Há quanto tempo

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Yamaguchi

As semanas passaram voando, e agora me encontro diante da porta de Daichi, hesitante. A mão suspensa no ar, eu me pergunto se ele está do outro lado, talvez também esperando por esse momento.

"Ele está aí," digo a mim mesmo, tentando reunir coragem. "Ele sempre está."

Com um suspiro, finalmente bato na porta. O som parece ecoar pelo corredor, e por um instante, tudo é silêncio. Então, ouço passos se aproximando do outro lado, e meu coração acelera.

A porta se abre, e Daichi está lá, com aquele mesmo sorriso acolhedor que sempre teve.

- Yamaguchi! Que surpresa! Entre, entre!

Ao passar pela porta, sinto como se estivesse cruzando um limiar invisível. Dentro, o apartamento está cheio de vida, com fotos dos nossos dias de Karasuno decorando as paredes, e eu sou tomado por uma onda de nostalgia.

- Então - Daichi começa, fechando a porta atrás de mim. - Há quanto tempo, em?

Ao chegar, a cena que se desdobra diante de mim é uma pintura de laços e risos. Ennoshita, com uma criança no colo, orienta Yachi com uma paciência que só a paternidade poderia ensinar. Ele aponta para os armários, e ela, com a mesma eficiência de sempre, organiza tudo para o churrasco.

Kinoshita e Narita, acompanhados por suas esposas, compartilham histórias e risadas no sofá. As conversas são leves, repletas de atualizações sobre a vida e o inevitável "você se lembra quando...?" que sempre surge em reuniões como esta.

Do lado de fora, Hinata e Kageyama estão em um mundo à parte. Eles discutem estratégias e jogadas, gestos amplos acompanhando cada palavra. É como se nenhum tempo tivesse passado, como se ainda estivessem na quadra, prontos para o próximo jogo.

Eu me aproximo, um pouco hesitante, mas a recepção é calorosa. Ennoshita me oferece um sorriso e um aceno, Yachi me saúda com um entusiasmo que nunca envelhece, e as esposas de Kinoshita e Narita me convidam para me juntar a eles.

-Yamaguchi! - Hinata me chama, acenando do lado de fora. - Venha ver o que Kageyama planejou para o próximo jogo!

E assim, passo a passo, me integro à tapeçaria daquele dia, tecendo novas memórias com os fios do passado. O reencontro não é apenas um momento para celebrar o que foi, mas também para apreciar o que somos agora - uma família, unida não apenas pelo vôlei, mas pela jornada da vida.

Tanaka entra no ambiente com sua esposa Shimizu, ambos irradiando uma felicidade contagiante. Shimizu, com a mesma serenidade que sempre teve, cumprimenta cada um com um sorriso gentil e palavras calorosas.

Quando ela se aproxima de mim, seus olhos refletem uma sinceridade profunda.

- Yamaguchi, fico feliz em te ver - ela diz, e eu sinto o peso das palavras, o significado por trás delas.
Shimizu, eu também estou feliz - respondo, e há uma verdade nisso que ressoa em meu peito - É bom ver todos novamente.

Tanaka, sempre o espírito animado do grupo, bate no meu ombro com uma força amigável.
Yamaguchi, você não mudou nada! - ele exclama, e todos rimos.

O reencontro se torna ainda mais completo com a chegada deles. Histórias são compartilhadas, atualizações são dadas, e a sensação de camaradagem preenche o ar. É um lembrete de que, não importa onde a vida nos leve, sempre haverá um lar para voltar, sempre haverá um time para chamar de nosso.

A expectativa cresce no ar, quase palpável, enquanto aguardamos a chegada dos últimos membros. As conversas continuam, mas há olhares frequentes para a porta, e eu me pego fazendo o mesmo.

Asahi, Nishinoya, Sugawara... e Tsukishima. Cada um deles traz consigo uma peça essencial do quebra-cabeça que é o nosso time, e sem eles, o reencontro parece incompleto. Daichi, sempre o líder, mantém a calma, mas seu sussurro para Kageyama não passa despercebido. "O loiro garantiu que ele viria," ele diz, e eu sinto uma pontada de nervosismo. Tsukishima. Ele realmente virá?
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A surpresa é evidente no rosto de todos quando Asahi e Nishinoya entram de mãos dadas. O choque inicial rapidamente se transforma em uma série de exclamações e sorrisos. Nishinoya, com seu espírito livre e aventureiro, sempre pareceu estar em movimento constante, e a ideia de que ele encontrou alguém para compartilhar sua jornada é uma revelação bem-vinda.

- Por essa eu não esperava - murmuro, e não estou sozinho nesse sentimento. Mas a felicidade deles é contagiante, e logo estamos celebrando essa nova etapa em suas vidas.

Sugawara é o próximo a chegar, e sua energia é como um raio de sol. Ele cumprimenta cada um de nós com um entusiasmo que sempre foi sua marca registrada. No entanto, é a interação entre ele e Daichi que capta a atenção de todos. Há um rubor nas bochechas de Sugawara, um abraço um pouco mais demorado, um pouco mais apertado, e um olhar que fala mais do que palavras.

Os murmúrios e risadinhas discretas percorrem o grupo, mas há um respeito tácito também - um reconhecimento de que o que eles têm é especial e merece ser celebrado, não importa quão inesperado possa ser.

E assim, com cada chegada, o tecido da nossa equipe se torna mais colorido, mais complexo. Somos uma mistura de personalidades, histórias e agora, novos relacionamentos que se entrelaçam para formar uma família escolhida, unida pelo passado e pelo presente.

Recomeço - TsukiyamaOnde histórias criam vida. Descubra agora