Capítulo 1

59 19 6
                                    

Margareth Raymond

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Margareth Raymond

Termino de polir a prataria, seco tudo com cuidado, enquanto escuto as mulheres na sala arrumando a mesa para o jantar dessa noite.

Desde a morte de meu marido que vivo na casa de minha irmã, pois meu cunhado, como homem da família, tornou-se responsável por mim e pelo pouco patrimônio amealhado durante minha relação conjugal. E nesta condição, ele entendeu por bem vender a nossa casinha no subúrbio de Londres e, com isso, fique sem ter onde morar. Minha irmã, tocada com minha situação, cedeu-me um pequeno quarto em sua casa e, desde então, trabalho em troca de moradia e sustento.

– Maggie, minha querida, não esqueça de fazer seu prato e levar tudo que precisa para seu quarto. Hoje haverá um jantar importante para meu marido. – Confirmo com a cabeça. Pego uma vasilha e coloco meu jantar, em seguida, pego uma moringa com água e subo as escadas para o segundo andar.
Gosto quando têm esses jantares, eles costumam terminar muito tarde e, por isso, não é necessário limpar a cozinha à noite. No segundo andar, ando até o final da ala e subo a escada para o sótão. Meu quarto é pequeno e fica ao lado da porta do sótão. Entro e coloco a vasilha e a moringa sobre a pequena mesa que fica em frente à cama. Me abaixo e puxo o balde para alívio noturno, está vazio, o recoloco embaixo da cama.

Desço algumas vezes e pego água quente para higiene. Entro e tranco a porta. Olho para o lugar que tem sido meu “lar” por quase três anos. Minha cama está arrumada. De um lado, há um pequeno armário que uso para guardar minhas roupas e uma pequena mala. No outro, perto da cama, passa o cano do aquecedor que mantém meu espaço quentinho. Em frente há uma cadeira e uma pequena mesa que peguei no sótão, elas são muito úteis.

– Hoje terei mais tempo só para mim. – Ando até o armário, abro-o e pego minha mala, dentro dela há uma pasta com folhas de desenho, pego-as. A senhora que trabalha nos dias de festas me deu algumas folhas em branco, dobrei ao meio para render, Desde menina sempre gostei de desenhar, mesmo não sabendo ler ou escrever.

Pelo menos minha irmã não é sovina com velas, tenho um estoque em meu armário. Sorrio, pego uma das colchas velhas e cubro a pequena janela, depois vou até a porta, me abaixo e dobro o tapete cobrindo a brecha que fica embaixo. Assim, quem passar no corredor não verá o reflexo da luz.

Retiro o vestido e visto uma camisola. Solto os cabelos e me deito na cama, cobrindo-me com a coberta, deposito a pasta no colo e começo a desenhar. Perco a noção do tempo e volto à realidade quando escuto a música que está sendo tocada no andar de baixo.

Estico os braços e pernas, saio da cama e lavo as mãos, a água ainda está morna. Pego uma vela e acendo na que está pequena. Retiro o pano da vasilha e me sento na cadeira, janto ao som suave da música. Ao terminar, embrulho novamente a vasilha, pego a caneca e bebo a água da moringa.

Penso na história que a senhora me contou que sua filha leu em um livro, sobre uma mocinha pobre e rejeitada que se casa com um duque. Suspiro e olho para meus pés. Sempre fui uma mulher grande e desajeitada, se meu marido não me pedisse em casamento, meu destino certamente seria cuidar das senhoritas de boa família. A grande ironia nisso tudo é que a sua morte acabou me dando o mesmo destino. Limpo uma lágrima solitária, sinto falta de meu marido, de nossa pequena casa, das conversas e cumplicidade nas noites frias, sinto saudades de nossas intimidades e de dormir abraçado.

Lorde Libertino - Completo Na Amazon Onde histórias criam vida. Descubra agora