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Capítulo 2: Entre Cafés e Patins

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Capítulo 2: Entre Cafés e Patins

Marianne San-Cheng acordava cedo todos os dias. Ela morava com a mãe em um pequeno apartamento no centro da cidade. Sua mãe, uma mulher forte e dedicada, trabalhava em dois empregos para sustentar a casa e garantir que Marianne pudesse continuar estudando. A vida não era fácil, mas Marianne se orgulhava do esforço da mãe e fazia o possível para ajudar.

Durante as férias de verão, Marianne arranjou um emprego de meio período em um café temático holandês. O lugar era charmoso, decorado com moinhos de vento e tulipas, e as garçonetes serviam os clientes usando patins. Marianne, apesar de seu jeito desastrado, adorava o trabalho. Sentia-se bem em ajudar a mãe e em ganhar seu próprio dinheiro, mesmo que a maior parte fosse destinada às contas e à escola. Claro que decidiu continuar com o emprego mesmo depois das férias, ela se sentia livre nos patins, e podia ouvir músicas nostálgicas no toca disco, adorava aquele local, adorava café.

Na escola, Marianne sofria bullying desde o fundamental. Kiara, Diana e Star, o trio de garotas populares, nunca perdiam uma oportunidade de zombar dela. Seu jeito desengonçado e distraído fazia dela um alvo fácil. Marianne tentava ignorar as provocações, focando-se em seus desenhos e nos poucos momentos de paz que conseguia encontrar. Claro que ela achava que ao entrar no Ensino Médio, se livraria do tormento, porém, em seu primeiro dia de aula, a garota derramou café em uma blusa de camurça de Kiara, e isso decidiu seu destino. O Bullying que sofria, não era nada leve, tanto que recebia agressões físicas e psicológicas, se sentia fraca por se deixar passar por aquilo, e sentia que um dia, teria coragem para dar um soco na cara de cada uma delas e pedir para que elas a deixem em paz. Mas ela sempre procurava a paz em seus confortos.

Certa tarde, o café estava especialmente movimentado. Marianne deslizava pelos corredores com sua bandeja, entregando pedidos e sorrindo timidamente para os clientes. Seus patins lhe davam uma sensação de liberdade, e quando estava focada, conseguia esquecer os problemas e apenas trabalhar. Todos elogiavam a garota, por ser gentil e cuidadosa com todos, uma figura espetacular para todos ali, seu foco no seu desenvolvimento profissional era visível, poderiam olhar a Marianne da escola para a Marianne do café, não eram a mesma pessoa nunca.

Do outro lado da cidade, Riley Andersen estava com suas colegas do time de hóquei, os Dragões de Fogo. Val, sua melhor amiga, sugeriu que fossem ao café temático para relaxar após um treino intenso. Riley, sempre em busca de um momento de descontração, aceitou a ideia com entusiasmo. Aliás, nunca teria ido naquele café, portanto sua mãe sempre falava bem dele.

Quando as garotas chegaram ao café, o lugar estava cheio, mas elas conseguiram uma mesa próxima ao balcão. Marianne, concentrada em seu trabalho, não notou a entrada do grupo. Ela estava ocupada servindo um pedido quando ouviu risadas familiares. Ao olhar para a origem do som, seu coração acelerou ao ver Riley, Val e o resto do time já sentadas em uma mesa próxima.

Riley e suas amigas riam e conversavam, mas Riley notou algo diferente no ambiente. Seus olhos foram atraídos por uma figura familiar em patins, servindo os clientes com uma destreza surpreendente. Era Marianne. Riley observou a garota deslizar com elegância pelo café, os traços suaves de seu rosto se destacando enquanto ela trabalhava, o sorriso tímido que dava ao entregar uma bandeja ou anotar algo, era fascinante como era e não era a Marianne que conheceu. Quando estava focada, Marianne parecia uma pessoa completamente diferente, segura e corajosa.

Val percebeu que Riley estava distraída e seguiu seu olhar. — Ei, não é aquela garota que você ajudou no vestiário outro dia?

