A sua metade - Mulher de um homem só

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Pov Maiara

Recebi a informação que Maraisa estaria indo para Araguaína e queria que todos fossemos embora. As minhas malas já estavam feitas e eu pretendia ir para a casa da Rosi, mas minha mãe me levou para a sua casa

O caminho até a casa da minha mãe foi silencioso e somente quando eu tomei banho foi que minha mãe veio conversar comigo

- Mais calma?- minha mãe falou ao sentar na cama

- Sim - falei envergonhada

- Então podemos conversar sobre o que aconteceu né?!- ela perguntou e eu acenei com a cabeça

- Vou começar pelo que eu acho mais preocupante. Você e sua irmã tiveram um desentendimento sem necessidade - ela então começou

- Mãe, eu- tentei falar mas fui interrompida

- Eu estou falando e quero que você escute. Você e sua irmã brigaram igual duas crianças. Você  machucou com palavras e com as mãos a pessoa que nasceu com você, que dá a vida por você

- Eu nunca duvidei disso, mas ela também me falou coisas que me machucaram- tentei me expressar

- Você acha que ela errou em que e porque?- minha mãe me questionava e eu não soube respoder

Era difícil admitir que eu queria a atenção de todos para mim, eram muitas coisas envolvidas

- Eu sei que errei com ela, não era a minha intenção ser tão dura com ela e nem com você. Eu realmente não estou acostumada a dividir as pessoas que eu amo, já divido o meu pai com a namorada, o Cesar filho com a Milena, agora a Maraisa com o cunhado e com a família dele e você agora com suas amigas- falei baixo e com vergonha

- Filha, você precisa entender que podemos te amar e amar outras pessoas também, ter outras amizades. Cada pessoa leva um amor especial e tem uma história particular. A sua irmã ama o Fernando e te ama muito, de formas diferentes. Eu te amo e amo minhas amigas, mas cada um tem o seu lugar

A minha ficha ia caindo e a vergonha aumentava cada vez mais

- Então agora você entende o que a sua irmã estava te falando? Você percebe que não foi nada de outro planeta e talvez na emoção da discussão as palavras usadas foram um pouco pesadas?- minha mãe colocava um pouco de serenidade em mim

- Entendo. Eu sei que ela não falaria nada para me machucar

- Vamos deitar e amanhã você liga para ela- minha mãe deitou ao meu lado

- Desculpas por ter te tratado daquele jeito e estragado sua festinha- falei com a voz embargada

- Tá desculpada filha, amanhã você se resolve com a sua irmã e eu fico em paz - ela falou me dando um beijo na testa e apagando a luz

Não estava conseguindo dormir porque a todo tempo eu lembrava da minha irmã, lembrava da forma como ela me olhava quando eu a empurrei, conseguia imaginar como ela estaria mal. Eu sabia que ela não iria me responder e eu queria saber se ela havia chegado bem, resolvi apelar para o meu cunhado e ele não me respondeu

Comecei a sentir um formigamento no corpo, não sabia identificar o que eu estava sentindo e isso estava me desesperando. Meu coração começou a acelerar e minha respiração ficando cada vez mais difícil, além de um frio assustador que me invadia

- Tá tudo bem filha? Você tá com insônia?- minha mãe perguntou ainda de costas para mim

Não conseguia responder e tentava me mexer para chamar atenção da minha mãe

- Minha filha, você tá pálida e com os lábios roxos- minha mãe falou ao ascender o abajur

- Eu não consigo respirar - falei com dificuldade e senti a mão da minha mãe tocar meu rosto

Do passado ao presente - macóOnde histórias criam vida. Descubra agora