16 - Presente

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🍃Fellipo🍃

Ainda parece que estou sonhando. Nem por um segundo pensei em comemorar a data de hoje, o máximo que faria como todos os anos desde que pude sair do orfanato seria comprar um bolo; como não tenho nenhum dinheiro, iria tentar fazer.

A ideia do bolo teve que ficar para depois quando Dante começou insistir que eu o acompanhasse até a casa dos pais; a princípio fiquei inseguro e envergonhado, afinal, não temos nenhum tipo de relacionamento.

Se eu já não esperava comemorar meu aniversário com alguém, muito menos que ganharia uma surpresa com faixa, bolo, velinha e tudo mais. Até presentes ganhei.

Os pais de Dante são pessoas maravilhosas que me acolheram como se eu realmente fosse da família.

Então é assim o sentimento de ter uma família?

Isso me trás um pouco de melancolia e me lembra para não criar muitas ilusões porque... isso não será para sempre já que em 2 meses planejo ir embora.

Meu lugar não é aqui.
Na verdade, não sei a que lugar pertenço.

🍃🍃🍃

Chegando em casa fui direto para o banheiro social tomar um banho e colocar um pijama, que na verdade é um shorts e camiseta velhos. Ao me olhar no espelho senti um pouco de vergonha; por algum motivo não queria que Dante me visse assim.

Meus pés já sararam e a marca só está levemente avermelhada. Hoje foi o primeiro dia que parei para olhá-la; é uma bela marca, admito.

Depois de me tornar adulto parei de pensar em ter um alfa ou filhotes, mas algo que eu sempre quis para exibir por aí foi uma marca como essa.

Uma marca significa que existe alguém esperando por você em casa, significa também que um alfa te escolheu para lhe proteger e passar a vida juntos.

Significa uma possível família e além de tudo isso, torna o ômega imune aos feromônios de submissão lançados por outros alfas além do seu.

Infelizmente a minha não foi criada por vontade própria; foi feita por um descontrole do "meu alfa", a realidade é que ele nunca quis, mas apesar disso, nunca me culpou.

Saindo do banheiro corri para sala pegar as sacolas. Lorenzo exagerou, são muitos presentes.

Ao chegar me deparei com Dante sentado no sofá bebendo uma taça de vinho, já com seu habitual pijama de malha fina.

Contei 5 cores diferentes ao longo dos dias, o modelo não muda, somente as cores. É compreensível que tenha vários iguais, parece muito confortável e ele fica lindo com eles.

- Gosta de vinho ? trouxe uma taça para você também - falou enquanto enchia a segunda taça que estava junto da garrafa na mesinha de centro em frente ao sofá

- Não gosto muito, mas aceito - sorri e peguei dando um gole que fez meu rosto se contorcer - Ahh é daqueles que não tem docinho

- Paciência - riu e deu mais um gole de sua taça - continua bebendo devagar, vamos, dá um golinho assim sem pressa

Resolvi dar mais um gole do jeito que ele me falou; enquanto Dante não tirava os olhos da minha taça e boca. Enquanto eu inclinava a taça, sua boca abria levemente e seus olhos encontraram os meus.

- Calma, não engole ainda - Falou lambendo os lábios sem tirar os olhos dos meus - ok, agora pode engolir devagarinho

Por algum motivo meu coração acelerou e segui suas palavras. Assim que fiz o que mandou, minha boca salivou; o vinho não era doce realmente, mas minha saliva se tornou. Amei a sensação que ficou.

Na Boca do Lobo (Omegaverse)Onde histórias criam vida. Descubra agora