Capítulo 18

181 32 4
                                    

Rebecca Armstrong Point Of view
 
Fiquei olhando para Jefter digerindo o que ele tinha acabado de dizer, eu estava pasma, senti meus olhos arregalando quando eu realmente aceitei que aquilo era verdade, apertei o depoimento de inclusão social que eu havia feito e suspirei. Como assim a Rainha iria dar aula? Ela sabia fazer isso? Sim, ela sabia, mas... Onde estava Georgia?
 
— Quando a Georgia voltará? – Perguntei.
 
— Amanhã ou sexta. – Jefter falou me guiando pelo corredor.
 
— Minha mãe já está na sala de aula?
 
— Sim, Alteza.
 
— Qual turma ela está? – Parei no meio do degrau.
 
— Vinho. Acredito que ela está na sala da Georgia.
 
— Vinho? A da Sarocha? – O homem sorriu e balançou a cabeça. – Obrigada, Jef.
 
Subi as escadas correndo, e vi os guardas da minha mãe ao lado da porta, Kaius conversava com Chelsea tranquilamente.

Saudei os dois e abaixei a cabeça aceitando suas reverências.
 
— Minha mãe... – Os dois apontaram para dentro sala.
 
Respirei fundo e bati na porta, abri a porta e entrei lentamente, minha mãe não tinha parado de falar, ela parecia fazer um discurso ou algo do tipo, notei que alguns alunos tinham os rostos confusos, outros pareciam desinteressados e pouquíssimos pareciam estar prestando atenção no que minha mãe falava.
 
Me sentei ao lado de uma garota morena, sorri para a garota que fez uma reverência desajeitada.

Observei minha mãe falando, ela andava calmamente de um lado para o outro, estava usando um vestido verde água e alguns assessórios em dourado, assim como sua coroa.
 
—... depois que vocês saírem daqui vocês terão várias portas abertas para o emprego, por isso colocamos aulas de administração para vocês saberem administrar uma empresa. Culinária para vocês saberem se virar sozinhos, ou quem sabe ser um chefe de um restaurante. – Algumas risadas. – Moda, para vocês terem a oportunidade de ser um estilista ou um design, entre outros. Vocês já sabem o que querem da vida?
 
Alguns murmúrios, minha mãe sorriu e pediu silêncio com as mãos.
 
— Quero saber de todos, vamos começar por aqui. – Ela caminhou até a ponta da sala e perguntou para a garota loira. – O que vai fazer depois que sair daqui?
 
— Quero fazer faculdade de veterinária, e abrir um pet shop.
 
— Isso é muito bom. E você? – Ela passou para a garota ao lado.
 
— Quero ser nutricionista. – A garota respondeu empolgada.
 
— Perfeito!
 
Assim foi com todos os primeiros alunos da primeira fileira, corri com os olhos pelos alunos e encontrei Freen, ela parecia pensativa, olhava para cima fazendo um biquinho fofo, sorri e seus olhos se encontraram com os meus, ela acenou com a cabeça apontando para minha mãe, dei ombros e neguei com a cabeça, olhei para cima e vi que minha mãe me encarava com uma sobrancelha arqueada.
 
— Senhorita Sarocha? – Percebi a garota endireitando os ombros ao ouvir o som da voz de minha mãe. – Já sabe o que vai fazer assim que sair daqui?
 
Freen abaixou os olhos, ela parecia nervosa com a presença da Rainha ou com aquela pergunta. A sala ficou silenciosa, todos esperavam pela resposta da garota.
 
— Freen?
 
— Eu não sei. – Ela respondeu lentamente.
 
— Não sabe? – Minha mãe franziu o cenho. – Não pensa em administrar a empresa do seu pai?
 
— Não! – Freen levantou a cabeça. – Não quero algo do meu pai, quero construir minha vida sozinha.
 
— Mas não sabe por onde começar. – Minha mãe ponderou.
 
— Isso, acredito que o destino tem alguma surpresa para mim. – Seus olhos se encontraram com os meus, sorri discretamente.
 
— Acredito que sim. – Minha mãe falou calma seguindo o olhar de Freen. – Mas não se esqueça, o destino pode nos pregar peças.
 
Freen uniu as sobrancelhas e pareceu pensar no assunto, enquanto a Rainha fazia as perguntas as garotas ao lado.

Olhei para minha mãe e seu olhar se encontrou rapidamente com o meu. Eu e minha mãe tivemos um desentendido em uma noite dessas, e a causa do nosso desentendimento era: Meu futuro.
 
Na noite da nossa briga, meu pai discutiu com minha mãe sobre os métodos que ela me ensinava para ser uma Rainha, ele disse que aquilo estava tirando minha essência de menina.
 
— É claro, uma menina não pode ser Rainha, uma mulher sim. É isso que Rebecca tem que ser, uma mulher. – Minha mãe rebateu com meu pai.
 
Isso gerou mais discussões sobre meu futuro, minha vida, o que era melhor para mim. Eles sempre faziam isso, sempre ditavam o que eu deveria fazer, não dando a mínima para o que eu achava.

𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧 𝐭𝐫𝐚𝐢𝐭𝐬 - 𝐅𝐫𝐞𝐞𝐧𝐛𝐞𝐜𝐤𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora