Presente
Quando Gabriel foi forçado a entrar no cativeiro, se deparou com Talha totalmente amarrada e vendada.
— Seus loucos, soltem a minha irmã.—Gabriel gritou com raiva.
— Gabriel?. Talha chamou-o.
— Calma, eu estou aqui.— O irmão tentou acalmá-la.Galego acenou para Geovana e a garota retirou a venda dos olhos de Talha. Ao ver o ex-namorado, Talha entra em surto.
— O que você está fazendo aqui? — Ela perguntou, assustada.
Mas Galego não respondeu, obrigando Gabriel a sentar ao lado da irmã. Ele também o amarrou.
— Hoje será o fim de vocês, seus traidores.— Geovana falou ainda furiosa.
— Prometi que, quando eu encontrasse vocês, eu lhes daria um fim. — Aquele garoto malvado disse.
Ao falar isso. Galego puxou duas armas da costa, uma ele deu a Geovana e a outra ele apontou para os dois, tal como Geovana também fizera.
— Comecem a se despedir desse mundinho patético. — Ele falou decidido.
— Calma, cara. — Gabriel, mesmo assustadíssimo, se manteve calmo. — Solte a Talha. Fui eu que te entreguei para a polícia quando você matou aquela pobre garota.
— Sei disso. Mas sua irmã, que revelou o meu esconderijo, só ela sabia. Por isso, os dois vão abraçar a morte agora.
— Geovana. — Talha falou chorando.— Ajude a gente, esse cara é um monstro, você não conhece ele.
— Ajudar vocês? Até parece. Essa é minha chance de matar dois coelhos com uma paulada só, quer dizer, com duas balas apenas. — E ela sorriu.
— Por que está dizendo isso conosco, você não conhece esse monstro? Talha falou ainda nervosamente.
— Não é por ele. Livrarei o Edu das mãos de vocês dois, seus traidores.
— O Edu? O que ele tem com isso?— Talha não conseguia entender.
— Ah, não. Você não sabe?Geovana olhou furiosa para Gabriel, que estava mais branco que um papel.
— Vou te contar. — Geovana falou. — Seu irmão tem um caso com seu namoradinho escondido.
— O quê?
— Isso mesmo. Seu irmão é um gaysinho. E ele pegou seu atual namorado. O grande amor da minha vida. E por isso ele morrerá também.
— Gabriel. Não pode ser. — Talha falou, decepcionada, até esquecera o medo que sentia.
— Não escute ela, talha. Isso é mentira. — Gabriel tentou se defender.
Talha fixou o olhar para Galego de um modo que lembrava algo do passado.
— Falei para você. — Falou Galego. — Você achava que era mentira.
— Então era verdade. O Gabriel deu mesmo em cima de você nos primeiros dias que começamos a namorar?. — Ela perguntou para Galego.
— Foi sim. Sou hétero. Agora você sabe porque uma vez ele chegou com o olho roxo na sua casa. Ele tentou me beijar.
— Gabriel. Você é um descarado. — Ela falou brava.
— Isso é mentira. Talha.
— Não. Não é.
— Eu descobri tudo no diário dele. — Começou Geovana. — Quando houve aquele blecaute no Réveillon. Quando o Gabriel saiu para comprar as velas, e depois o Eduardo foi procurar ele. Esses gays se pegaram atrás do comércio do seu Justino, mas o Guilherme pegou eles no flagrante.
— Para com isso. Não conte essas mentiras.
Galego então apontou a arma em direção ao rosto de Gabriel e falou furioso.
— Confessa. Ou atiro agora.
— Tá. Foi verdade. Desculpa, Talha. — Ele teve que admitir devido ao medo que sentiu.
Talha então baixou a cabeça tristemente. Estavam agora distraídos quando Eduardo entrou no ambiente apontando um revólver para Galego e Geovana. Assustados, os dois fizeram o mesmo, apontando ambos os revólveres para ele.
— Solta eles agora. — Eduardo pediu.
— Olha só.— Geovana falou, demonstrando ciúmes e raiva ao mesmo tempo. — O herói veio salvar seus amados.
— Solta-os ou eu atirarei. — Eduardo ameaçou.
Geovana riu e, olhando incrédula para o jovem, falou decidida:
— Não. Você não tem coragem.
— Não tenho?
Um disparo foi ouvido, mas Eduardo não atingiu ninguém, outro disparo logo em seguida atingiu Eduardo. Devido ao susto do barulho e achando realmente que o garoto havia atirado em Geovana, Galego acertou precisamente o peito do jovem, que agora caia no chão, quase falecendo.
Talha e Gabriel se assustaram, assim como Geovana, que correu assustada em direção ao seu amado. Não demorou mais de alguns segundos para que Eduardo falecesse. Chorando muito, Geovana levantou furiosa, apontando a arma para Galego.
— Para com isso, garota.— Ele falou assustado também, levantando o revólver em direção a ela.
— Você matou o meu amor.
— Pensei que ele havia atirado em você. —Galego falou, demonstrando medo.
E essas foram as últimas palavras do jovem até Geovana apertar o gatilho também. Ao sentir a bala cravar o seu peito. Galego também aperta o gatilho contra Geovana. Naquele dia, houve três mortes em seguida.
Agora estavam apenas Gabriel e Talha ainda amarrados, mas assustados ao presenciar aquelas mortes.
Mais tarde, depois de uma denúncia anônima, a polícia chegou no local, libertando ambos e levando os corpos.
Foi um dia de muita tristeza, após dar seus depoimentos, os irmãos voltaram para as suas casas. Mas, devido toda aquela revelação horas atrás, Talha não foi a mesma com o irmão.
Na manhã seguinte, houve o enterro dos três. Galego, por não ter família, ali foi enterrado como indigente. Muitas e muitas vezes, Gabriel pedia perdão para a irmã, e ela, apesar de falar pouquíssimo com ele, não conseguia perdoar o irmão sobre essas traições.
E então, com tristezas e decepções, os dias se passaram voando e o final de abril chegou, assim como o esperado julgamento de Gabriel Silva.***
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O Réu
Mystery / ThrillerO que levou Gabriel admitir o crime? Ele é apenas um jovem de 20 anos que nunca passou pela cadeia, no entanto, ele admitiu ter assassinado Guilherme Santos, o pré-adolescente de 13 anos. A polícia não sabe o real motivo que fez Gabriel ter conf...