Capítulo 2: Despertar

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Sofia despertou lentamente, sentindo uma dor latejante na cabeça. Seu corpo estava pesado, os olhos demoravam a focar, e o ar ao seu redor parecia mais denso, como se algo invisível pressionasse contra ela. Enquanto lutava para se levantar, notou que os outros membros da equipe ainda jaziam desmaiados, espalhados pelo chão das antigas ruínas.

Ela tentou chamar por seus colegas, mas a voz saiu como um sussurro rouco, quase inaudível. O artefato, que causara tanto alvoroço, ainda estava lá, brilhando enigmaticamente sob a luz fraca do amanhecer, como um relicário de horrores esquecidos.

Com um esforço monumental, Sofia conseguiu se colocar de pé. Seu primeiro instinto foi verificar o estado dos outros. Lara estava deitada de costas, o rosto ainda contorcido de horror. Sofia sentiu um calafrio ao lembrar do olhar de espanto que vira antes de desmaiar. O que Lara tinha visto?

Sofia se ajoelhou ao lado de Lara e sacudiu-a levemente.

— Lara, acorde...

Lentamente, Lara começou a abrir os olhos, a expressão de medo ainda visível em seu rosto.

— Sofia... — Lara murmurou, tentando se sentar. — O que... o que aconteceu?

— Não sei... — respondeu Sofia, ajudando-a a se levantar. — Você viu alguma coisa antes de desmaiar? Alguma coisa atrás de mim?

Lara parecia hesitar, os olhos cheios de incerteza.

— Eu... não sei. Foi tudo tão rápido. Achei que vi... algo, mas... não tenho certeza.

Enquanto Sofia falava com Lara, ouviu um som desagradável e familiar. Virando-se, viu um dos arqueólogos inclinado para frente, vomitando violentamente no chão. O som do vômito e o odor que se seguiu espalharam-se pelo ar, fazendo com que outros arqueólogos despertassem com expressões de nojo e desconforto.

Daniel, pálido e trêmulo, começou a acordar, seguido pelos outros. A equipe estava claramente desorientada, cada um tentando entender a situação.

— Precisamos nos recompor e descobrir o que está acontecendo — disse Sofia, tentando manter a calma. — Alguém tem um telefone? Precisamos ligar para Luiz imediatamente.

Daniel procurou em seus bolsos e encontrou seu telefone.

— Sem sinal... — disse ele, frustrado. — Estamos muito longe de qualquer civilização. As ruínas de Göbekli Tepe estão a muitas milhas de qualquer grande cidade, e a vila mais próxima, Sanlıurfa, não possui infraestrutura suficiente para nosso contato imediato.

Sofia olhou novamente para o artefato. Algo nele perturbava a todos. Ela sabia que tinham que ser cuidadosos, mas também que não poderiam simplesmente abandoná-lo.

— Vamos voltar ao acampamento — sugeriu Sofia. — Precisamos reorganizar e tentar descobrir mais sobre este artefato. E, principalmente, precisamos de ajuda médica.

A equipe, ainda trêmula e abalada, concordou e, lentamente, começou a se mover na direção do acampamento. Enquanto caminhavam, Sofia não conseguia afastar a sensação de que algo os observava.

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