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Amalfi Coast
primeiro dia

Bocejava dentro do carro que nos levava para o hotel escolhido pelo atleta. A noite anterior foi de oito a oitenta sem que déssemos conta.

Decidimos que era boa ideia ir até à praia ás cinco da tarde, dado o calor excessivo e acabamos a beber mojitos num dos bares na Costa. Beber os dois primeiros mojitos relembraram-me dos atos, escolhas e dores de cabeça que o álcool me trazia, o que me levou a ser cautelosa.

Principalmente pelos olhares que o atleta dos leões me dirigiu durante toda a noite. Sabia que a Patrícia não ia estar em condições para conduzir, o que me manteve sóbria. Um dos motivos. Pelos mesmos motivos e até outros, o Eduardo também não foi longe demais. Era atleta. E não era grande fã de bebedeiras só porque sim.

Chegamos mais tarde do que devíamos. E ainda tivemos que correr pelo aeroporto por atrasos. As horas de voo foram passadas à conversa, devido à inquietação de chegar a Amalfi.

Agora que estávamos naquele lugar paradisíaco italiano, o cansaço começava a pesar mais. Ainda assim, pretendíamos passear.

Eram quase duas da tarde, nada tínhamos almoçado. Planeamos trocar de roupa para que a tarde fosse na praia mais próxima e petiscar algo no hotel e até mesmo nos bares. Tínhamos feito a reserva do hotel com tudo incluído.

- Vemos-nos daqui a cinco minutos?

- Têm a certeza que não querem dormir? Estou a sentir-me tão mal disposta. - Choramingou Patty, com olhos de cachorrinho. - Só um bocadinho! O meu estômago precisa de socorro.

- Quem te mandou enfrascar-te? Temos só quatro dias para turistas, não vamos desperdiçar! Aguenta lá! - O Edu respondeu.

- Duvido que consiga. Prefiro descansar um pouco agora que chegamos que ficar pior depois e não aproveitar mesmo nada. - Retorquiu. - E este carro quente não está a ajudar em nada. - Apesar do ar condicionado, estava abafado. - A culpa foi vossa, que me deixaram beber.

Balancei somente a cabeça.

Chegamos ao hotel algum tempo depois. Ficamos longos minutos na receção, até que os acessos aos quartos nos foram dados. Agradecemos.

A Patrícia reclamava do tempo em pé. Dizia estar cada vez pior, que só queria deitar-se. Notava que fazia um esforço para se aguentar de pé. Entrou a correr no quarto, procurando a casa de banho. Só ouvi a porta a fechar. Olhei o Edu.

- Não está mesmo bem.

- Nem comeu ainda. É normal. - Empurrei as malas para o interior do quarto. - Já te dizemos o desfecho disto. Vai trocar de roupa.

- Se ela ficar a descansar, tu vens na mesma? - Os seus olhos entrelaçaram nos meus.

Balancei a cabeça, confirmando.

- Só os dois?

- Não te estiques.

- Até já, Lara. Manda-me mensagem.

Concordei, fechando a porta. Admirei o bonito e simples quarto onde estávamos instaladas, antes de me aproximar da casa de banho. Tal como era esperado, estava agarrada à sanita.

LIAR  ➛   EDU QUARESMAOnde histórias criam vida. Descubra agora