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cinco e quarenta

- Wow.

- Fecha a boca, Edu. - Retorqui perante a sua reação à minha aparência ao abrir-lhe a porta. - A Patrícia está a vestir-se. - Informei.

- Estás mesmo bonita. - Elogiou-me, após ignorar por completo o que lhe havia dito.

- Obrigada, Eduardo.

Contive a típica indiferença perante o seu olhar atento a admirar-me. Segurei uma sweatshirt e o casaco de ganga, um em cada mão, mostrando ao atleta para que me ajudasse a escolher.

Apontou para o casaco para que continuasse com um look praiano. Agradeci. Coloquei na mala que ia levar comigo, visto não saber para onde a noite nos iria levar. Após o passeio de barco com vários aperitivos e bebidas, provavelmente íamos passar o início de noite num bar algures.

Tudo iria depender do estado da Patrícia e do quão dorida se sentia. De qualquer, tínhamos um uber à nossa espera dentro de cinco minutos. Fui alertar a Patrícia para se apressar.

- Vamos ficar em terra! Despacha-te!

- Calma, já estou! Tomar banho com ligaduras e sacos de plástico não é nada fácil. - Reclamou. Os ténis foram o problema maior.

- Leva uma meia por cima da ligadura e calça só um dos ténis. - Encolhi os ombros após sugerir. A meu ver, era o que fazia mais sentido. - Se, depois do passeio de barco, te sentires pior, voltamos. As bebidas do bar vêm para o quarto.

- Achas? Não, claro que não. Vocês não vão ficar no hotel fechados por minha causa. - Saímos para o corredor do quarto. - Recuso-me.

- Birrinhas, nós vamos dar um jeito. O que importa é que estejamos juntos. - Pousou o braço nos ombros da de cabelos longos e beijou-a cinco ou seis vezes na bochecha. Ela riu-se.

- Que querido, amigo.

- Sempre.

- Já acabaram ou querem continuar? - Desdenhei todo o amor que nutriam um pelo outro.

- Não sejas ciumenta, chego para os dois.

- Isso foi tão frase à Quaresma que começo a ficar preocupada não só com o teu tornozelo. - Revirou os olhos e sorriu-me animada.

- Tens que aprender com a Patrícia. Sou a melhor influência que podes ter na vida.

- Que bom, Edu. E eu que adoro desviar-me para os maus caminhos. Incompatíveis. - Gracejei dele após entrar no carro. - Que pena.

- Eu sei para que maus caminhos te levava.

A Patrícia arregalou os olhos e eu voltei a fazer uma careta nada deslumbrada. Porém, ouvimos a sua risada e um estou a brincar. Nesse momento, o meu telemóvel vibrou na mala. Pousada no colo durante a viagem, abri-a curiosa.

Deparei-me com o nome do atleta no ecrã, embora ter sido discreta por causa da Patrícia. Os mesmos pensamentos que tivera outrora sobre os segredos para com ela, regressaram.

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A não ser que queiras ir

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