— É sim — respondeu Riley, sem tirar os olhos de Marianne. — Ela parece tão diferente aqui.

As outras garotas do time também notaram Marianne. — Olha só, é a garota do desenho! — disse uma das colegas de Riley, rindo. — Ela parece tão... profissional. Deve ser esse lindinho uniforme, caí bem nela, não é? — Riley fechou o semblante ao ouvir, mas não perdeu o foco da garota. Que ao invés de chiquinhas, estava com um coque alto na cabeça, assim aparecendo a orelha com brincos e piercing, Riley ficou supreendida, e intrigada. Ela deslizou os olhos por toda a garota, corando em seguida e disfarçando.

Marianne sentiu os olhares sobre ela e começou a ficar nervosa. A atenção repentina a deixou envergonhada e tímida. Seus movimentos, antes fluidos, tornaram-se hesitantes. Ela tentou se concentrar no balcão, mas a sensação de ser observada a fez travar. O uniforme curto e com um toque holandês só aumentava sua insegurança.

Riley percebeu a mudança na postura de Marianne e decidiu intervir. — Vou lá fazer os pedidos. O que querem? — disse ela, levantando-se após ouvir os pedidos das amigas. — Não quero que a gente atrase o serviço dela.

Ao se aproximar do balcão, Riley viu Marianne parada, respirando fundo para tentar se acalmar. — Oi, Marianne — disse Riley suavemente. — Tudo bem?

Marianne levantou os olhos rapidamente, surpresa ao ver Riley tão perto. — Oi, Riley. Eu... eu estou bem, só um pouco distraída. Haha, muitos pedidos.

Riley sorriu, tentando tranquilizá-la. — Podemos fazer nossos pedidos?

— Claro, o que vocês vão querer? — Marianne perguntou, tentando se recompor. Mas foi em vão, suas pernas tremiam, ela suava, perdia as forças.

Antes que ela pudesse anotar tudo, um deslize inesperado fez com que ela perdesse o equilíbrio. Ela tropeçou e, por um momento, pareceu que iria cair. Riley, com reflexos rápidos, segurou Marianne pelos braços, impedindo a queda. As duas ficaram muito próximas, olhos nos olhos, e por um breve momento, o mundo ao redor delas pareceu parar.

As amigas de Riley, assim como alguns clientes, notaram a cena. O clima entre Riley e Marianne era palpável, e ambos ficaram visivelmente desconcertadas. Riley ajudou Marianne a se endireitar, e ambas se afastaram rapidamente, coradas.

— Desculpe — disse Marianne, sua voz trêmula. — Eu sou tão desastrada...

Riley balançou a cabeça, sorrindo. — Não se preocupe, acontece com todos. — olhou para a mesa das meninas que as mesmas se encontravam com uma interrogação na cabeça, porém ignorou.

Marianne, ainda envergonhada, anotou os pedidos rapidamente e voltou ao trabalho, tentando evitar mais constrangimentos. Quando as bebidas foram servidas, Riley encontrou um desenho deixado discretamente em baixo de seu copo. Era uma ilustração de um uniforme de hóquei, pôde reconhecer o desenho dos "Dragões de fogo", era pequena mas muito detalhada, ao perceber que tinha a frase "heroína Andersen", sorriu, procurou Marianne com o olhar e a viu conversando com o senhor, logo perdendo a atenção e olhando para ela, deu um sorriso e um tchau com a mão. Riley ao levantar o desenho feito com papel de bloquinho. Fez o gesto para demonstrar que havia visto, com um sorriso bobo.

Riley guardou o desenho cuidadosamente, sentindo uma mistura de admiração e compaixão por Marianne. Ela não conseguia parar de pensar na conexão que tinham compartilhado, mesmo que apenas por um momento. Enquanto isso, Marianne tentava se concentrar em seu trabalho, mas o pensamento de Riley a segurando continuava a rondar sua mente, trazendo um calor inesperado ao seu coração.

Espero que você tenha gostado do segundo capítulo!

Rosa é a cor do amor - Riley AndersenOnde histórias criam vida. Descubra agora