eu dedico este livro à alice que passou pelo ano de 2023, cujo chão havia desmoronado, quando tudo aquilo pelo qual ela vivia, se foi — os palcos estavam todos fechados; as apostas, na mesa; e as promessas não haviam resistido ao tempo.
à alice que quase caiu direto para as profundezas do abismo, mas conseguiu se levantar e se afastar do buraco que a chamava. a mesma alice que aprendeu a fazer ouro e prata a partir do lixo e da miséria, com as pontas de seus dedos e da língua que se afiara com o tempo.
sua dor não é só válida, pequena alice, como também valiosa para o mundo.
as palavras continuam lhe chamando, então escreva.
com amor,
aquela com quem sempre pode contar,
você mesma.