XIV.Deu merda

13 3 5
                                    

Nina estava deitada no sofá, pensando nas atitudes que havia tomado junto de Izack. Sua mente estava cada vez mais se sentindo culpada pela merda que rolava, ainda mais mentindo para alguém que estava começando a amar, Emilly Amorim.

— Isso não pode continuar assim, — Nina murmurou para si mesma, esfregando o rosto com as mãos. — Preciso contar a verdade para a Emilly.

Naquela noite, ela foi até a casa dos Amorim, com o coração na boca. Quando Emilly atendeu a porta, Nina a puxou para um canto e começou a falar apressadamente.

— Emilly, preciso te contar uma coisa. — Nina começou, a voz trêmula.

— O que foi, Nina? Você está bem? — Emilly perguntou, preocupada.

— Não, não estou. — Nina respirou fundo. — Eu menti para você. Allan não está bem. Izack... ele está fazendo coisas terríveis. Eu ajudei ele, mas me arrependo. Por favor, não conte a ninguém, mas preciso do seu apoio para tirar o Allan de lá.

Emilly ficou em choque, mas assentiu. — Tudo bem. Mas eu quero meu irmão de volta. Você promete que vai trazer ele de volta?

— Eu prometo. — Nina disse, com determinação.

Naquela noite, aproveitando que Izack não estava em casa, Nina entrou sorrateiramente na casa onde Allan estava preso. Allan dormia profundamente. Nina procurou as chaves das algemas, mas levou um tempo até encontrá-las. Justo quando estava prestes a libertar Allan, ouviu a porta da frente se abrindo.

— Mas que merda! — Nina sussurrou, alarmada. Izack voltou pra casa.

Izack entrou lentamente, seus olhos se estreitando enquanto olhava em volta. Ele segurava um machado nas mãos.

— Quem está aí? Eu sei que tem alguém aqui! — Ele gritou, sua voz reverberando pela casa.

Nina tentou se esconder, evitando fazer barulho, mas a poeira a fez espirrar. — Droga!

Izack ouviu e começou a procurar a fonte do som, a voz dele ecoando com uma mistura de curiosidade e fúria. — Quem está aí? Não tente se esconder de mim!

Quando Izack encontrou Nina, ela estava em desvantagem, tentando evitar acordar Allan. Ela correu, mas sua perna se prendeu no piso velho de madeira, torcendo o tornozelo. Rastejando em direção à maçaneta da porta, sentiu o terror crescendo quando os passos de Izack se aproximaram.

— Nina? Que porra você está fazendo aqui? — Izack perguntou, sua voz cheia de veneno.

— Eu... Eu não posso mais fazer isso, Izack. Isso tem que parar! Allan não merece isso! — Nina implorou, lágrimas escorrendo pelo rosto.

Izack, com um olhar sádico, levantou o machado. — Você me traiu, Nina. E traidores não têm perdão.

— Não! Por favor, Izack, não faça isso! — Nina gritou, mas foi em vão.

Sem hesitar, ele desceu o machado com um golpe brutal, abrindo a cabeça de Nina ao meio. O sangue espirrou pelas paredes enquanto Allan continuava a dormir profundamente, inconsciente do horror que se desenrolava a poucos metros de distância.

Izack, movido por um impulso primitivo e cruel, começou a devorar o corpo de Nina ali mesmo. Rasgando a carne com os dentes, ele se entregou ao canibalismo, cada mordida cheia de uma fúria animalesca.

— Deliciosa... Tão deliciosa... Sempre soube que você tinha algo especial, Nina, — murmurou Izack para si mesmo entre mordidas. — Allan não entende. Ninguém entende. Isso é amor verdadeiro. Isso é dedicação.

A respiração pesada e os sons grotescos de mastigação preencheram o ar, criando uma cena de pesadelo. A luz fraca do quarto iluminava o rosto de Izack, manchado de sangue, enquanto ele se banqueteava, um monstro consumido por sua própria insanidade.

— Ninguém pode nos separar, Allan. Não agora. Não nunca, — ele sussurrou, olhando para o corpo sem vida de Nina. — Você vai entender. Vai me amar do jeito que eu te amo. Até o fim.

Meu vizinho estranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora