Um sonho arruinado

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Em uma cidade tranquila, onde as ruas são cheias de árvores grandes e as crianças brincam livremente nos parques, vivia Alexander Solomon. Desde criança, ele sonhava em ser engenheiro, inspirado pelo exemplo de seu pai, um homem trabalhador e dedicado. No entanto, sua vida tomou um rumo inesperado quando ele e seus amigos decidiram roubar um chocolate de uma lojinha local.

- Vamos lá, Alex, é sua vez de jogar! - um homem barrigudo e calvo se dirigia a uma criança. Em uma sala de estar sentandos em um sofá, jogando videogame.

- Eu sei, pai, to só pensando na minha próxima jogada pra te ganhar! - A criança com um sorriso largo, fazia sua próxima jogada, ganhando de seu pai.

- Ah, não acredito, você ganhou! - O pai com um sorriso no rosto enquanto Alex comemorava.

- Ta bom. E que tal uma sessão de filmes hoje à noite, Alex? Eu trago a pipoca! - O homem fala rindo zoando, já que moram na mesma casa.

- Simm! Podemos assistir o meu filme favorito de novo? - O menino disse com animação, prolongando o seu "sim".

E assim foi, noite de jogos e filmes, com muita risada. Nas tardes ensolaradas, a diversão continuava quando seu pai o levava para pescar em um rio próximo de sua casa.

- Olha só, Alex, acho que peguei um peixe grande dessa vez! - O seu pai diz, feliz com o resultado da pesca.

- Uau, é enorme! Quero tirar uma foto, pra mostrar pra todo mundo! - Alex entrega o anzol para seu pai segurar, e corre pra pegar uma polaroide.

Em uma tarde de domingo, Alexander se encontrava brincando com seu grupo de amigos.
- Ei, pessoal, vamos construir uma cabana hoje no bosque? - Um menininho perguntou se direcionando aos outros.

- Ótima ideia! Vamos ver quem consegue fazer a cabana mais resistente desta vez! - Alexander se pronunciava, indo na frente. Juntos, eles exploravam os bosques, construíam cabanas secretas e organizavam competições de quem conseguia fazer a maior bagunça na lama.

- Olha só, Alex, você está coberto de lama! - O mesmo menininho apontava com seu indicador para Alex, que estava cheio de lama por todo o corpo.

- Ah, é? Você ainda não viu nada! - Alex fala pegando um bolo de lama na mão, acompanhado de "eca"s saindo da boca de seus amigos e gritos quando o garoto começou a correr atrás deles.

Ao chegar em casa coberto de lama, a mãe de Alex brigou, enquanto seu pai riu. Em uma manhã, os meninos tiveram uma ideia um tanto enigmática e perigosa.

- Vamos roubar chocolates da lojinha de conveniência! - Um garoto branco como a neve, de cabelos escuros, falava, com determinação aos seus amigos. Eles adentraram a lojinha que ficava do lado de um posto de gasolina, e foram pro meio dos corredores que ficavam os chocolates, antes de conseguirem sair em silêncio da loja, o segurança vê eles roubando e corre atrás, os fazendo agir mais rápido. Solomon gostou daquele sensação de roubar, daquela adrenalina, e saiu sorrindo junto com os seus amigos, e com chocolates deliciosos em mãos.
E aquele acontecimento, mudou a vida de Solomon. O que começou como uma brincadeira de criança logo se transformou em uma obsessão perigosa do garoto, o impulsionando pela emoção do primeiro roubo, ele começou a roubar mais lojas e quando foi crescendo, começou a roubar as pessoas. Ele se viu mergulhando cada vez mais fundo no mundo do crime. Seu sonho de se tornar um engenheiro foi deixado de lado enquanto ele se envolvia em atividades cada vez mais arriscadas e audaciosas.
Solomon enfrentou uma encruzilhada em sua vida, dividido entre o desejo de seguir seus sonhos de infância e a compulsão pelo crime que o consumiu pouco a pouco. Sua jornada o levou a lugares sombrios e perigosos, onde ele teve que enfrentar suas escolhas e decidir que tipo de homem ele queria ser.

- Deixa eu te fazer uma pergunta. Desde quando a gente se conheceu, você nunca falou tanto sobre seu pai, e aí do nada, ele aparece envolvido na corrupção do governo. - Calton estava dobrando suas roupas, sentado na cama, que acabara de trazer pra pequena casa abandonada, enquanto Solomon estava recostado na porta ouvindo o garoto.

- Meu pai era um ótimo engenheiro. - Solomon faz uma pausa e olha para o lado receoso com a história. - Ele trabalhava duro pra conseguir colocar comida na mesa. Mas com uma crise econômica, e depois de ficar doente, ele se viu perdido. Contas pra pagar, fome, tratamento do câncer dele...

- Nós éramos felizes, apesar de tudo. Ele ficou desesperado e desempregado, e se envolveu com políticos escrotos, fizeram meu pai fazer o trabalho imundo deles, em troca do dinheiro sujo que eles forneciam, foi aí que a nossa família saiu da fome. E depois ele virou um cara horrível, ou talvez sempre fosse, só caiu a máscara.
- Alexander explicava, não conseguindo manter contato visual com o rapaz a sua frente.

- E você? - Cal faz uma pergunta simples para Alexander, que estava refletindo na história.
- Eu? - Alexander responde olhando nos olhos de Calton.
- É. - Calton pausa e olha para um lado e depois volta o seu olhar para o homem na porta. - Como se envolveu com o crime? - Ele completa a frase.

- Por causa de um chocolate! - Alexander ria pelo motivo bobo, enquanto recebia olhares de estranheza, mas preferindo não contar a história. No fim de tudo, Solomon se envolveu mais no vício do crime, era como um escape daquilo tudo, e a adrenalina era incrível, ganhar dinheiro fácil ainda mais, e foi aí que ele desanimou de ser engenheiro e se deixou vencer pelo crime.

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