Era uma vez um escândalo ( 6 livro da série Royally Screwed )

CAPÍTULO 1

  Vi

O calor bateu na minha pele, meu pulso rugindo como fogo nos meus ouvidos e nas minhas veias. Engoli em seco, meu lábio inferior preso entre meus dentes enquanto eles o roçavam.

Isso parecia errado.

Era imundo - sem sequer tocar, sem fazer nada físico, já era. Eu sabia. Sentia-me suja e travessa.

... E isso me fez sentir viva.

Tudo isso e proibido, é claro, considerando quem eles eram. Ou quem eu era.Ou que eu estava lá, para começar, porque fingi ser quem não era, porque me
refugiei em um lugar e em um mundo em que não devia estar. O mundo deles.

Estremeci sob seus olhares - deles, no plural. Tipo, dois deles. Dois homens,e não qualquer homem, não. Dois homens lindos, poderosos, enormes, bem
moldados, ferozes e intensos, olhando diretamente para mim.

Dois príncipes, ainda por cima. Dois príncipes reais, bem reais.

Dois pares de olhos passaram por mim, me despindo com seus olhares,puxando minhas roupas da minha pele sob a intensidade daqueles olhares. Dois
pares de belos lábios perfeitos, macios, mas robustos e masculinos, brilhavam tentadoramente na luz fraca da cozinha.

Um abriu a boca, sua língua passando pelo lábio inferior como se fosse me provocar ainda mais. O outro trouxe a mão para cima, seu dedo raspando sobre sua mandíbula perfeita cinzelada, seu polegar
provocando seus próprios lábios.

As paredes que sustentavam minha força de vontade começaram a desmoronar ainda mais. As defesas com que eu sempre me cercava, se quebravam
sob o calor daqueles olhares.

Eles se aproximaram e eu engasguei silenciosamente.

— Então, por que você não nos mostra?

Mordi meu lábio, tremendo, enquanto meus olhos disparavam entre eles.Dois. Havia dois deles. Dois deles, uma de mim, e sozinha na cozinha do palácio.

Uma história travessa de Cinderela em andamento, como algo saído de um livro de romance. Como algo saído de uma fantasia que eu mal tinha admitido para mim mesma que tinha sonhado.

E, no entanto, lá estávamos nós. Dois príncipes lindos, dominantes e extremamente sexys.

E eu.

Sozinha, o calor aumentando, a distância entre nós se fechando e uma necessidade dolorida queimando em mim, ficando mais quente e mais impossível
de ignorar.

— Te mostrar o que?

Sussurrei, minha língua correndo sobre meu próprio
lábio. Os dois perceberam o movimento, um rosnando audivelmente, o outro xingando baixinho, enquanto seus olhos se fixavam em meus lábios.

Como se fossem gatos selvagens que acabavam de avistar uma presa para o jantar. Como se eles fossem dois homens que tivessem acabado de sair cambaleando de um mês no deserto e meus lábios estivessem cheios de água.

Eles olharam para mim com uma fome e um desejo que ninguém nunca tinha olhado para mim antes. Nem mesmo perto. Eles olhavam para mim como se eu fosse a única coisa no mundo que sempre quiseram estar olhando.

– Você sabe,

o outro resmungou baixinho, ambos se aproximando.

– Mostra-nos, linda.

— Mostrar o que.

— Tudo, — seu irmão rosnou.

— Mostre-nos tudo.

Eles se moveram direto para mim e, de repente, uma faísca soltou e um fogo envolveu a todos nós. Engasguei quando quatro mãos escorregaram sobre meu corpo, correndo sobre o vestido que nem era meu, deslizando em meus quadris.

Esses dois conjuntos de lábios, perfeitamente impossíveis de ignorar, moviam-se contra meu pescoço, fazendo-me gritar, enquanto eles encontravam minha pele macia lá.

— Isso é... isso é uma loucura, — consegui arfar.

— Você é bem-vinda para ir embora a qualquer momento.

Um gemeu em mim,sua mão deslizando em meu cabelo e enrolando-o em um punho.Mas mesmo que fosse verdade, eu sabia que nenhuma parte de mim o faria.Eu sabia que nenhuma célula do meu corpo deixaria que me afastasse deles ali mesmo, não depois daqueles lábios na minha pele e daquelas palavras no meu ouvido.

Não depois daquelas mãos me puxarem com força para eles.Dois príncipes e eu. Sozinha enquanto o calor nos engolfava e começava a cair.

Isso parecia errado. Estava imundo. Escandaloso, até. Oh, mas estava acontecendo. E isso estava acontecendo direito agora. Minha pulsação rugia em
meus ouvidos, minha pele explodia em brasa e quando os dois se moveram para me levar, me derreti neles.

...Mas, talvez eu devesse recuar e começar do início.