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Depois do nosso passeio, nós fomos na praia, só para observar o mar e terminar de curtir o dia.

Caminhar me faz bem, gosto de andar calmamente e observar tudo ao meu redor, a sensação do vento salgado batendo em meu rosto é incrível

...

Estou passando muito tempo com o Rafe, me sinto bem confortável ao lado dele, isso é estranho... Eu odiava até a voz desse garoto!

Ele se sentou na areia e eu fiz o mesmo, sentados lado a lado, só observando as ondas, nenhuma palavra era trocada e isso não era desconfortável.

...

Rafe: - lembra de quando eu te beijei? - ele fala com naturalidade.

Maya: - hum? - fiz de conta que não ouvi de primeira, queria ter certeza de que tinha ouvido aquilo mesmo.

Rafe da um pequeno sorriso.
Rafe: - você me ouviu... - ele olha fixamente em meus olhos. - não pensa em fazer de novo?

Maya: - por que essa pergunta do nada? - começo a falar na mesma naturalidade que ele.

Rafe: - sinceramente... Aquele beijo não sai da minha cabeça! - ele diz empolgado. - não costumo falar dessas coisas, mas, puta que pariu! Será que você pode me beijar de novo? - e ri.

Fico totalmente sem reação e acabo rindo junto com ele.

Maya: - vamos bater um papo de sinceridade, ok? - ele afirma com a cabeça. - beijo e sentimento. Acredito que ficar beijando sem sentimento não tem sentido, não quero ficar gastando meu tempo de vida com essas coisas fúteis.

Rafe: - coisas fúteis para você são coisas simples, certo?

Maya: - coisas simples são coisas sem muita importância, se um beijo sem sentimento não tem importância... Então, sim... - dobro minha perna de maneira que consigo abraça-la.

Rafe: - acho que entendi... O que te faz pensar que não tenho sentimentos por você? - ele arrisca

Arregalo meus olhos e finalmente fico sem palavras.

Rafe: - consegui te calar... - ele ri. - a questão é que sentimentos são fortes demais, não te olho de um jeito romântico, relaxa... - ele se levanta e estende a mão para mim.

Seguro sua mão e me levanto também.

Rafe: - vou respeitar a sua decisão de não querer me beijar, mas... Quando quiser, sabe onde é o meu quarto. - ele pisca e isso me tira uma boa gargalhada.

Maya: - você é patético!

...

Foi um assunto meio sem sentido, mas eu entendi o que ele quis dizer e acredito que ele também tenha entendido tudo, ele escolheu fazer o mínimo, agora... Vamos fingir que aquele beijo nunca aconteceu e assim vamos ser bons amigos.

° Rafe Cameron °

Nós saímos da praia e fomos direto para casa, aquele assunto todo foi ridículo, mas fiz de conta que entendi tudo...

No caminho de volta para casa, nós continuamos a conversar sobre coisas aleatórias e histórias dos nossos passados.

A questão é que eu me conheço o suficiente para saber que estou começando a me apaixonar por essa maluca, que é maluca o suficiente para não corresponder os meus sentimentos.

Em um momento comum eu iria começar a ignorar ela, mas sabendo que ela perdeu a mãe e que os amigos dela são uns filhos da puta... Só vou ignorar esse meu sentimento, até ele parar de existir.

Mas aqueles olhos grandes que sempre estão me encarando, sua mente acelerada e sua personalidade indecisa, mas com opiniões fortes... Ok, ela é realmente o meu ponto fraco.

...

Chegamos em casa e antes dela ir para o seu quarto, me deu um forte abraço.

Logo depois, vi ela subindo as escadas e indo direto pro seu cômodo da casa.

Fiquei sem palavras e até mesmo sem reação.

Meu pai estava na sala e viu aquilo, se aproximou de mim e colocou uma mão em meu ombro.

Ward: - filho, juro que quando vi vocês dois entrando, pude ter uma visão antiga...

Rafe: - e qual foi? - digo em tédio.

Ward: - sua mãe, era exatamente assim... Espontânea e eu, bem... Eu, sempre sem expressão nenhuma. - ele ri. - você e Maya formam um casal bonito, se ela te quiser... Eu apoio. - ele olha para mim com um olhar que estampava pena e me dá as costas.

Vejo meu pai subir as escadas e meu temperamento muda completamente.

Derrepente fico estressado.

Como assim se ela me quiser? Nessa ilha não há só uma baranga que não morra por mim.

Vou até a cozinha e bebo um copo d'água de frente para a janela que dava para o jardim.

Pude ver Sarah e John B, sem pensar muito fui até eles.

Rafe: - aí! John B?

Sarah fica em frente ao garoto para protegê-lo.

Rafe: - não precisa cuidar da sua princesa, irmãzinha. - olho diretamente para John B. - se ama mesmo a Maya, pare de ser egoísta e olhe para o lado dela.

John B: - do que está falando? Ta falando da Maya por que? - ele afasta a Sarah e aumenta o tom de voz para mim.

Eu já teria metido a porrada nesse delinquente, mas a Maya não vai gostar nada disso.

Rafe: - só coloca na sua cabeça e na dos seus amiguinhos Pogues, que a Maya ama vocês e está passando por um momento difícil. - me viro e caminho lentamente para dentro da casa. - e Sarah, o papai tá em casa, manda o seu sujinho... Digo, namoradinho, para fora.

Sinto a mão de John B em meu ombro, me puxando para trás e me fazendo ficar cara a cara com ele.

John B: - agradeço pela sua preocupação, seja lá qual for a sua relação com a minha irmã. - ele me solta e acena com a cabeça.

° Sarah Cameron °

Observei esse teatrinho e fiquei sem entender absolutamente nada.

Sarah: - o que foi isso? O que rolou entre você e a Maya? - me aproximo do John B.

John B: - fui um idiota, o Jj falou umas coisas, sobre a Maya estar virando uma super kook arrogante...

Sarah: - meu Deus! Que absurdo, a Maya nunca será assim... - interrompi

John B: - ... Meio que eu... Confirmei e concordei com ele...

Sarah: - não posso acreditar nisso! Tem ideia do quão chateada ela deve ter ficado? Precisou de um toque de realidade do Rafe para cair na real? Sério?

John B: - não... Não precisei do toque de realidade do Rafe, eu já tinha me tocado antes. - ele se me abraça. - vou resolver isso tudo, ok?

Sarah: - ok.

John B: - agora eu vou embora, não quero que o seu pai me veja aqui...

Nos beijamos e ele foi embora.


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