Então... posso ter chorado enquanto escrevia isso... mas removi alguns parágrafos.
Mas não é isso, opa, acho que é tão ruim assim. desculpe.
Este é longo e pesado, mas é super importante, então fique por aqui. Muito obrigado por chegar até aqui, agradeço muito!
Eu te amo, sim.
Flashback
Muita dor. Muita dor. Todo o corpo de Bucky tremeu ao lembrar. Ainda sentindo. Ele apoiou o ombro nu na parede.
Em todas as suas memórias como Soldado Invernal, ele não conseguia se lembrar de um momento cheio de tanta dor como naquela noite. Sua vida anterior também era como um megafone tocando em seus ouvidos, imagens e sons atingindo sua mente fraca e quebrada.
Ele nunca tinha estado tão completamente dilacerado. E a pior parte foi o seu passado. Eles o deixaram manter a memória de sua vida real e de como ele nunca mais voltaria a ela. Isso o puxou terrivelmente.
Duas vidas. Duas vidas ao mesmo tempo, com o peso de um vagão de carga sobre os ombros. As vidas estavam desequilibradas. Eles nunca seriam equilibrados, nunca.
Não há como voltar. Essas palavras o assombraram como fantasmas, perseguindo sua mente. Ele não conseguia gritar.
Ele também não conseguia chorar – sua grande fonte de lágrimas havia secado. Mas ele conseguiu soltar um gemido suave.
'Você está pronto para seguir o Capitão América até as garras da morte?'
Bucky estava pronto e ansioso para fazer exatamente isso.
Mas a morte era uma coisa diferente do inferno. Ele sabia que ninguém poderia se preparar para isso. A derrota tinha gosto de chumbo, sangue e morte.
Ainda valeria a pena, enrolado no chão de cimento?
Sim.
Saber que o que você está fazendo é bom não garante que algum dia será fácil. Bucky aprendeu isso há muitos anos, em sua infância, e novamente na Segunda Guerra Mundial.
Então por que o mundo ainda estava tentando lhe ensinar isso, depois de tudo que ele passou?
Dor, dor, dor, por cada escolha que você tenta fazer. Ser você mesmo causa dor... foi isso que Hydra lhe ensinou. O que Hydra queria que ele acreditasse. E ele desejou não ter que acreditar, mas era verdade.
Tudo parecia monótono, nebuloso... vazio...
E ainda assim ele desejou poder ver o sorriso de Angela. Ele não se lembrava de como era. Mas ele sabia que era lindo. Ou seus irmãos, qualquer um deles. Sua mãe, seu pai.
Eles estavam tão mortos quanto ele se sentia.
Bucky engasgou, saltando do chão.
Ele mal sentiu suas costas encostadas na lateral do sofá.
O suor escorria por seu rosto, mãos e costas... A sala de estar de sua família morta surgiu em sua visão, mas as lágrimas nublaram-na com a mesma rapidez.
Este foi o marco da vida que ele viveu, da qual ele estava mais próximo agora que viveu. Mas o castigo daquela noite pesava sobre ele.
Se a família dele estivesse aqui, a mãe lhe daria um pedaço de hortelã, Rebacca o ajudaria a desenhar um autorretrato enquanto tomava um chocolate quente, Oliver seria como um terapeuta gentil, perguntando como ele se sentia. Ben o abraçava e perguntava se havia algum feriado chegando.
Bucky tentou respirar fundo. Depois daquele flashback, a última coisa que ele queria era um ataque de pânico. A coisa mais provável de acontecer, é claro. Contando mentalmente, ele pegou uma almofada do sofá e apertou-a contra o peito com força.
Eles não estavam aqui e nunca mais estariam.
Ele estremeceu, enrolando o cobertor em volta dos ombros. Ele acendeu a lâmpada e um brilho suave penetrou na escuridão, acalmando-o ligeiramente.
O telefone de Bucky tocou.
"Não", ele murmurou. Fosse o que fosse, teria que esperar. Especialmente se fosse Sam. Ele verificou a hora em seu relógio. 3h26.
O flashback pareceu muito mais longo do que quatro horas. Ele se lembrava claramente de ter se deitado às 12h03. Provavelmente foi outro truque de sua mente.
Suas mãos não paravam de tremer e ele sabia que precisava de ajuda. Ele queria que Yelena estivesse lá, mas ela estava cansada e no dia anterior tinha manchas escuras sob os olhos. Ele simplesmente esperaria mais algumas horas por ela.
E se ela desencadear outro flashback?
Bucky afundou de volta no sofá. Sentimentos, sentimentos, sentimentos. Por que ele teve que carregar tantos e tão pouco ao mesmo tempo? Pare com isso, ele disse a si mesmo. Você está perdendo tempo fazendo perguntas para as quais já sabe a resposta.
Não é real. Ele se levantou e vasculhou os armários, sem fazer barulho enquanto encontrava o que procurava. Dores fantasmas começaram a queimar suas veias, mas ele cerrou os dentes e pegou seu segundo item, levando-o para fora.
O jardim da frente estava mal iluminado pelos postes laranja. Ele se perguntou por que eles tinham que ser laranja e não brancos.
Bucky caiu de joelhos perto do canteiro de flores, colocando seu pequeno vaso na grama à sua frente. Ele empilhou terra no vaso e depois espalhou sementes nele. Ao passar os dedos cansados e doloridos pela terra, ele se sentiu reconfortado.
Ele sentiu fortemente a presença da mãe e uma pequena curva surgiu em seus lábios. Ele derramou água no vaso usando a mangueira e sentou-se ao lado das hortênsias. Eles duraram muito, ele percebeu. Sua mãe provavelmente plantou isso.
Eles eram sua cor favorita, roxo, mas pareciam de uma cor rosada acinzentada sob a luz. Essas flores trouxeram de volta tantos momentos, voltando da escola para casa décadas atrás com seus irmãos e Ângela.
Ele tocou suavemente as hortênsias com os dedos. As dores fantasmas, um truque de seus nervos confusos, ainda formigavam e doíam quando sua pele tocava as pétalas. Bucky olhou de volta para o vaso que ele trouxe, cheio de terra.
Logo, um pequeno broto brotaria e ele poderia finalmente colher pedaços de hortelã-pimenta sem que sua mãe lhe olhasse feio.
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As fofas aventuras de Yelena e Bucky (Em português)
FanfictionThunderbolts está chegando em breve, e eu queria escrever sobre isso, então aqui estamos! / Yelena quer viver a vida ao máximo, enquanto Bucky tem sua vida de volta. Mas a paz dele não é o que parece e Yelena está curiosa para saber o que está acont...