Os seis caminhos

Misha

Sarah: Princesa... Muito prazer — Ela falou, voltando seu rosto ao sorriso gentil. Ela parecia triste por algum motivo, mas não deixou que isso afetasse o diálogo.

Mary: Ah... me desculpa. Só não me mande para as catacumbas da floresta, por favor.

Misha: (risadas) Não se preocupe, eu não sou uma tirana, eu apenas estou vivendo tranquilamente no meu cafofo.

Misha olhou para o horizonte, seus olhos refletindo as luzes dos pozinhos mágicos entre as árvores.

Misha: Sabem, ser princesa de uma floresta encantada pode parecer um sonho, mas às vezes... — ela hesitou, um toque de melancolia em sua voz — às vezes é solitário. É por isso que adoro quando viajantes como vocês chegam. Trazem histórias do mundo lá fora...

Sarah: Eu não sabia que era assim! Pensava que ser uma princesa seria o desejo de todo o mundo! E de uma floresta mágica? Quem não gostaria?

Misha: Ah! O chá! — Misha se apressou em ir próximo a um conjunto de xícaras próximo a uma pequena mesa ao lado, e em cima também havia uma pequena jarra enfeitada com flores de diversas cores.

A jovem pegou um bule, aparentemente com água quente, e colocou nas belas xícaras que eram coloridas e tinham belos detalhes em dourado.

Misha: Aqui está — Ela falou, entregando cada uma, uma xícara. — Espero que gostem, eu mesma fiz!

Mary, olhou para o chá ainda desconfiada. Enquanto isso, Sarah se espantava com o sabor do chá. A jovem tinha um dom. Criar chás não é para todo mundo.

Sarah: Está incrível!

Mary olhou para Sarah e depois para sua xícara. Ela tomou um gole e sua reação foi a mesma.

Mary: Está incrível! Como você fez? É a melhor coisa que eu já tomei — Ela falou abrindo um sorriso largo e verdadeiro que talvez ela não imaginasse que faria.

Sarah: Uau, eu preciso muito que você me dê dicas de como preparar chás. Os meus parecem até veneno... não recomendo você tornar um se encontrar — Sarah falou, caindo na gargalhada.

Misha: (risos) É, na verdade esse chá que vocês tomaram, nem vem de folhas, é o mais puro capim, mas não se preocupem, ele é encantado pelo solo desta floresta, e seu sabor além de ser esplêndido, é revigorante, e acredite se quiser, cura dores no corpo e alivia o suas dores de cabeça, muito bom e eficiente, porém é escasso, só tem aqui em Drizzi, já que é a floresta que produz. Enfim, vocês infelizmente nunca verão uma iguaria desta fora daqui, a não ser que façam aqui.

Sarah: É sério? Que pena, eu daria de tudo para tomar esse chá para o resto da minha vida. Ta, não tudo TUDO, mas... muita coisa!

Mary: Infelizmente, por mais que só se encontre nessa floresta, não devemos esquecer que outras florestas estão sendo desmatadas... Misha, essa floresta...ela pode crescer? Ou melhor, ela pode diminuir?

Sarah virou sua cabeça como um cachorro novamente.

Sarah: Como assim? — Ela perguntou.

Mary: Não está vendo todas as notícias? Está desmatando como nunca. Essa floresta é incrível, não pode simplesmente sumir por causa das nossas ações.

Misha que estava serena, logo se tornou um pouco mais séria e parecia um pouco mais tensa, ao invés de tranquila como estava.

Misha: Hm... entendo o que quer dizer... mas... acredite se quiser, eu vivo pela floresta, e meu sangue é élfico, eu sou praticamente uma árvore ambulante, a grande questão é, eu não preciso temer mais nada, eu sei como é a destruição de uma floresta inteira, acreditariam se eu falasse que essa floresta... já foi destruída? É, ela já tinha sido totalmente destruída a algumas centenas de anos, e aí minha mãe nasceu, e ela acabou tendo uma grande conexão com essa floresta, que estava morta, tinha sido destruída, e com essa aliança, em poucas décadas, ela já era uma das maiores florestas do nosso mundo. É claro, nem tudo é um mar de flores, e ela foi atacada novamente, eh... a quanto tempo? Dez? Não, nove? Acho foi isso, e minha família foi aniquilada, pelos humanos, a floresta fez um pacto novamente com a minha mãe, eu seria a nova herdeira da floresta, e blá blá blá, eu odeio falar sobre isso, mas eu entendo o que quer dizer Mary, Mary não é? É, inclusive seu cabelo é lindo. — Diz colocando a xícara na mesa.