Objeto De Afeição

Início de Kathony?- Parte 2

Obedecendo ao pedido de Kate, eu a conduzi de volta para a mansão. A jovem encontrava-se calada e com um semblante sério. 

Quando nós nos acercamos da mansão, Kate desceu sozinha do cavalo e se pôs a andar para o interior do lugar. Após apressar bastante o passo, eu a alcancei e segurei-a pelo braço. 

-Milady, nós precisamos conversar sobre o nosso casamento que ocorrerá em breve...

-Tudo bem. Sobre o que você quer conversar? - Ela deu continuidade ao assunto, mostrando frieza. 

-Sobre como tudo funcionará...

-Diga. Como tudo funcionará?

-Bem, amanhã você irá a modista para escolher o modelo de seu vestido. 

-Tudo bem. Mais alguma coisa?

-Sim...Eu queria saber...se a senhorita já teve experiência...

-Experiência em quê? 

-Experiências em atos que...acontecem após o casamento...?

-Qual é o motivo da pergunta? 

-Motivos...pessoais...

-Você quer ter a satisfação de saber que será o meu primeiro e infelizmente o único? É isso?

-Bem, eu não entendi a palavra infelizmente na sua frase...

-Bem, eu quero dizer que é injusto o fato de o senhor ter tido a liberdade e a oportunidade de conhecer e se relacionar com outras pessoas enquanto esteve solteiro e eu não. 

-Eu...Eu não tenho culpa...É a sociedade...

-E a sociedade é formada por homens e mulheres que estão de acordo em privilegiar o sexo masculino e reprimir o feminino. 

-Kate...

-Com licença, milorde. Boa noite. 

[...]

Era meia noite quando Edwina adentrou o meu quarto e pediu para conversar comigo. 

-Sobre o que exatamente quer conversar?

-Sobre você e o milorde

-O que quer saber?

-Quando você se deu conta que estava apaixonada por ele?

-Eu...não...

-Kate, por favor, não minta para mim e não minta para você. 

-Eu me dei conta quando nós viemos passar esse fim de semana aqui na mansão...

-O que você faria se eu tivesse me casado com ele?

-Eu iria para bem longe de vocês. Eu sufocaria meus sentimentos até eles deixarem de existir. 

-Isso é verdade?

-Sim

-Por que você faria isso?

-Porque o meu amor por você é maior do que tudo, Edwina. Eu não deixaria uma paixonite destruir nossa relação de irmãs. Jamais. 

-Você me deixaria me casar com alguém que eu não amo? Você não tentaria me impedir de cometer essa loucura? Que decepção, Katherine. - Minha irmã proferiu de forma direta e sorriu ao concluir sua fala. 

-Você não gosta do lorde Bridgerton?

-Não da mesma forma que você. Eu o acho bonito, inteligente, charmoso e educado. O admiro, mas não o desejo. Eu apenas gostava da ideia de me casar com alguém influente e honrado como ele. Eu confesso que gostava da ideia de me sentir invejada pelas demais garotas. - Edwina riu ao terminar sua frase e me abraçou forte. - Eu te amo, irmã. Está tudo bem agora. Minha raiva passou. Mamãe me fez enxergar o que eu poderia perder se continuasse brava com você. 

Eu abracei minha irmã de volta, apertadamente. 

-Que bom que você não está mais brava. Eu não suportaria perder sua amizade, seu amor. 

-Isso nunca vai acontecer. 

-Eu prometo que eu vou esquecer o Anthony. Eu prometo que eu vou conseguir te ajudar a arrumar um bom marido. Você será muito invejada. Mais invejada do que você já é.

-Esqueça isso. Eu quero ser feliz. Não invejada.

-E o que eu posso fazer para te ajudar a ser feliz?

-Se você for feliz, eu serei feliz. E você precisa conversar com o Anthony. Você precisa se acertar com ele. Ele, com certeza, é um dos motivos que te faz feliz.