Capítulo 19

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Rebecca Armstrong Point Of View

"Esse é Nop St. Clair".

O nome do garoto se repetia diversas vezes na minha mente, olhei para o sorriso superior de minha mãe e cerrei os dentes.

Não seja grossa, Rebecca, não seja grossa.

— Sinto muito, mas eu tenho que estudar. – Falei olhando para minha mãe.
 
— Oras Rebecca, você estuda no sábado, não seja mal educada. – Sorri forçada.
 
— Então me deixa estudar, assim serei educada. – Falei quase implorando para minha mãe.
 
— Fique com o senhor St. Clair, enquanto teremos uma reunião. – Ela se virou para o garoto. – Fique a vontade, sinta-se em casa.
 
— Bem difícil, na minha casa só tem cinco quartos. – Ele disse fazendo minha mãe rir.
 
A mulher começou a se afastar me deixando sozinha com um desconhecido, arregalei os olhos e pedi um minuto com a mão, sai correndo atrás da minha mãe.
 
— Mamãe, você vai me deixar sozinha com ele? – Entrei na sua frente.
 
— Sim.
 
Esperei ela dizer mais algo, mas ela apenas se virou e foi embora, me deixando com uma cara incrédula.

O garoto acenou para mim como se quisesse avisar que ainda estava ali. Me aproximei acanhada, ele sorriu e cruzou os braços.
 
— E ai? O que você faz aqui?
 
— Eu moro aqui. – Revirei os olhos.
 
— No tempo vago?
 
— Estudo.
 
— Coisas para se divertir?
 
— Temos uma biblioteca enorme. – Ele revirou os olhos, pensei em outra coisa – Ah, temos um salão de jogos, é para os alunos.
 
— Então vamos. – Ele começou a andar na minha frente, na direção errada.
 
— Mas... fica para lá. – Ele me olhou por cima do ombro e riu divertido.
 
— Eu sabia. – Ele balançou a cabeça e deu meia volta.
 
Dei risada e andei atrás do garoto, talvez passar algumas horas com Nop St. Clair não fosse tão ruim assim.

Pedi para que meus guardas não me seguissem, eu estava bem e Nop parecia ser inofensivo.

O garoto falava sem parar o quanto o castelo era bonito, nada passava despercebido pelos seus olhos. Entramos no salão de jogos e vi os olhos de Nop brilhar.
 
— Minha nossa, que lugar lindo, acho que vou chorar. – Ele disse.
 
— Por que? – Falei preocupada.
 
— Esse lugar é simplesmente magnífico. – Ele juntou os dedos e beijou, como um cidadão italiano.
 
Dei risada e neguei com a cabeça, Nop correu na frente olhando tudo com admiração, parecia uma criança em uma loja de brinquedos, ele pegou as raquetes do tênis de mesa e me entregou uma.
 
— Vamos jogar!
 
— O que? Não! Eu não tenho coordenação motora.
 
— Ótimo, então eu já tenho uma vitória garantida.
 
Empurrei seu ombro e marchei até a mesa, peguei a bolinha branca e esperei o garoto se preparar, deixei a bolinha pingar na mesa e então bati a raquete na bolinha, talvez forte demais, já que ela voou para o outro lado da sala, passando próximo ao rosto do garoto, Nop olhou assustado para trás e depois para mim.
 
— Quando você disse que não tinha coordenação motora achei que era brincadeira. – Pisquei os olhos. – Agora estou com medo de ser atingido.
 
— Medroso. – Estufei o peito.
 
— Engraçadinha. Acho melhor a gente fazer outra coisa, sabe jogar Xbox, ou Princesas não fazem isso?
 
— A segunda opção.
 
— O que você faz? – Ele deixou a raquete de lado.
 
— Estudo.
 
— Escutei você falar isso umas cinco vezes. Você faz isso o dia todo? – Ele pareceu horrorizado.
 
— Praticamente. – Coloquei a raquete na mesa e caminhei até o sofá.
 
— Que chato. Deve ser difícil ser uma Princesa. – Ele se sentou na minha frente.
 
— Um pouco, mas eu me viro.
 
— Então...
 
— Nop, por que você está aqui? – Ele pareceu confuso.
 
— Quero ser seu amigo. – Ele deu de ombros. 

𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧 𝐭𝐫𝐚𝐢𝐭𝐬 - 𝐅𝐫𝐞𝐞𝐧𝐛𝐞𝐜𝐤𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora