Capítulo 11: A Bruxa.

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— Uma festa? — Moristen indagou esboçando alguma preocupação, talvez, assim como eu, ele estivesse pensando em que tipo de festa seria o suficiente para juntar mais de vinte reis. — Existe alguma festa que faria absolutamente todos os vinte e sete reis virem?

> Vai ser um bocadinho difícil fazer todos virem até aqui, afinal, mesmo estando sob o meu domínio, eles ainda são aqueles que lidam com todos os assuntos dos seus devidos reinos.

— Isso não vai ser uma boa ideia. — declarei. Meu corpo ficou estatelado na cadeira só de pensar que viajar por cada um dos reinos era a única opção. Isso seria complicado mesmo se usássemos as runas de teletransporte. — Juntar absolutamente todos os reis que compõem o império num só lugar é o mesmo  que pedirmos para sermos atacados.

> É mesmo, tem isso também. Eu estava tão focado em resolver isso que não pensei nesse problema. Juntar todos os governantes do império aqui só resultaria num grande ataque. Ninguém perderia a chance de eliminar todos os reis e eu ao mesmo tempo, muito menos os magos negros.

— Pois é. Ou eles também poderiam atacar os reinos, aproveitando a ausência dos seus monarcas. — acrescentei, ficando ainda mais baldada. Voltei a me sentar devidamente na cadeira, fechando os olhos para me concentrar em algum plano para dar a volta a tudo isso. 

> Teremos que achar com urgência um jeito de falar com todos os monarcas sem trazê-los pra cá, o mais rápido possível.

— Por acaso você tem um estoque desses espelhos? — indaguei olhando diretamente para a imagem no espelho, quando uma ideia iluminou a minha mente. Uma que eliminaria todos os problemas de locomoção.

> Se o seu plano era enviar espelhos comunicadores para todos os reinos, sinto em dizer que isso não será possível, já que eu só possuo apenas este espelho. E eu não conseguiria produzir mais em tão pouco tempo. Pode não parecer, mas esse espelho é bem difícil de refinar, só esse demorou cerca de um ano para ficar pronto.

— Mas você sempre dá um a aqueles que vão em missões importantes, assim como me deu um.

> Isso é porque esse espelho que você tem é um pedaço do original. E é por isso que eles tem uma conexão. Mas não dá para tirar vinte e sete pedaços.

— Entendo… — a sala foi tomada pelo silêncio quando os dois velhos me encararam, esperando que eu dissesse alguma coisa, já que as batucadas que meu calcanhar direito dava ao bater contra o chão era uma ação minha que eles já conheciam, afinal, eu só fazia aquilo quando estava muito concentrada. — Moristen, os seus feitiços de ampliação podem manter as características mágicas do objeto, mesmo que ele esteja extremamente distante de ti?

— Bem… Sim, eu posso fazer isso sim.

> O que você tem em mente, Vaiola?

— Já que você disse que não dá para quebrar vinte e sete pedaços, como esse que tenho, do espelho original; eu estava pensando em quebrar pedaços bem menores, muito, muito menores…

— Ohoho… Estou entendendo onde você quer chegar. — Moristen sorria com orgulho, enquanto aplaudia lentamente. — Depois de tudo, eu ficaria responsável por fazer os espelhos ganharem proporções maiores, certo?

— Exatamente.

> Perfeito então. Você também pode enviar os espelhos, Moristen?

— Posso sim! Tenho um feitiço de teletransporte de larga escala que vai ser perfeito para a situação, já que se trata de objetos inanimados.

— E, por fim, eu também descobri que o líder dos magos negros, aparentemente, é alguém que chamam de “Hosi”. E que, se houver mais de um mago negro por aqui, pelo menos um é uma mulher já velha. — concluí enfim a informação, o que resultou em ambos lançarem um suspiro cansado. 

A Cavaleira de Preto - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora