35

512 63 48
                                    


Giovanna Antonelli

Entendo que talvez eu realmente merecesse um pouco de apavoro da parte de Alexandre, após ter usado um dos treinadores do campeonato para provocá-lo. Mas precisava exagerar? Ainda mais com uma ruiva bonita daquelas, não tinha necessidade nenhuma.

— Ele é um homem morto, Alessandra. Morto! — ralhei brava, cruzando os braços na frente do meu próprio corpo sem tirar os meus olhos da cena que se desenrolava do outro lado do salão.

— Você quis provocar ele, agora tá aí chorando as pitangas. — minha amiga falou rindo, brincando com a minha cara.

Mas eu não conseguia sequer reclamar com ela, ficar puta por ela não estar levando a sério o meu ciúme, porque eu permanecia estática olhando a conversa daqueles dois.

— Olha lá, Alessandra. Tá se jogando pra cima dele e esse cachorro não faz nada. — quase gritei apavorada, notando a tal mulher se aproximando mais dele, cheia de conversinha.

— Se eu fosse você, eu ia lá marcar território. — Alessandra deu de ombros, voltando a se agarrar com Rodrigo.

— Eu tô indo pro hotel... — resmunguei puta da vida, não querendo mais ficar ali para assistir todo aquele showzinho. — Quando aquele cachorro aparecer por aqui, você mande ele ir embora com o Rodrigo e arrume outro quarto pra ele. 

Peguei minhas coisas e fui até o lado de fora do barzinho, já pedindo um carro de aplicativo para me levar para o hotel que haviam reservado para aquela noite.

Não demorou muito para que eu chegasse no andar do nosso quarto, depois de ter passado a viagem inteira querendo chorar de ódio daquele desgraçado. Maldita hora que eu fui me apaixonar por alguém tão sem noção quanto eu, ou até pior.

Assim que entrei no quarto, aproveitei para me livrar daqueles saltos que estavam acabando com o meu pé e do vestido apertado que já tinha passado da hora de sair do meu corpo. 

Permaneci apenas de lingerie enquanto retirava a maquiagem no espelho do banheiro, tentando pensar em qualquer coisa que não fosse em como a noite de Alexandre terminaria. Queria poder pegar aquela ruiva pelos cabelos e mantê-la bem longe dele, mas eu não sou tão maluca assim.

Pelo menos não costumo ser.

Mas Alexandre me faz ter vontade de ser bem doida, daquelas surtadas que fazem loucuras por um homem. Sorte a minha que ainda existe uma parte de mim totalmente sã, uma parte que ainda não foi invadida por esse amor tão louco que nós dois vivemos.

Assim que terminei de tirar toda a maquiagem do meu rosto, ouvi batidinhas leves na porta. Eu não precisava nem abrir pra saber quem era, conheço muito bem o homem que eu namoro.

— Perdeu a viagem vindo até aqui, pode voltar pra lá. — gritei do outro lado da porta, sem nem fazer questão de abri-la.

Mais do que conhecer ele, eu me conheço e sei bem que se eu abrir essa porta não vou conseguir mandá-lo embora.

— Para de graça, Giovanna! Eu quero conversar com você. — ouvia sua voz abafada do outro lado da porta, parecendo até mesmo ofegante.

Muito bom saber que ele veio correndo desesperado atrás de mim, meu ego adorou saber dessa informação.

— Volta pro barzinho e continua a sua conversa com a ruiva gostosa, Alexandre. Eu não quero papo com você hoje, não. 

NocauteOnde histórias criam vida. Descubra agora