na América Central. Cada relato adicionava uma peça ao quebra-cabeça, mas o quadro completo ainda escapava a todos.

— Precisamos encontrar um ponto comum entre todas essas descobertas — disse Sofia, determinada. — Algo que nos leve a entender por que esses artefatos estão aparecendo agora e o que eles representam.

Enquanto a reunião continuava, a conversa foi interrompida por um alarme vindo do equipamento de comunicação. Daniel correu para verificar e voltou com um semblante preocupado.

— Sofia, acabamos de receber uma mensagem urgente de uma equipe na Antártica. Encontraram um artefato semelhante enterrado no gelo, mas este emite uma radiação muito mais forte. A equipe está pedindo ajuda imediata.

Sofia sentiu um arrepio. A Antártica era um dos lugares mais inóspitos do planeta, e a descoberta de um artefato ali adicionava uma camada ainda mais complexa ao mistério.

— Precisamos enviar uma equipe para lá — disse Luiz, decidido. — Se a radiação é mais forte, pode significar algo crucial.

Sofia concordou.

— Vamos coordenar com a equipe na Antártica e enviar nossos melhores recursos. Este pode ser o avanço que precisamos.

Com a reunião chegando ao fim, ficou claro que o mistério dos artefatos estava longe de ser resolvido. Mas uma coisa era certa: a humanidade estava à beira de uma revelação monumental.