Enfim, sós.

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As oliveiras de San Giovanni continuavam a balançar suavemente sob os ventos quentes do verão, nem parecia que havia ocorrido uma tempestade no dia anterior, o ar estava agradável e o céu límpido e bonito. A vila ainda vivia como nos tempos antigos, então o casamento de Isabella era o evento mais esperado de todo o ano, todos sabiam que ocorreria e estavam convidados. A tradição e influencia dos Bianchi e dos Bertolini eram profundamente enraizadas. Hoje, o casamento de Isabella Bertolini e Ugo Bianchi não seria apenas uma união entre duas pessoas, mas um evento que consolidava uma aliança forte de tradição e poder.

Isabella estava nervosa, estava em seu quarto, sendo rodeada por uma equipe mandada pelo seu noivo, haviam cabeleireiros e maquiadores. O seu vestido branco que usaria era uma verdadeira obra de arte, havia sido desenhado por uma estilista local, feito a mão, bordado e adornado de maneira delicada e única. Isabella se olhava no espelho e via em seus olhos refletir medo, determinação e incerteza.                                                                                                                                                                                                                     

Sua mãe, Maria, entrou em seu quarto e passou alguns minutos apreciando a sua filha se arrumar, sorriu um sorriso contido e um pouco triste. — Você esta linda, minha bambina. — Disse, se aproximando, levou suas mãos até as mãos da filha e as segurou de maneira carinhosa. — Estaremos todos por você, sempre, hoje nos tornamos parentes, sua família é você, seu marido e seus futuros filhos. Entenda que é só uma nomenclatura, família é quem escolhemos ser família, seja sabia.

Isabella assentiu, sentiu ali o peso que suas escolhas teriam. — Mama, obrigada, vou honrar nossa família e levarei meu nome comigo. Mesmo Bianchi, sempre serei Bertolini.

No mesmo momento, do outro lado da cidade, na casa dos Bianchi, Ugo estava em um ambiente igualmente movimentado. Em sua memoria estava sua mãe e irmã, que a alguns anos foram mortas em uma emboscada. Ugo daria tudo para que eles estivesse ali. Vestindo um terno impecável, Ugo era a imagem e semelhança de seu antepassado Salvatore, grande e robusto, seu porte era assustador. Ele estava calmo e composto, para ele, está casamento era um passo necessário, sabia e conhecia suas obrigações e fora sempre ensinado que precisava obedecer às necessidades da Cosa Nostra.

Ugo cresceu vendo o casamento feliz de seus pais, quando sua mãe morrerá viu seu pai morrer um pouco junto, nunca mais foi o mesmo homem. Stefano agora era mais frio, porém ainda era o pai que Ugo conheceu.

Ugo sentiu a mão firme de seu pai em seu ombro e se virou para olha-lo, Ugo era bons 10 cm mais alto que o próprio pai. — Lembre-se Ugo, esta união é mais que apenas um casamento, é o nosso futuro. Seu herdeiro será o Capo di Tutti Capi. Esta aliança estava escrita é trará prosperidade e segurança. Não se esqueça do seu dever, como homem, como chefe e principalmente como marido.

— Eu sei, senhor. Estou preparado. — Ugo assentiu para o seu pai.

A cerimônia teria toda a pompa necessária. Realizada na catedral mais antiga e bela de San Giovanni, um edifício histórico que tinha testemunhado gerações de eventos significativos para ambas as famílias. Suas paredes de pedra, adornadas com tapeçarias e flores, o teto com pinturas gráficas, faziam o ambiente solene e majestoso. Haviam diversos convidados, um misto de membros das famílias, amigos próximos e figuras influentes da comunidade. Todos os bancos estavam ocupados, aguardando ansiosos ao inicio da cerimônia. Isabella era muito querida por todos, sua educação era algo que cativava.

O som da marcha nupcial começou a tocar e viraram-se Ugo e seu pai, ficando ambos de frente enquanto Isabella adentrava belamente, segurava a mão de seu pai, o orgulhoso Giuseppe tinha um sorriso contido no rosto. Todos olhavam e admiravam Isabella. Seu coração batia tão rápido, mas sua expressão permanecia serena. Ao chegar ao altar, Ugo a esperava, estendeu sua mão para ela e assim a segurou em direção ao local onde ficariam, sua expressão era indecifrável.

Rendida - Forjada em Sangue (Laços da Máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora