Papel 1

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   As notas iniciais da música tocavam no rádio enquanto Yelena arrancava o papel da mão desesperada do espião soviético e o jogava casualmente pela janela do passageiro. Ele desapareceu de vista ao som de um pescoço sendo quebrado e uma cabeça batendo suavemente no volante. 

   As coisas não têm sido exatamente as mesmas, há uma névoa no horizonte, querido

    Ela abriu a porta do passageiro e saiu para a estrada. Yelena se abaixou e pegou o papel do chão, agitando-o no ar. Segundos depois, ela ouviu o som de carros de polícia. 

   E nada realmente vai dar certo

   Um carro da polícia parou atrás do carro em que Yelena estava, e dois caras com um saco para cadáveres saíram. Começaram a trabalhar, retirando o corpo do carro e colocando-o na sacola. 

   Yelena olhou para o morro perpendicular à estrada, onde no topo um homem apoiado em sua motocicleta com os braços cruzados a observava. 

   Ele usava uma jaqueta de couro e roupas pretas e tinha cabelos castanhos, isso era tudo que Yelena conseguia dizer sobre ele até agora. Ele esteve lá o tempo todo. 

   Quem era ele?    

   Yelena esperou até que o corpo estivesse no carro da polícia antes de perguntar: "Onde está o pagamento?" O que estava mais perto dela colocou as mãos nos quadris. "Lá em cima." Ele apontou o queixo na direção da colina. 

   "E quem diabos é ele?" Yelena ergueu as sobrancelhas, olhando para ele novamente. Ele acenou.

    "Sargento Barnes, senhora." Ele tirou o chapéu para ela. "Tenha uma boa tarde." "Uh..." Yelena não sabia o que dizer. "Você também?" Então... Barnes esteve aqui? O homem na colina era ele? Yelena correu colina acima o mais rápido que pôde. 

   Seus braços descruzados e ele tirou um envelope da jaqueta e entregou a ela. Yelena olhou para ele. Seu rosto tinha mais rugas e seus olhos ainda continham um pouco da mesma angústia e idade. Seu cabelo era longo e bagunçado, e ele tinha um braço novo, agora era preto e dourado. 

   Bucky Barnes sorriu para ela. Yelena não conseguia acreditar no que via. 

   Ele parecia tão livre, tão livre e confiante. O sorriso desapareceu. "Pegue seu dinheiro, Belova", ele insistiu, ainda estendendo-o para ela. Sua mão subiu e seus dedos a agarraram. Ele 'deixou.  

   "Como você está ultimamente?" Barnes perguntou, com as mãos na bicicleta. Ambos sabiam exatamente o que era o elefante na colina, mas nenhum deles queria falar sobre ela. Ela deu a ele um encolher de ombros. 

   "Eh. Tudo bem. Eu..." As emoções surgiram abaixo da superfície, e ela não quis chorar. "Eu só... sinto falta dela." Barnes olhou para os pés. 

   "Eu também. Eu gostaria que tivesse sido eu, não ela." Yelena suspirou, sem saber por que ele estava sendo tão aberto com ela sobre seus sentimentos. 

   "Nenhum de vocês dois merecia isso, e nenhum de vocês deveria ter morrido, Barnes." 

   Ele assentiu.


   As pequenas mãos de Yelena tremeram e ela as apertou com força na sua frente. Ela desejou que seus joelhos não vacilassem enquanto ela se levantava.

   Ela deveria lutar com ele. 

   Foi um teste para ver se valia a pena viver. O medo correu em suas veias. 

   E se ela falhasse? Na melhor das hipóteses, o Soldado Invernal iria espancá-la.

   "[Belova. Vá.]" O homem chamado Karpov latiu, seus olhos redondos perseguindo sem piscar seus movimentos.

As fofas aventuras de Yelena e Bucky (Em português)Where stories live. Discover now