Let me alive

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Nishimura Riki

─ Apaixonado? Você? ─ ela franziu a sobrancelha, por um segundo, talvez eu tenha visto preocupação em seu olhar.

Sou eu quem estou apaixonado.

Você está acabando comigo.

O que eu faço agora? Não consigo parar de corar, não consigo parar de te olhar.

─ Sim... ─ limpei a garganta.

─ Por quem? ─ perguntou.

Você não acreditaria se eu dissesse.

─ Você conhece, mas eu prefiro... manter em segredo por um tempo. ─ eu respondi, tentando esconder o nervosismo. ─ Você é muito boca de sacola, ela ficaria sabendo em pouco tempo se eu te contasse. ─ disse, tentando deixar o clima mais leve.

─ Não é verdade! Eu sou muito boa em guardar segredos. ─ ela franziu o nariz, incomodada.

Eu suspirei, passando a mão pelos cabelos.

─ Deveríamos entrar? Estamos matando aula, mas estou com fome. Não quer ir comer alguma coisa? ─ perguntei, me levantando do banco.

Ao me ver ficar de pé, Sayeon levantou o rosto em minha direção.

─ Hum, ok. Estou com fome de qualquer maneira. ─ a garota se levantou enquanto levava seu lixo de mais cedo, um papel onde seu sanduíche estava e um copo vazio do qual ela já havia bebido.

Suas bochechas estavam levemente avermelhadas, assim como a ponta de suas orelhas, o que era estranho.

Sayeon era estrangeira, sua pele era da cor perfeita de um cappuccino, era linda.

Seu rosto tinha algumas pintinhas aqui e ali, e apenas uma covinha na bochecha esquerda, o que ela não gostava muito.

Ela quase nunca corava, ou pelo menos, eu nunca percebia. Mas agora, ela estava quase totalmente vermelha.

Eu quero ela...

─ Vamos. ─ resmungou enquanto andava alguns passos à minha frente.

─ Ah, certo. ─ eu a segui, como um cachorrinho.

Sorri ao pensar nisso.

─ Sayeon. ─ a chamei. ─ O que você quer comer?

─ Qualquer coisa. ─ respondeu enquanto andávamos lado a lado.

Nossas mãos se roçavam durante a caminhada, o que me fazia querer andar mais devagar.

Talvez um "eu odeio toque físico", signifique "segure a minha mão".

Meus dedos acariciavam seu pulso, e impressionantemente, ela não parecia incomodada.

Assim, andamos desta maneira até o RU da universidade, o que durou tão pouco tempo e me devolveu para a realidade.

Minhas mãos recuaram e eu peguei duas bandejas, entregando-a uma delas.

─ Obrigada. ─ ela sorriu levemente, se movendo para pegar sua comida.

Meus olhos a seguiam involuntariamente e eu também me movia para pegar minha comida.

Depois das bandejas estarem completas, nos sentamos à mesa para, obviamente, almoçar.

Ela não estava falando muito, isso não é normal.

─ Que cara é essa? ─ resmunguei, mastigando alguns pedaços de almôndega.

Ela me encarou, engolindo sua imensa vontade de rir.

─ É a minha cara normal, incomodado? ─ disse, enquanto lembrava que sim, já tivemos essa conversa antes.

─ Sempre. ─ respondo, terminando de engolir a almondega. ─ O que foi? ─ sorri levemente, a olhando nos olhos.

─ Eu não quero que seja platônico. ─ sussurrou pra mim.

Eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo...

─ O que? ─ franzi a testa.

─ Eu. ─ ela apontou pra si mesma. ─ Quero ser a pessoa pela qual você está apaixonado. ─ disse apontando para mim. ─ Eu quero que o seu "eu não ligo", signifique "eu quero que você me conte tudo". E todo o resto, Ni-ki.

Ah, eu sorri, e eu sorri muito.

Eu cobri meu sorriso com a mão e fechei e abri os olhos várias vezes pra me convencer de que não era um sonho.

─ O que foi isso? ─ eu ri baixo, encostando minha testa na dela.

E ela riu também.

─ Eu te amo.

Por favor, me deixem viver desta vez.

Porque eu não quero deixar um mundo onde você sente o mesmo.

E jamais na minha vida vou deixar de imaginar a vida ao seu lado.

Porque tudo aquilo que eu passei 14 anos dizendo para mim mesmo, não era uma fase, e aquele sentimento nunca passou, e eu, felizmente, não estava enlouquecendo.

E todos os "talvez", sempre foram um "com certeza".

𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐲 •° - NikiOnde histórias criam vida. Descubra agora