Objeto De Afeição

Pensamentos do dia seguinte...

Eu estava surpresa com a atitude de Anthony. Realmente, eu não esperava essa reação dele. Eu não conseguia acreditar que ele havia aceitado o que eu disse de forma tão calma. Eu me sentei sobre a cama e o encarei fixamente. De fato, eu era uma das mulheres mais abençoadas do mundo. Eu havia me casado com alguém que era compreensivo e respeitoso. Eu era esposa de alguém que não pensava apenas em si mesmo. Eu sorri ao me dar conta disso. Eu me aproximei de meu marido e o abracei. 

-Obrigada...- Foi o que eu consegui dizer enquanto passava minhas mãos pelo cabelo de lorde Bridgerton. Minha voz transmitiu o quanto eu estava aliviada e confortada com a atitude dele. 

-Por que está me agradecendo? O que eu fiz? - Ele indagou entre risos enquanto correspondia  ao meu abraço. 

-Você me entendeu. Você não colocou sua vontade na frente da minha. 

-Mas é isso que se tem que fazer em um relacionamento. 

-Bem, nem todos os maridos são compreensivos assim...

-É, isso é verdade. Infelizmente. Não me agradeça. Eu não fiz mais que a minha obrigação. Nós temos que respeitar a vontade das pessoas que nos cercam. Nós não podemos ser egoístas quando se trata de um assunto como esse. Está tudo bem. - Anthony proferiu convicto enquanto se afastava de mim um pouco. Ele me olhou intensamente e me beijou. 

Seus lábios se uniram aos meus de um jeito delicado. Em seguida, meu marido pressionou levemente minha boca com a sua. Ele fez menção de querer aprofundar o beijo e eu cedi. Suas mãos pousaram e permaneceram sobre o meu rosto até a falta de fôlego fazer com que a gente se separasse. 

-Para mim, ter você aqui ao meu lado é a realização de um grande anseio meu. Você não faz ideia do quanto eu esperei por isso. 

Sua maneira de falar me fez ter certeza que o que ele disse era verdadeiro. 

Eu sorri e pousei minha cabeça sobre seu ombro. Em seguida, ele passou seu braço ao redor da minha cintura e me trouxe para mais perto dele. Eu me aninhei mais a ele. 

-

Quando o relógio marcou seis horas da manhã eu decidi me levantar da cama. Eu havia passado a noite inteira acordado, observando Kate dormir entre os meus braços. Ela era linda. Ela era tudo que eu sempre quis. Eu estava com medo de desenvolver por ela um sentimento maior que essa paixão que eu sentia. Isso não podia acontecer...

Um dia eu iria morrer...Eu morreria em breve. Não faltava muito tempo para eu atingir a idade que meu pai tinha quando faleceu. 

Com certeza, eu iria morrer primeiro que minha esposa. Eu não era digno de viver mais tempo que meu pai e minha mulher. Kate não podia me amar. Eu não podia amá-la. Se não iríamos sofrer muito quando eu partisse. Eu não sabia se havia vida além da morte, mas se houvesse, lá do outro lado, eu não suportaria ver minha esposa padecendo por minha causa. E tudo isso ocorreria se houvesse amor além do desejo e paixão que sentíamos. 

Eu tinha que evitar isso. E eu o faria.