Damn, Niki.

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003

Shin Sayeon

Nishimura Riki era um sentimento à parte.

Era como amar e odiar uma pessoa ao mesmo tempo.

Desde os 6 anos eu tenho lidado com todos os fragmentos de sua personalidade.

Ele é irritante.

Ele é atencioso.

Ele é imaturo.

Ele é sensível.

É quase impossível lidar com ele.

─ Eu te amo.

Eu disse isso, de verdade.

Niki não sabe disso, mas o fato de que ele estava apaixonado não era um segredo para mim a muito tempo.

Lee Ethan, um de seus amigos, não era a melhor influência. Quase todos os sábados ele levava o garoto para beber, mas sobrava para mim limpar a bagunça depois.

Já fazia dois meses que todos os sábados, depois de ir buscar Niki na casa do Lee, o garoto tagarelava a viagem inteira.

Elogiava meu cabelo.

Segurava minha mão.

Ria a toa.

E o pior, ficava me pedindo beijos.

Que droga, Nishimura...

─ Você está falando sério? ─ diz baixinho, ele estava tão perto.

Eu sorri com as bochechas coradas.

─ Sim... ─ sussurro, olhando para qualquer lugar menos seus olhos.

De todas as vezes que ele estava bêbado, ele não se lembrava de nenhuma.

Essa era a primeira vez que, para ele, eu tinha respondido.

É emocionante, mas, ao mesmo tempo, vergonhoso.

─ Eu te amo.

É ainda melhor ouvir essas palavras quando ele está sóbrio.

─ Eu sei. ─ respondi, apoiando a testa em seu ombro, tentando esconder meu sorriso.

─ Como? ─ ele riu baixo, acariciando minhas costas com as mãos.

Socorro.

─ Você é o boca de sacola da relação, não eu. ─ resmungo.

─ Já temos uma relação então? ─ seu queixo apoiou contra minha cabeça, ele parecia pronto para rir.

─ Idiota. ─ eu ri, essa posição era muito confortável.

─ Sayeon. ─ chamou minha atenção. ─ Vamos matar a aula?

─ Mais? Acho que já foi quase a manhã inteira, nem sei porque viemos hoje. ─ suspirei.

─ Eu quero sair com você.

─ Aonde vamos? ─ me mantive de pé quase que imediatamente, não se pode perder uma oportunidade como essa, não é?

─ O que? ─ ele fez um beicinho surpreso, sua marca registrada. ─ O-onde você quer ir?

─ Não importa, qualquer lugar. ─ disse puxando seu braço para que o garoto levantasse.

Sua risada era viciante.

─ Certo, certo. ─ ele se levantou, entrelaçando as mãos com as minhas. ─ Eu conheço um bom restaurante japonês, vamos.

─ Vamos esquecer do almoço da faculdade? ─ disse olhando para nossas mãos juntas, e depois para as bandejas de comida.

─ Eu falo com o Sunoo e o Jungwon , eles vêm buscar. ─ ele sorriu. ─ Nenhum dos dois consegue dizer não para almôndegas.

Não sei se estou agradecida ou preocupada.

─ Ok... vamos.

Niki estava sorrindo tanto hoje, talvez eu estivesse obcecada.

Eu não poderia dizer que ver Niki sorrir era raro, mas dessa vez parecia diferente. Ele estava leve, não tinha preocupação em parecer forte.

Ele era um garoto novamente.

Um menininho pelo qual eu me apaixonei.

Ao andar pelos corredores até a saída, o cheiro do mais alto me dopava. Foi nesse momento em que eu fui percebendo coisas que não se percebem até estar apaixonada por alguém.

Primeiramente, esse perfume suave e marcante.

Depois, nossa gritante diferença de altura. Algo que ele sempre falava simplesmente para me provocar, mas que agora, me deixava com borboletas na barriga.

Também, a maneira que ele encontrava brechas para me tocar. Quando ainda não tínhamos essa relação, Niki dormia na minha casa e, durante a noite, deitava na minha cama sem se preocupar muito.

Ele parecia preocupado em me deixar desconfortável, e agora, ele sabia de tudo que eu mais gostava.

Eu conversava com ele sobre tudo, ele sabe o meu tipo, talvez, até mesmo antes de mim mesma.

E, somente talvez, ele tenha se transformado nesse tipo.

Quando me dei conta, já estávamos andando pela calçada, perto de onde seria nosso encontro.

─ O que está pensando? ─ pergunta, olhando para mim.

─ Quando foi que tudo ficou... assim? ─ disse, pensando. ─ Em que momento nós começamos a formar um bom casal? ─ sorri ao pensar nisso.

─ Desde os 6 anos? ─ sorriu ladino. ─ Eu deveria ter acreditado na minha mãe quando ela tentava fazer de tudo para ficarmos juntos.

Ri um pouco.

─ O que acha que ela vai fazer quando descobrir? ─ questionei, parando quando chegamos ao estabelecimento.

─ Uma festa, eu desconfio. ─ da de ombros, me olhando. ─ Sayeon.

─ Hum? ─ resmunguei.

Não vou deixar que você se arrependa dessa decisão. ─ sussurrou. ─ Nunca.

Nunca.

Eu nunca pensei que algum dia eu pudesse me arrepender dessa decisão.

𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐲 •° - NikiOnde histórias criam vida. Descubra agora