Naruto e Hinata: Entre as cartas

Minha mãe, você?

- Hime, tem certeza que não me quer ai com você? 

- Tenho sim Naru, eu tô bem amor, pode ficar tranquilo.

- Só vou me tranquilizar quando estiver abraçando você, não demora pequena e toma cuidado. 

- Sim amor, não se preocupe, eu te amo.

- Te amo mais, até mais tarde. 

Naruto desligou o celular com um pesar no peito, tudo tinha sido tão perfeito pela manhã e agora...

- Tá mais tranquilo meu sol?

- Ainda não dinda, eu tô preocupado com ela. 

- Eu sei amor mas Naruto, a Hinata é uma fortaleza e tem mais, eu acho que essa conversa entre ela e a mãe é muito necessária. 

- Eu sei que a senhora tem razão mas eu não quero minha Hina sofrendo.

- Eu sei que parece ruim, mas as vezes certas dores precisam ser sentidas ou não há libertação amor, logo ela vai estar de volta e você tem que estar pronto pra ela.

- A senhora tem toda razão, obrigado madrinha.

- Disponha sempre amor e então o que achou do apartamento?

- Demais, é do jeito que eu sempre quis, não imaginei que a senhora tivesse negócios naquele lado de Konoha.

- A imobiliária expandiu bastante, graças ao esforço do Shikamaru, aquele lá puxou o pai, um tino incrível pros negócios. 

- Shikamaru Nara é mesmo um gênio, tenho muito orgulho do meu melhor amigo, ele tá na empresa dinda? Acho que vou dar uma passada por lá.

- Na verdade, agora pela manhã ele ia visitar os irmãos da Temari, parece que finalmente a data do casamento foi escolhida.

- Incrível madrinha, então vou dar um pulo no Sasuke, a gente não se fala desde a festa, de lá vou direto pro Ichikaru.

- Vai sim amor, ele vai gostar muito. 

...

Hinata estava tensa, depois de se certificar de que Toneri não estava presente, decidiu esperar pela mãe na sala de estar, estava totalmente segura de sua decisão, seria uma conversa definitiva, a última conversa. 

Olhava para as fotos expostas na estante, seus momentos de infância quando era só uma bebê, Mio sorridente com ela nos braços, depois seus olhos passaram para o retrato onde Toneri aparecia ao lado de Mio, foi ali que tudo começou a mudar, pra pior.

Ouviu o barulho da porta, o barulho dos saltos da mãe ecoando em direção a ela, Mio parou no meio do caminho encarando a filha, Hinata logo percebeu os hematomas na mais velha, Kushina não tinha pegado leve. 

- Filha, que bom que você está aqui amor! 

- Não. Por favor Mio, não se aproxima.

Hinata se esquivou do abraço indo para outra extremidade da sala, precisava buscar ar, se serviu de um copo de água, sentia tanta angústia que tinha dificuldade pra engolir.

- Então é assim, agora deu pra me rejeitar. 

- Eu te rejeitar, ja esqueceu? Foi a senhora quem  me expulsou um ano atrás. 

- Aquilo foi da boca pra fora minha filha, quanto mais eu vou ter que te repetir isso? 

- Esqueça Mio, não é por isso que eu vim aqui. Acontece que cheguei ao meu limite, estou cansada, de tudo, simplesmente cansei! Chega de tentar ser compassiva com você, não vou mais ser empática com teu egoísmo, ja deu!