Punição

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Isaac P.O.V 

As luzes estavam queimando as minhas retinas. Vermelho, Azul, branco. Vermelho, azul, branco.

O barulho ficava cada vez mais alto, e o álcool me impedia de me preocupar em como cheguei aqui. Na porta de casa, acompanhado. 

Os dois oficiais bateram na porta de madeira escura. As luzes da casa acenderam e logo mais minha mãe apareceu na porta.

 Allison Hunter colocou a cabeça para fora da casa com uma expressão desgostosa. Os cabelos loiros claros estavam amarrados em um rabo de cavalo improvisado, e seus olhos azuis faiscavam em minha direção. Ela franziu as sobrancelhas fazendo com que sua testa se enrugasse de modo estranho. 

- Isaac? O que está acontecendo?– Ela perguntou encarando os dois policiais pausadamente. Eu tentei abrir aboca e me explicar, mas só esse tipo de ação simples doía. 

- Senhora? – O policial mais alto, cuja a pele era bem bronzeada e os olhos escuros eram encobertos por grossas sobrancelhas, disse. – Esse é seu filho?

 A mulher acenou desgostosamente,agarrando meu braço e me puxando para dentro da casa. Ela discutiu fervorosamente com os policiais por mais alguns minutos, antes de agradecer e fechar a porta.

 Eu estava nervoso. Minha mãe é uma bomba relógio, e ela foi acionada. Ela me empurrou para a cadeira mais próxima,antes de ir até o pé da escada de madeira e começar gritar, acordando meu pai.

 - Gavin! Gavin desça já aqui e ouça o que o seu filho fez! – Quando ele não desceu, era hora dela subir. E foio que ela fez.

 Eu realmente não entendia exatamente o que tinha feito. Eu estava realmente feliz com Nadia. Até o irmão dela chegar e estragar tudo. Depois que ele me mandou sumir, eu andei até a casa do Thomas. E Lilian estava lá, assim como Stephanie e alguns jogadores de futebol da Carion.

 Eles estavam indo para uma boate e eu fui junto, não tenho ideia do porque. O que eu deveria ter feito era vir para casa. Porque, honestamente, eu não consigo beber, sem ficar bêbado. E considerando que eu tomei: duas vodkas, três cervejas, duas doses de uísque e uma de licor. Eu estava completamente entorpecido.

Eu não sabia ao certo o que estava sentindo. Eu queria sair com a Nadia, mas se o irmão dela ia ficar nomeio, não daria certo. Ele ter comentado sobre planos futuros não ajudou também. Eu só tive uma namorada, na oitava série. Uma. Única. Eu não gosto de me envolver, planejar. Nadia foi a única menina que me atraiu tão rapidamente. 

Então como eu, tentando tirar todas as preocupações da minha mente, coincidentemente estava parado ao lado de Lilian, com o álcool queimando a boca, as luzes e a música me dando tontura,quando ela veio, eu não pensei. 

Nós nos agarramos até que Icona pop começou a tocar e ela me arrastou para a pista, dançando colada no meu corpo a musica inteira. Quando chegou ao fim, G.D.F.R começou a tocar e Lilian continuava agarrada a mim, indicando que continuaríamos dançado. Ela continuava se mexendo de maneira sexy junto as primeiras notas da musica, quando eu senti um liquido escorrendo pela minha roupa e cabelo. 

Lilian imediatamente pulou para trás sacudindo os braços e examinando seu vestido. Eu imediatamente reconheci o cheiro da vodka. 

Eu me lembro da Lilian gritando com alguém atrás de mim, então, quando eu me virei Nadia se materializou segurando uma garrafa vazia de vodka em uma mão e o pulso de Chernikova na outra. Ela me encarava com tanta raiva que meus pelos arrepiaram e eu me arrependida quantidade de álcool que ingeri. Nós fomos empurrados para fora da pista enquanto Nadia sussurrou algo para seu amigo e eles começaram a dançar a música.

 Só que não dançar como eu e Lilian. Eles dançaram. Os passos estavam coreografados e bem executados, deixando toda a platéia energizada e uma Lilian de cara feia. 

Quando a música chegou ao fim,Nadia e Ivan trocaram algumas palavras e ela beijou sua bochecha, antes dela sair do clube. 

Eu achei que eles tinham brigado. Ela parecia tão brava com ele depois da escola.

Mas com certeza estava mais brava comigo, pelos olhares que trocamos no clube.

Senhoras e senhores, eu fiz besteira. Das grandes.

- Isaac! – mamãe estava na minha frente. Seu pescoço estava tão vermelho como a sua cara e ela parecia a ponto de explodir.

 - Sim? – Eu murmurei sem vontade e rolei os olhos. Allison suspirou e esfregou as têmporas fervorosamente. 

- Sabe, você pode brincar se quiser mocinho, mas não vai chegar em casa as cinco da manhã, fedendo a álcool,com dois policiais! – A voz dela havia sido tomada pela raiva e seus gritos adquiriram um tom agudo – Isaac, você está de castigo!

- Mãe... – 

- Nada disso, mocinho! – Ela me analisou, batendo o pé no chão do hall – Tudo bem, você não quer ficar de castigo?Ok, sem castigo.

Eu a olhei desconfiado, mas mesmo assim um sorriso se formou em meus lábios. 

Mas Allison não tinha terminado.

- Mas... Nada de futebol. Você está fora do time, Isaac! – Ela disse com um sorriso quase cruel no rosto. 

Não. Não, não, não, não. E não.

Isso já era de mais.Um absurdo.

- Mãe, não. A senhora não pode fazer isso comigo! – Eu Ajoelhei em sua frente, implorando que ela voltasse ao castigo. 

- Claro que posso. E já fiz. Nada de futebol! 

Ela já havia subindo as escadas,me deixando sozinho.

 Eu tentei caminhar até o sofá, e dormir. Eu tinha uma ou duas horas antes da aula, que ela vai me obrigar a ir. Eu fechei os olhos, e fingi que nada aconteceu. 

Mas eu sabia que não ia conseguir dormir.


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