Capítulo 15: A Psicopata.

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Na taverna…

— Isso é sério mesmo? — os olhos do novato brilhavam durante a indagação. Ele estava maravilhado com o que acabara de escutar sobre a comandante. — A comandante é mesmo incrível.

— Agora você entende a nossa reação, né, Frolis? — o narrador do dia perguntou sorrindo, com a mão posta sobre o ombro do novato. — Depois de ter presenciado todos esses feitos da comandante, torna-se insuportável para nós ficar escutando idiotas que falam o que lhes dá na telha.

— Claro, eu entendo. — Frolis suspirou arrependido por ter repetido as difamações que tinha escutado, envergonhado por ter acreditado em gente que nunca sequer chegou perto de um campo de guerra. — Eu peço desculpas.

— Não precisa disso. — Barion murmurou em meio a gargalhadas, retornando a cadeira do narrador. — Ah, esqueci de mencionar que, por vezes, quando está entediada, a comandante se junta a nós para nos espanc… digo, para duelar conosco.

— Ah, é mesmo… Mas ela parou com isso já tem algum tempo.

— Duelos? — os olhos do mais novo brilharam de excitação. Ele não via a hora de poder ver as habilidades da comandante em primeira mão.

— Exatamente. Ela parou com eles já tem algum tempo, mas talvez ela volte com eles. — Barion derramou mais alguma bebida na boca, antes de bater com o copo no balcão, sinalizando as serventes que o copo estava vazio. — Sendo assim, você deve ter um alerta em mente, jovem Frolis.

— Um alerta?

— Isso mesmo. Coloque isso na sua mente: não importa o que acontecer, nunca aceite duelar com a comandante sem armas.

— Huh? Por quê?

— Os dedos da comandante são mais afiados que qualquer arma humana.

°°°

— Cuida dos outros! — Gorilão ordenou desferindo um soco no lobisomem vermelho, lançando-o contra a parede e pulando até ele logo em seguida. — E para com os joguinhos!

Meus olhos foram atraídos pela troca de socos entre o Gorilão e o lobisomem vermelho, como se aquela batalha fosse um íman. Mesmo sendo uma besta espiritual, aquele gorila ainda era uma fera, e a forma como ele rugia, arranhava e mordia o seu oponente, confirmava isso.

Abandonei a batalha do Gorilão e deslizei os meus olhos pelo santuário, que já estava prestes a colapsar depois de tudo, até que meus olhos se encontraram com os do lobisomem de quatro chifres. A besta continuava imóvel, olhando para mim em silêncio, como se estivesse me analisando antes do confronto inevitável.

— Quando você pretende se mover, hein? — indaguei a besta, mas minha voz não saiu alta o suficiente para alcançá-lo, quando ele novamente apenas balançou a cabeça e enviou o lobisomem branco contra mim.

Joguei as minhas mãos para trás e coloquei as minhas espadas de volta na bainha, sem soltar o cabo delas, curvando o meu corpo para frente, me preparando para avançar, assim que a besta pulou contra mim.

Senti o chão abaixo das minhas pernas rachar quando forcei elas para preparar o meu impulso. Avancei logo em seguida, quando senti que minhas pernas já tinham acumulado força o suficiente para a disparada, me lançando contra o lobisomem branco.

Por um momento foi como se nossos corpos estivessem suspensos no ar, quando a besta lançou as suas garras contra mim e eu executei um saque rápido, bloqueando imediatamente as garras, antes de desferir um corte contra o abdômen da besta, a lançando de volta para o seu mestre.

— Nada mal. — o sangue nas minhas veias aquecia de tanta excitação naquele momento, afinal, a besta branca não tinha sofrido nenhum dano com o ataque que dei, o que significava que eu teria um bom combate.

A Cavaleira de Preto - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora