Treat you better | Gumila

27.

A garota mais feliz do mundo

Dias depois...

MILA

Depois que o Hans foi preso, parece que aa coisas só foram ficando melhores. A pensão ganhou mais alguns hóspedes e meu pai finalmente está começando a aceitar a ideia de abrir um restaurante, enquanto eu vou ficar cuidando da pensão e do Instagram.

Eu demorei, mas finalmente me entendi com meu pai e lhe pedi desculpas por tudo que eu fiz. Mais uma coisa que o Hans tirou de mim. Eu demorei muito pra perceber o quanto ele me fez uma lavagem cerebral pra que eu sentisse vergonha do meu próprio pai e da nossa vida.

Flashback on

Estava chegando em casa, depois que meu pai me pediu pra ir buscar umas encomendas, quando escuto Guto e meu pai conversando na sala, enquanto meu pai folheia um dos seus álbuns de fotos.

— O que vocês dois estão vendo aí?— digo chegando mais perto.

— Seu pai achou seu álbum de fotos dos quinze anos. E tá me mostrando.— Guto diz.— Você era bem diferente...

— Um prato cheio pro bullying você quer dizer, não é?— pergunto.— Chega pra lá.

— Ah, você não viu as minhas fotos na adolescência. Eu usava aparelho e era cheio de espinha na cara. Pra piorar, ainda usava uns óculos fundo de garrafa. Se você era um prato cheio pro bullying, acho que eu era um banquete!

— Ué, meu amor mas a descrição que você deu não é muito diferente de quando eu dei um tapa no seu visual.

— Ah, Mila para com isso. É muito diferente...— diz todo emburradinho e dou um beijo nele

— Sabem, eu acho tão bonitinho vocês dois juntos. Combinam muito...— Meu pai diz.— Me deixa muito feliz ver minha filha feliz.

— Pai...será que a gente pode conversar?— pergunto saindo de perto de Guto.

— Eu...vou lá em cima ver se o Chicão precisa de alguma coisa!— Guto diz e desaparece num piscar de olhos.

— O que foi, filha?

— É que...apesar de eu estar morando aqui há um tempo, a gente nunca conversou direito. E eu...queria te pedir perdão. Acho que tô em falta como filha há uns anos.

— Você não tem que me pedir perdão de nada, minha filha. Eu sempre soube que você ia voltar algum dia. E eu estaria te esperando.

— Obrigada, pai.

— Eu te amo, minha filha.

— Eu também te amo, pai.— digo e lhe dou um abraço. Ao mesmo tempo, escutamos um barulho vindo da escada e nos soltamos a tempo suficiente de ver o Guto estatelado no chão depois de rolar dos degraus, porque é claro que ele não foi ver o Chicão coisíssima nenhuma.

— Guto, meu Deus do céu você tá bem?— meu pai pergunta enquanto corremos até ele.

— Eu tô ótimo. Apenas pisei num degrau errado. O...Chicão me pediu pra pegar uma coisa pra ele na cozinha.

— Augusto do Nascimento, você é péssimo mentindo sabia?

— Eu não sei do que você está falando...— diz disfarçando e olhando para o lado.— Mas...vocês dois...se resolveram?

— É, parece que sim.— digo e abraço meu pai mais uma vez.

Flashback off

Aos poucos, estamos voltando a ser pai e filha de novo. E, mesmo que o Guto tenha dito que não fez nada e que eu só deixei uma parte minha aflorar de novo, eu continuo dizendo que, se não fosse por ele, eu ainda seria aquela Mila que queria mudar tudo que era pra caber na caixinha do Hans.

Hoje, eu sou muito mais feliz passeando no parque com o Guto e o Maradona, rindo das palhaçadas do Chicão e conversando com meu pai. Até o palhaço do Júpiter que vive aqui por causa da Lupita, tá se tornando menos insuportável.

Chego em casa e acho estranho que as luzes estão todas desligadas e não tem nenhum barulho. Isso porque, aquela pensão parece a própria casa da mãe Joana, sempre com gente gritando o tempo todo. Dá pra ouvir a voz do Chicão ainda da esquina e hoje, está tudo perfeitamente quieto.

Assim que passo pelo portãozinho e chego à porta, noto que havia uma rosa branca no chão, cercada de várias pétalas brancas que pareciam formar um caminho.

Pego a rosa do chão e começo a seguir pelo caminho de pétalas, que levava até o lado de fora da pensão, no quintal. Sorrio ao perceber que o caminho de flores levava ao Guto, que me esperava. Ele segurava outra flor como a minha

— Guto, o que é isso?— pergunto ao ver tudo que ele tinha feito.

— Mila, eu...É...passei dias tentando pensar num jeito de pedir você em namoro. Mas...nenhum deles parecia estar à sua altura. E eu...quero estar à sua altura, quero fazer você sentir que eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance pra fazer você se sentir feliz e amada porque...É isso que eu vou fazer. Eu amo você, Mila. Demais mesmo. E aí eu...queria te perguntar se você quer ser minha namorada.

— Meu Deus, Guto. É claro que eu quero!— digo sorrindo e vejo que ele tinha trazido até um anel pra mim.— E não precisa fazer muito pra me surpreender. Eu sou a garota mais feliz do mundo com você...

— Eu também sou a garota...digo, o garoto mais feliz do mundo com você, Mila.— diz e sorrio lhe dando um beijo. Ele coloca o anel no meu dedo e olho pra ele.

— É lindo, Guto. Não precisava gastar com um anel.

— Ah, mas eu não gastei nada. Foi um presente do seu pai.— diz e sorrio.

— E, por falar nisso, cadê ele, o Chicão e...todo mundo da pensão?

— Foram pro bar do seu Zé assistir o jogo do Palmeiras e tomar umas.

— Isso quer dizer que a gente tá sozinho?— ele assente.— E o que você quer fazer? A gente pode...assistir um filme, cozinhar, ou...folhear pela centésima vez algum dos álbuns do papai. O que vai ser, namorado?

— Na verdade, namorada, eu...tenho uma ideia melhor. Mila eu...tô pronto. — diz e eu sei exatamente a que ele se referia.— Eu quero que seja hoje e quero que seja com você...

— Então, meu bem, se prepare pra noite mais inesquecível da sua vida.— digo e sorrio, pegando em sua mão e subindo até o meu quarto.

Eu sei que para os homens é tudo mais fácil do que para as mulheres, mas, se o Guto decidiu que está pronto, eu vou fazer a primeira vez dele ser incrível. Isso é algo que eu posso fazer por ele.

Acertou quem respondeu Simbar. Desde a primeira interação de Gumila, eu lembrei deles. Tem outra referência da Disney no capítulo, será que vocês identificaram?

E, no próximo capítulo, como diz o Chicão: finalmente o Guto vai sair do zero a zero! Kkkkkkkkkkkk