Pensando como uma menina

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  © Julia Di Mario 2016

chace crawford como Nathan Ross Smith (imagem)

Nathan P.O.V

A noite estava chata.

Melhor dizendo, eu preferia estar em casa socializando com os meus pais.

Isaac parecia totalmente desanimado, ainda não havia recuperado a posição no time de futebol, e Lilian não parecia pronta para se separar dele tão cedo, havia grudado nele como uma gêmea siamesa.

Eles estavam sentados lado a lado, nos bancos de couro vermelho da outra extremidade da mesa de metal da sorveteria.

Isaac mal havia tocado no sorvete de morango e fingia escutar tudo que saia apressadamente da boca de pintada de carmim de Lilian.

Cutuquei meu sorvete de chocolate com a colher, e mas não estava com fome. Deveria haver algo de errado comigo, mas eu nunca gostei de sorvete.

Eu senti um puxão na minha manga, e transferi minha atenção a morena de cabelos ondulados. Os olhos dela estavam enfeitados com cores suaves que destacavam a cor de mel em sua íris, mas ela encarava o sorvete com desanimo, ombros curvados.

- Stephanie?

Eu a ouvi suspirar antes de largar a colher fincada no sorvete coberto por calda.

- Nós... – Ela pausou, mordendo o lábio inferior e lançando um breve olhar para Isaac e Lilian para se certificar que não nos ouviam. – Nós precisamos conversar.

Eu franzi o cenho, não precisei formular minha pergunto. A curiosidade estava estampada na minha cara, eu creio.

- Amanhã, antes da aula começar. – Stephanie sussurrou, - Na frente da sala de ciências.

Eu acenei.

Creio que acabamos de terminar o que fora a conversa mais longa que já tivemos...

O sininho da porta de madeira da sorveteria soou, avisando a balconista e a caixa que haviam novos fregueses.

Lilian finalmente parecia ter fechado a boca, e tomava um gole de sua água, deixando um Isaac atordoado e aliviado de lado.

Eu sorri.

Era engraçado ver os dois, por mais que Lilian quisesse Isaac como um namorado, eles pareciam mais um irmão mais velho atormentado pela irmãzinha.

Ele provavelmente viu minha diversão com seu sofrimento e estreitou seus olhos azuis em minha direção.

- O que é tão engraçado assim, Nathan Ross? – Ele perguntou, tendo certeza de incluir um dos meus sobrenomes (porque eles haviam hifenizado aquilo? Não era mais fácil escolher um dos dois?) – Do que está rindo?

Eu tentei forçar o sorriso para fora dos meus lábios, mas falhei.

- Nada.

Pelos auto-falantes da sorveteria quase deserta, o volume da música aumentou consideravelmente, preenchendo o espaço com uma musica pop familiar.

E junto seguiram as vozes.

As vozes que começaram a gritar junto com a música.

Eu virei minha cabeça na direção da bancada onde os sabores de sorvete ficavam expostos.

A menina loira, que pulava para todos os lados da sorveteria cantarolando a música, vestia calças de pijamas azuis folgadas e pantufas felpudas que quase a faziam deslizar enquanto um cara alto de pijamas escuros a perseguia.

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⏰ Última atualização: Jan 09, 2016 ⏰

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