Capitulo sete:

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Londres | 10 de fevereiro

- Estou sim, acho que vai ser legal passar um tempo com você - ele respondeu à minha pergunta, colocando uma mão na minha perna enquanto a outra permanecia no volante. Isso é tão atraente.

Fiquei sem reação, o que eu falo ou faço agora? Será que estou vermelha? E se ele quiser transar e, quando souber que sou virgem, não quiser mais? Será que estou pronta? Calma Crystal, é só uma mão na sua perna, nada de mais, certo? A mão dele começa a subir lentamente e por impulso eu seguro ela, impedindo de continuar a subir por minha perna. Talvez eu não esteja pronta... ou talvez eu só quero algo no momento certo, mas poxa, é o Max Theodore, com ele não preciso de hora certa, preciso?

Droga.

Estamos em silêncio, mas não aquele que gostamos de ter; o silêncio que prevalece no carro é constrangedor.

- Merda, eu estraguei tudo, né? Eu fui apressado, desculpa... - ele admitiu, tirando a mão da minha perna, e eu senti falta. Inclusive, a mão que estava na minha perna era aquela com a aranha tatuada.

Desde que eu o vi, quis aquela mão em mim, me tocando, me segurando. Não só a mão, como aqueles lábios... e quando finalmente me sinto próxima, simplesmente desisto?

- Não estragou nada... só acho que não é um momento apropriado. Tipo, não nos conhecemos muito e não sou o tipo que transa com qualquer um - ele não era qualquer um, mas, apesar disso, ainda não sei se vale a pena. Quer dizer, só não quero agora.

- Eu sei que você não transa com qualquer um; na verdade, nunca transou com ninguém. Ou esqueceu que me disse isso na minha casa? E só para deixar claro, não sou qualquer um - eu corei.

Nunca quis, de fato, me apressar só para fazer sexo. Nunca achei necessário. Sim, eu namorava, mas ele também não fazia questão de me tocar. Na realidade, sempre quis algo parecido com contos de fadas, então sempre adorei a ideia do "só depois do casamento". Noah nunca se encaixou no meu conto de fadas dos sonhos, mas Max? Ele também não se encaixa. Eu imaginava um loiro musculoso e gostoso, mas ele não me parece atencioso. O do meu sonho é, mas Max me faz tremer, me faz sentir as borboletas agitadas em minha barriga, me faz feliz por um curto período de tempo. E eu também acredito fielmente no ditado "tudo que é bom dura pouco". Será que consigo aproveitar esse pouco?

Chegamos ao parque e Max estacionou em um lugar mal iluminado. Deixei bem claro que não quero nada hoje; ele não entendeu? Ou estacionou aqui sem querer? Ele se aproximou um pouco e segurou meu rosto com delicadeza. Meu Deus, aqueles olhos ficavam ainda mais atraentes me olhando de tão perto.

- Ainda não nos beijamos direito. Eu preciso te sentir, mas sei que ainda não está pronta e eu entendo. Mas não vai me negar seus lábios... - ele puxou meu rosto e aproximou o dele. Fechei os olhos, esperando sentir os lábios dele pressionando os meus, mas senti a respiração quente em meu pescoço. Ele então sussurrou - ou vai?

- Não, não vou... - ainda com os olhos fechados, eu respondi. A respiração dele se afastou do meu pescoço, enquanto a minha ficava mais pesada, até que finalmente sinto seu beijo.

Sua língua invadiu a minha boca fazendo movimentos que eu acompanhei, não era necessariamente nosso primeiro beijo e nem meu primeiro beijo, mas eu fiquei tão boba com os lábios dele nos meus que simplesmente esqueci como beijava, parece que encaixou perfeitamente, sua mão que antes estava no meu queixo, agora está segurando meu rosto só para acompanhar o beijo, ele se afastou e abri meus olhos, Max só tinha afastado nossos lábios, mas sua respiração quente e agora pesada, estava novamente em meu pescoço, sua mão foi para a cordinha que amarrava o decote da blusa e delicadamente desfez, não reagi, não iria pará-lo, ele abaixou um pouco até sua boca tocar minha pele nua pele decote, me arrepiei ao toque, porém ele se afastou. O olhei confusa e ajeitei a blusa.

- Vamos para o parque mesmo ou foi só uma desculpa para isso acontecer? - perguntei, e ele me olhou com um sorriso.

- Um pouco dos dois, e foi mal, eu passei do limite... eu me deixei levar - disse com um sorriso fraco.

- Vamos logo então, as filas devem estar lotadas - ignorei o que ele falou; não achei que ele tivesse passado do limite, senão teria comentado.

Saímos do carro e ele foi comprar os ingressos de última hora.

[...]

O primeiro brinquedo que quero ir é a roda-gigante. Todos sabem que é romântico; tudo bem que não somos um casal, mas ele acabou de me beijar, isso deve significar algo.

- Max, vamos naquele - digo, apontando para a roda-gigante.

- Esse é ridículo, não tem nem velocidade. Qual a lógica de ir nele? - Ele diz, revirando os olhos. Tá legal, isso está bem longe de ser um conto de fadas.

Peguei o braço dele, o que me fez lembrar o quanto ele é forte. Voltando ao foco, levei-o para a fila do brinquedo. Ele me olhou entediado e eu dei um sorriso.

Pelo menos ele segurou minha mão; um pouco de romance ainda existe nele. Fomos à montanha-russa depois. Gritei tanto, não só por medo, mas para descontar toda a raiva acumulada por meses. Ah, e não posso deixar de contar que também fomos no trem fantasma; era óbvio que eu iria abraçá-lo, dizendo estar com um suposto medo - nem acredito nisso. Após ir em mais um milhão de brinquedos diferentes, a fome veio, acho que para nós dois.

- Tá com fome? - ele perguntou enquanto caminhávamos pelo parque, olhando os brinquedos.

- Mais ou menos. Quer comer o quê? - Crystal percebeu que ele parecia em dúvida na escolha.

- Você está no cardápio? - Fiquei vermelha de vergonha, porque uma senhora estava passando bem na hora. Com certeza, ela o ouviu. Ela nos repreendeu e soltou um suspiro dizendo: "esses jovens de hoje". Rimos.

- Eu quero algodão-doce! - Crystal respondeu, ignorando a cantada.

Max comprou um algodão-doce para mim e um churros para ele. Depois, ele decidiu tentar pegar um bichinho de pelúcia. Por incrível que pareça, ele pegou uma aranha. Achei-a fofa, tinha uns olhos tão grandes e adoráveis.

Olhei a hora no celular e falei para Max que era melhor irmos logo. Apesar de não ter recebido uma única ligação do meu pai, sei que ele deve estar furioso e não queremos morrer agora; pelo menos, eu não.

Max me deixou em frente à minha casa e eu perguntei:

- Não vai entrar? - Ele balançou a cabeça, dizendo que não. Me aproximei e dei um selinho nele. - Tchau, então.

- Tchau, estranha.

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Já votaram e comentaram no cap? Tô de olho emm, beijos.

(Demorei pra atualizar pelas provas)

Eu tentei,amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora