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sexta

- Tens a certeza que estás bem?

- Sim. Adormeci duas horas e melhorou. - Mais uma vez, garanti a Alexandra que estava melhor e que ter saído mais cedo ajudou.

- Já conseguiste comer alguma coisa? Eu sei que estás indisposta, mas se não comeres vais trazer a fraqueza e toda uma bola de neve. - Explicou, a sua veia de mãe sobressaía-se. - Precisas de algo, amiga? Posso ir a tua casa.

- Não, estou bem. E não, também ainda não comi, vou fazer alguma coisa agora. Agradeço. Se precisar, vou ligar-te. - Tranquilizei-a.

Trabalhei apenas durante a manhã, visto acordar bastante mal disposta e com a necessidade de me ausentar da cadeira para a casa de banho. Depois de expulsar o pequeno-almoço, entrei em esforço por nada mais restar no organismo. Ainda assim, a ida à casa de banho continuou.

Senti uma forte dor de cabeça, o que me deitou por terra e obrigou a pedir para ir descansar. Pelo facto de ser uma profissional exemplar, nenhuma colega levantou problema. Agradeci, pois já tinha a falta de equipa por causa do João Pedro, que se maravilhava na praia de férias. Em casa, nada fiz, só me deitei e obriguei a dormir. O desconforto já começava a ser insuportável.

Levantei-me da cama para cozinhar alguma coisa simples e saudável para não recorrer à sanita. Tal como era óbvio, a canja milagrosa demorou uma meia hora a ser cozinhada. Aproveitei esse tempo para tomar duche e mudar de roupa.

Enquanto receava cada colherada, passeava os olhos pelas redes sociais e pelo grupo da empresa para me manter informada.

Logo, recebi uma segunda chamada. Atendi.

- O que me queres?

- Olá para ti também. Estás na pausa?

- Estou em casa.

- Então? Porque estás em casa?

- Porque sai mais cedo. Fala, Edu.

- Pensava que éramos amigos. Precisamos de uma segunda conversa, Lara? - Brincou. Revirei os olhos. - Está tudo bem?

- Estava melhor antes.

- Simpática. Olha, ás sete horas estou à tua porta para irmos jantar. A Patrícia trocou-me e nem atende. Podemos tornar essas sete em cinco minutos se quiseres. - Processei bem o que dizia, acabando só por suspirar.

- Sete horas?

- Claro! Vamos jantar. Não voltei para a Filipa e não estou minimamente interessado em voltar, o que não acreditavas. Deves-me um jantar.

- Edu, não alucines. Não há jantar nenhum. - Não deixei de ouvir a sua risada. - Não há!

- Até logo, não te atrases! Beijinhos.

Com isto, a chamada foi desligada.

As próximas horas decidi passá-las mesmo a descansar no sofá, para que o meu estômago nem pensasse em rejeitar a refeição.

LIAR  ➛   EDU QUARESMAOnde histórias criam vida. Descubra agora